Se recuperando, eles se olhavam em silêncio, sabiam que não deviam ter feito aquilo, mas não se arrependiam.
— Acho que você é mais louco que eu de fazer isso aqui — disse em tom de brincadeira.
— Eu não fiz sozinho né, então você ainda é mais louco que eu.
— Por que? — cruzou os braços.
— Eu sou louco só por ter transado com você aqui, você é louco por vários motivos.
— E você é louco por gostar de mim, doutor Choi.
O Soobin corou com aquelas palavras, sem conseguir nem ao menos negar, diante daquele garoto, perdia completamente a noção de tudo.
— Você pode me chamar de Soobin aqui — foi só o que ele conseguiu responder.
— Então me responde uma coisa, Soobin, como você conseguiu meu twitter?
Ouvindo aquilo, ele ficou em silêncio, pensando em como fugir daquela perguntar, mesmo que parecesse impossível.
— Quem disse que eu tenho seu twitter?
— Foi o único lugar onde eu citei querer beijar alguém.
— Ah... — deu uma pausa pra pensar — Foi por acaso, eu tava lá, e aí... Você apareceu.
— Que desculpa ruim, Soobin — riu — Preciso te ensinar a mentir.
Vendo o sorriso do Yeonjun, o Soobin se esqueceu completamente do que estavam falando, e acabou deixando um sorriso fraco aparecer em seu rosto, admirando o quanto aquele garoto era lindo.
Estava se apaixonando por ele, não sabia como, nem porque, mas sabia que estava. Na verdade, toda as dúvidas dele do porque daquele sentimento, sumiam quando via o garoto sorrir, era impossível não se apaixonar por ele.
O Yeonjun sabia que o Soobin gostava dele, ninguém nunca tinha o olhado como ele o olhava, não era um olhar só de atração, era um olhar de amor, um amor confuso e que assustava, mas que era muito sincero.
Mesmo nunca tendo conhecido o amor, Yeonjun o reconhecia nos olhos das outras pessoas, e era a primeira vez que via aqueles olhos direcionados pra si.
E aquilo era estranho, porque o Choi mais alto tinha conhecido sua pior face, conhecido o lado que ele escondia da maioria das pessoas, e mesmo assim era capaz de ama-lo, como isso era possível?
Mesmo conhecendo de tudo, o amor era a única coisa que o Yeonjun não conhecia, e no fundo, tinha medo de conhecer.
•
O Yeonjun gostava da noite, mais especificamente, da madrugada. Ali, ele podia se esconder entre as sombras, andar livremente, sem ninguém o julgar.
Agora, ele não fazia mais isso sozinho, o Beomgyu tinha se tornado uma companhia diária, eles sempre saiam juntos no meio da noite, pra conversar sobre assuntos que só eles entendiam.
Naquela madrugada, eles estavam se olhando mais que de costume, e como pensavam da mesma forma, sabiam o que queriam.
Não demorou pro Yeonjun levar a mão a nuca do Beomgyu, o puxando pra um beijo, esse que levou suas mãos a cintura dele, retribuindo o beijo.
Não existia sentimento ali, era apenas atração, até porque, nenhum dos dois ali sequer sabiam o que era amar.
Quando o beijo cessou, o Beomgyu mordeu o lábio inferior do Choi, que sorriu ladino, antes de afastar os rostos.
— E o psiquiatra?
— Acho que ele também precisa de tratamento — acendeu um cigarro — Porque ele gosta de mim.
— Gosta? Em que sentido?
— Romanticamente — deu uma tragada.
— Então ele tá fodido, é impossível você corresponder.
— É... Mas, de qualquer jeito, eu não machucaria ele.
— Ué, por que? — disse confuso.
— Porque suspeitariam que fui eu — disse em tom de brincadeira, fazendo o outro rir.
Na verdade, o Yeonjun só não sentia vontade alguma de fazer mal pro Soobin, no fundo, confiava nele.
•
As semanas se passaram, e as consultas de tornaram cada vez mais leves, porque eles já não se viam mais como paciente e psiquiatra, talvez, como amigos.
Mas, naquela consulta, o Soobin notou que tinha alguma coisa estranha com o Yeonjun, que estava mais sério que o normal, e pela primeira vez existia um brilho no olhar dele, causado por lágrimas.
— Yeonjun, aconteceu alguma coisa? — estava realmente preocupado.
— Eu só não tô muito bem hoje, e... — respirou fundo — Eu sinto que não preciso fingir pra você.
Yeonjun não era de demonstrar emoções, ele sempre demonstrava a completa frieza, e sua tristeza sempre era escondida, mas, sentia que não precisava usar uma máscara na frente do Soobin, sabia que não seria julgado por ele.
O mais alto tinha se tornado a pessoa em quem ele mais confiava, a pessoa que sabia todos os seus segredos, e agora, a única pessoa que o via vulnerável, demonstrando tristeza, afinal, a tristeza era o único sentimento que ele conhecia.
A verdade era que o Soobin tinha se tornsdo um lugar seguro pro Yeonjun, e nenhum dos dois haviam percebido.
— Você sabe que pode me contar qualquer coisa.
— Eu me sinto cada dia mais cansado, exausto, nada mais consegue preencher esse vazio dentro de mim — desviou o olhar segurando o choro — Eu sei que tô desistindo, Soobin.
Soobin sentiu seu peito doer, de repente, tudo que ele queria era proteger o Yeonjun, e tirar ele do poço que se encontrava, mas tinha medo que ele estivesse fundo demais, em tal profundidade, que não pudesse ser ajudado.
Ele não sabia como seria a reação do Yeonjun, mas resolveu seguir seu coração, e levantando da cadeira, foi até o mais baixo, que o olhou confuso.
— Levanta, quero fazer uma coisa.
Sem entender, o Yeonjun levantou, não fazendo ideia do que o Soobin queria. Então, o mais alto respirou fundo, antes de o abraçar.
Yeonjun arregalou os olhos em surpresa, não estava acostumado com afeto, na verdade, nem lembrava se já havia recebido um abraço antes.
Claro que ele não gostava desse tipo de demostração, mas, aquele abraço era tão confortável, que ele fez algo que o fez não reconhecer a si mesmo.
Ele retribuiu o abraço, se permitindo desabar ali.
"Agora você causa uma reviravolta
E, de repente você é tudo que eu preciso"
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Criminal [Yeonbin +18]
No FicciónYeonjun machucava pessoas, Soobin não tinha medo de ser machucado, um psicopata não assusta um psiquiatra, nesse caso, Soobin queria conhecer as feridas daquele brilhante assassino. "Ele é um vilão pelas leis do diabo Ele é um assassino só por diver...
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