1̶1̶ Vingança

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Soobin sentiu seus olhos marejarem quando viu Yeonjun, que tinha se declarado pra ele horas atrás, beijando o Beomgyu.

Talvez o Yeonjun estivesse certo, talvez o amor não fosse bom.

Ele sentiu seu corpo inteiro tremer de ódio, quando viu o Beomgyu descendo o beijo pro pescoço do Yeonjun, e a mão até a coxa dele.

Ainda estavam em um lugar público, mas aquele lugar não era muito frequentado a aquele horário, na verdade, Soobin só decidiu passar por ali, porque sabia que era um lugar onde o Yeonjun frequentava.

Ele sentia que podia quebrar o Beomgyu inteiro, vendo a forma que ele tocava o Yeonjun, e como ele reagia positivamente, suspirando e puxando o cabelo da nuca do de cabelos longos.

— Não acho que você devia namorar ele — o de cabelos longos dizia distribuindo beijos ali, enquanto começava a apertar a coxa dele.

— Gyu... — gemeu suspirando — Beomgyu....

O Soobin estava presenciando o que talvez fosse uma despedida, mas aquilo o trouxe um sentimento que até então não conhecia: posse.

Da mesma forma que o Yeonjun estava conhecendo sentimentos bons e seu melhor lado com o Soobin, ele estava conhecendo seu pior lado por conta do Yeonjun, sentimentos negativos que ele nem sabia que existiam dentro de si.

Percebendo o Soobin ali, o Beomgyu só deu um sorriso ladino apertando a coxa do Yeonjun, propositalmente.

Ódio, posse, ciúmes, todo tipo de sentimento negativo tomava conta de si, odiava o Beomgyu como nunca odiou ninguém na vida, a partir dali, o considerou um obstáculo.

— Eu vou matar ele — sussurrou pra si mesmo.

Soobin estava a um passo de voltar para um velho hábito, e assim, estava falando com seu antigo cúmplice sobre isso.

— Soobin, você precisa se acalmar — o Hueningkai dizia.

— Eu cansei de ter calma, essa porra não sou eu — sentou — Pra mim chega.

— O que você vai fazer?

— O que eu já devia ter feito — respirou fundo — Meu velho método de resolver as coisas.

— Soobin, você prometeu que tinha parado com isso.

— Talvez, mas podemos dizer que... — deu um sorriso ladino — Eu tô de volta, Kai.

O Huening negou com a cabeça, vendo ele voltar novamente pra um caminho que demorou pra sair, mas sabia que não podia fazer nada pra impedir.

Quando o Hueningkai foi embora, o Soobin se dedicou a descobrir o endereço do Beomgyu, o que não foi difícil pra ele.

Com essa informação, ele já tinha tudo que precisava, aquele problema acabaria ali.

De noite, o Soobin foi a casa do Beomgyu, e conseguiu ouvir ele falando no telefone.

— O Soobin é um idiota, o Yeonjun nunca vai namorar ele, eu tô fazendo de tudo pra continuar com certeza disso — ele falava no telefone.

Respirando fundo, o Soobin bateu na porta, ouvindo ele desligar a ligação, e indo até a porta, antes de a abrir.

— Soobin? — o olhou confuso.

— Eu peguei seu endereço com o Yeonjun, quero conversar.

— Hm... Tá bem — deu espaço pra ele entrar.

Então ele entrou, e o Beomgyu fechou a porta, sem entender direito o porquê ele estava ali.

— Sabe, Beomgyu... Já ouviu a frase "Quem avisa, amigo é?"

— Já? — não estava entendendo nada.

— Eu acho que fui seu amigo, porque... — olhou pra ele — Eu te avisei pra tomar cuidado.

— Você quer que eu tenha medo de você?

— Medo? Não, claro que não — sorriu ladino — Você sabe que eu não faço o tipo que machuca alguém, não é? Você mesmo disse eu sou muito certinho — respirou fundo — Mas você cometeu um erro, na verdade, três.

— Erro? Que erro?

— Primeiro confiou na minha bondade, depois ficou no meu caminho, e depois... — pegou uma faca na mochila — Me deixou entrar aqui.

O Beomgyu o olhou, pela primeira vez, assustado, aquele olhar que sempre passava ironia e confiança, agora pareciam os de uma criança indefesa.

Mas, não demorou muito pra, mesmo diante daquela situação, o garoto dar um sorriso irônico.

— Muito bom, Soobin. Vamos ver se agora você admite, que entende tão bem o Yeonjun, porque é igual a ele.

— Cala a boca — empurrou ele com força, o fazendo cair no chão, sentando em cima dele.

— Era tudo fingimento, né? O jeito de bom moço, os conselhos, a inocência... — deu um sorriso ladino — Você quer cortar minha pele? Corta, então, mas não esquece que você é igualzinho a mim.

— Beomgyu...

— O que foi? Não tem coragem? — pegou na mão dele, esfregando a faca levemente no próprio rosto — Vai, me mata, doutor Choi.

Soobin não sabia o que estava acontecendo, estava perdendo o controle de si mesmo, mas, o Beomgyu sabia exatamente o que estava fazendo.

Então, o Beomgyu conseguiu inverter as posições, sentando no colo do Soobin, e o beijando.

Fez isso quando percebeu que o Yeonjun estava ali olhando, em choque. O Beomgyu só queria tirar a paz, independente de quem fosse.

O Yeonjun sempre ia a casa do Beomgyu, e encontrando a porta aquele dia, ele entrou, vento toda aquela cena.

Com aquele beijo, o Soobin ficou completamente sem reação, e o Yeonjun, sem paciência.

Então, o Yeonjun se aproximou, puxando o cabelo do Beomgyu e o jogando pra longe do Choi mais alto, que olhou aquilo confuso, levantando do chão.

— O Soobin é meu — disse após pegar a faca, subindo em cima do Beomgyu, e começando a disparar golpes contra o pescoço dele, na frente do Soobin — Ele é meu, desgraçado.

O Soobin olhava aquilo em choque, era a primeira vez que via o Yeonjun machucar alguém, e a sensação era estranha, não sabia o que fazer.

O de cabelos longos agonizava, ainda vivo, mas sem chances de se defender. Então, o Yeonjun levantou, indo em direção do Soobin, e entregando a faca pra ele.

— Termina o serviço.

"Mamãe, por que me sinto triste?
Devo entregá-lo a ele ou me sentir mal assim?
Não, não, não, não engasgue
Papai entrou na conversa: Vá direto na garganta
Direto na garganta, direto na garganta"

Criminal [Yeonbin +18]Onde histórias criam vida. Descubra agora