"As pessoas com psicopatia geralmente têm dificuldade de sentir empatia ou remorso, e podem ser manipuladoras e mentirosas"
A sessão com o Yeonjun mexeu com a cabeça do Soobin, por algum motivo, não conseguia tirar aquele garoto da cabeça.
Não era como se não estivesse acostumado com pessoas com os mais variados transtornos, mas aquele garoto tinha algo, algo que ele não sabia explicar.
Almoçando com um amigo, o Soobin estava completamente distraído, distante, e o garoto o olhava confuso.
— No que você tá pensando?
— Um garoto que eu atendi hoje, Kai... — respirou fundo — Sei lá, alguma coisa nele me deixa curioso.
— Seus pacientes são todos malucos, estranho algum te chamar atenção assim — franziu o cenho — Você não tá querendo pegar paciente não, né?
— Não, claro que não — defensiva — É uma curiosidade profissional... Aquele garoto era estranho.
No fundo, nem o Soobin sabia o porquê de estar tão interessado em saber sobre aquele garoto, tudo que ele sabia, era que queria que a próxima sessão chegasse rápido.
°
Chegando em casa, o Yeonjun deu de cara com seu pai, e o olhou com expressão de tédio, sabendo que ele faria alguma dos discursos de sempre.
— Eu espero que o psiquiatra realmente te ajude, porque eu não sei mais o que fazer com você — o Yeonjun revirou os olhos.
— Tá perdendo tempo, eu não quero mudar— sentou no sofá — Não tem nada de errado comigo.
— Como não, Yeonjun? Você tem noção do que fez? — estava alterado.
— Claro que sim, papai — falava em um tom debochado — Não me arrependo de nada.
— Você tá doente, Yeonjun.
— Ah, jura? — levantou — Eu não me importo nem um pouco — disse subindo pro quarto.
Yeonjun não queria mudar, e tentar convencer ele disso, era uma completa perca de tempo.
•
Naquela madrugada, o Yeonjun estava sem sono, andando por ruas vazias sem rumo algum, quando viu uma cena horrível.
Era um homem tentando sequestrar uma mulher, ou algo do tipo. Yeonjun respirou fundo sentindo seu peito se encher de ódio, aquele era o único sentimento que ele conhecia, e consequentemente, o dominava.
Então ele voltou pra casa, não pra dormir, e sim pra pegar tudo o que precisava: luvas, casaco de plástico, um pedaço de ferro, uma faca.
Depois, voltou rapidamente pra onde o homem estava, andava atrás dele em passos lentos, esperando o momento certo de fazer o que queria, o que devia fazer.
Aquele homem era uma pessoa podre, e pessoas podres não mereciam viver, só serviam pra piorar o mundo.
Tudo que o Yeonjun fazia era extremamente bem calculado, esperava a hora certa de agir, pra não ter problemas. Então, no momento certo, ele o acertou com a barra de ferro, fazendo ele ficar inconsciente na mesma hora, e a mulher, em choque.
Quando ele caiu, o Yeonjun o puxou até o meio do mato, onde ninguém ia, ele gostava daquele lugar. Chegando lá, ele amarrou um pano na boca, braços, e pernas do homem, que acordou logo após isso e tentou gritar, sem sucesso.
— Cala a porra da boca — se abaixou ficando na altura que o homem estava.
E então veio o primeiro golpe, e outro, e mais outro, conforme o sangue escorria do pescoço do homem, ele foi perdendo a consciência, dessa vez, pra sempre.
O Yeonjun sorriu vendo o abusador sem vida, o sangue nas suas mãos, aquilo era bom, e naquele momento, acreditava que tinha feito um favor pro mundo.
•
A manhã chegou, e junto a ela, mais uma sessão com o doutor Choi, as quais o Yeonjun achava entediantes.
A única coisa interessante pra ele, era o Soobin ser realmente bonito, mas as perguntas eram tão chatas, que as sessões continuavam sem graça.
— Você parece feliz hoje, o que aconteceu?
— O que eu posso te dizer, doutor Choi, é que eu me diverti muito ontem.
— Se divertiu? — franziu o cenho — O que você fez?
— Nada diferente do que eu sempre faço — sorriu de canto — Não precisa se preocupar.
Já imaginando o que seria, o Soobin sabia que o garoto não daria mais detalhes, mas, mesmo assim, tentaria, queria ver até onde o nível de frieza dele chegava.
— Yeonjun, você pode me contar.
— Eu sei que eu posso, meu pai fode com a sua vida se você pensar em abrir a boca — respirou fundo — Seu trabalho é me tratar, por que quer saber tanto o que eu faço?
— Porque é importante que você confie em mim.
— Eu posso fazer muitas coisas com você, doutor Choi — olhou pra ele — Não coisas ruins...
O Soobin engasgou com a própria saliva com as palavras, sem entender do que exatamente ele estava falando.
— Do que exatamente você tá falando?
Sem responder, o Yeonjun olhou fixamente nos olhos do mais alto, antes de abrir dois botões da própria camisa. O Soobin não conseguiu desviar o olhar da direção dos botões, prestando atenção em como as mãos dele abriam eles e mostrava a pele.
— Por que você tá me olhando assim? — deu um sorriso ladino — Eu posso abrir o resto, se você quiser.
— Não... — deu uma pausa — Não precisa.
— Não? — abriu mais um botão, olhando pra ele.
O Yeonjun analisava muito as pessoas, já tinham percebido a forma que o Soobin o olhava, e aquilo era interessante pra ele, podia ser divertido.
— Yeonjun... Para com isso.
— Sabe, eu não sei se você é tão bom assim, senhor Choi... — levantou, passando pela mesa e virando a cadeira do Soobin pra ele — Se você fosse bom, não ia olhar assim pra alguém como eu.
— Eu... — tentava agir profissionalmente — Yeonjun, é melhor a gente continuar a sessão.
— Por que você me deseja tanto? — levou suas mãos até o peito dele — Acho que você é tão doente quanto eu, senhor Choi.
Yeonjun tirava toda a sanidade do Soobin, não sabia porque aquele garoto o atraia tanto, talvez, estivesse ficando louco, louco por ele.
"Você acha que sou louco, que não tenho mais jeito
E daí se sou louco? Todas as melhores pessoas são
E eu acho que você é louco também, eu sei que você não tem mais jeito"
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Criminal [Yeonbin +18]
NonfiksiYeonjun machucava pessoas, Soobin não tinha medo de ser machucado, um psicopata não assusta um psiquiatra, nesse caso, Soobin queria conhecer as feridas daquele brilhante assassino. "Ele é um vilão pelas leis do diabo Ele é um assassino só por diver...
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