Cap 04

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Sábado 09:00am

Minha cama nunca foi tão confortável quanto essa manhã, por mais que eu tente eu não consigo me levantar e sinceramente está começando parecer uma boa ideia ficar por aqui pelo resto do final de semana. A noite passada foi extremamente divertida, apesar de tão pouco tempo eu e Lilly estamos nos tornando amigas dos meninos e estamos gostando. Venho tentado não pensar muito desde a minha conversa com Lino, porque toda vez em que eu me permito pensar, Chan vem em minha mente e aquele maldito sorriso me tira o fôlego e... ah, droga, lá vamos nós de novo… Sei que é algo que não tem a menor possibilidade de acontecer, preciso manter meu emprego e também não é como se eu fizesse o tipo dele.
Meu celular começa a vibrar incansavelmente, me obrigando a me mover para pegá-lo e perceber várias notificações de mensagens.

— BOM DIA, RAIO DE SOL

— ACORDA, TEMOS PLANOS PARA HOJE

— E NEM PENSE EM TENTAR INVENTAR UMA DESCULPA, EU SEI ONDE VOCÊ MORA

— ENTÃO, SE ARRUMA E ARRASTA ESSA BUNDA PRA CÁ, E TRAZ A LILLY

— ALIÁS, É O LEE KNOW.

Como que alguém pode ser assim logo cedo? Como que alguém pode ter tanta energia logo cedo, ainda mais depois de uma noite como ontem, e onde diabos ele conseguiu o meu número???

— Não são nem dez da manhã Lee Know

— Bom dia para você também

— Como você conseguiu meu número?

— Isso importa?  Vem logo, nós vamos sair Jajá

— Para onde?

— Vocês têm 20 minutos.

Suspiro e me levanto contra a minha vontade, indo até o quarto de Lilly e me jogando na cama a acordando.

— Eu deveria estar dormindo, sabia, Lilly?

— Hum? - diz de olhos fechados

— Mas você resolveu me arrastar para cá, e agora tenho que acordar cedo

— Que horas são, Rose? - diz com a voz sonolenta

— 9:30 da manhã. - digo com um sussurro dramático. — Mas o seu querido Lino acabou de me acordar com trocentas mensagens.

— Meu querido? Foi você que ficou grudada com ele ontem a noite. O que ele queria?

— Chamou a gente para ir para lá, na verdade, intimou e disse que sabe onde a gente mora.

— Fazer o quê? São nem dez da manhã.

— Foi o que eu disse.

— Aliás, o que tanto vocês conversaram ontem?

— Nada de mais - digo tentando cortar o assunto.

— Vocês ficaram horas conversando até os meninos arrancarem ele de perto de você. Vocês estão… Você sabe… - Lilly abre um sorrisinho malicioso.

— O quê? Não Lilly. Agora vamos nos arrumar, não quero ninguém vindo até aqui nos buscar.

Depois de alguns minutos deitadas em silêncio olhando para o teto tentando achar força de vontade de sair da cama, nos arrumamos e saímos de casa. Não sei em qual momento criamos essa intimidade com eles em menos de uma semana, mas, no fundo, gosto, torna tudo mais fácil. Batemos na porta da casa, é perto da empresa e tivemos que vir até aqui algumas vezes, porque ao contrário do que falaram, nós tivemos, SIM, que os acordar diversas vezes durante essa semana.

— Bom dia, meninas, ele acordou vocês também? - Han diz com a cara de sono.

— E sabe me dizer o porquê?

— Não, mas se quiser bater nele eu te ajudo.

Entramos na casa rindo, apenas Lee Know e Han estão acordados, Lino está deitado no sofá na sala e Han se joga deitando ao seu lado.

— Sério Lee Know? Você nos chamou aqui e tá aí deitado? - Lilly diz cruzando os braços

— Sim

— O que você queria?

— Nada, só queria trazer vocês até aqui - uma risada nervosa escapa de mim.

— Você tá brincando, não é? Hoje é nossa folga.

— Ou esse é seu jeito de dizer que gosta de passar algum tempo com a gente? - Lilly o provoca

Lino se senta no sofá e nos olha franzindo os lábios, nos fazendo rir novamente. Esse jeito dele me diverte, normalmente, ele finge que não liga para as coisas, mas, no fundo, é tão mole quanto uma geleia.

— Nos seus sonhos, Lilly. Quero fazer um churrasco e preciso ir ao mercado, mas já que vocês estão aqui - ele abre um sorriso.

— Hoje é nossa folga, Lino

— Para de reclamar, Rose. Além disso, você precisa resolver aquela coisa.

— Que coisa?  - Lilly diz animada.

— Nada Lilly, coisa da cabeça do Lino. Não é Lee Know?

— Sim, claro.

— Então você vai ao mercado e a Lilly fica aqui me ajudando na cozinha.

— Não, eu vou voltar para casa e dormir

— VAI ROSE, POR FAVOR -Lino diz gritando

— Pelo amor de Deus vai logo Rose, só para ele calar a boca, por favor. - Han diz com um suspiro suplicante.

— Aí tá bom. - digo revirando meus olhos

— Ótimo, o Chan já tá descendo para ir com você, ele já sabe o que comprar

— Espera, quê? Por que o Chan vai junto? Por que ele não pode ir sozinho?

— Se continuar falando assim, eu vou pensar que você não gosta da minha companhia

Como se o universo estivesse contra mim por eu ter feito algo muito ruim na minha vida passada, Chan entra na sala com a cara de quem foi expulso da própria cama e realmente não gostou disso. Não consigo disfarçar o meu nervosismo quando o vejo, não entendo se é pelo fato de ele estar incrivelmente bonito mesmo após acordar e seu rosto estar uma bagunça, ou pelo simples fato de ele ter escutado algo que não deveria, mas como explicarei para ele que eu, na verdade, estou tentando evitar ficar a sós com ele porque não consigo parar de pensar nele?

— Oi, Chan, não é isso. Só estou falando pro Lino que não precisa de duas pessoas para ir ao mercado. - abro um sorriso nervoso.

— Ele me acordou cedo em um sábado Rose. Passar a manhã vendo um rosto bonito é o mínimo. - ele ri.

O caminho para o mercado é silêncio, apenas uma música baixa tocando no rádio abafando o som da minha respiração. Tenta pensar em qualquer coisa para quebrar o gelo.

— É a primeira vez que vou ao mercado.

— Quê?

— Não, quer dizer, eu já fui ao mercado, eu quero dizer aqui na Coreia, é a primeira vez.

— Ah!. -ele ri.

— Desculpe, normalmente eu não sou assim, prometo. Costumo ser bem menos estranha. - outra risada nervosa escapa.

— Tudo bem - ele diz enquanto estaciona o carro e me se vira para me olhar. — Posso te fazer uma pergunta?

— Sim, claro.

— Eu te deixo nervosa?

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