~POV ROSE~
As próximas horas se tornam um borrão para mim, não pelo fato de eu ter bebido na noite passada, mas talvez seja apenas meu subconsciente tentando me sabotar. Não me lembro de como cheguei em casa, não consigo lembrar sequer de como coloquei meu pijama, mas por que aquela maldita conversa está tão vivida em minha mente? Por que simplesmente não sumiu também? Quando me mudei para a Coreia, não era essa minha intenção. Eu queria me tornar um exemplo na minha área de trabalho, queria ser reconhecida e valorizada, coisa que não foi possível na minha antiga empresa, tudo o que eu pretendia envolvia apenas minha carreira, não tinha planos de me envolver com ninguém, muito menos em uma confusão entre melhores amigos, o que faz com que eu me sinta ainda pior.
Agradeço aos céus por hoje ser minha folga, não quero falar ou ao menos ver alguém, preciso ficar sozinha com meus pensamentos e comigo mesma para tentar entender como foi que vim parar nessa situação.
Horas se passaram e tudo o que fiz foi dormir, comer e voltar a dormir, e está completamente perfeito, sem nenhuma alma me perturbando, sem nenhum problema para resolver. Meu celular não para de chegar mensagens que fiz questão de ignorar, por hoje, se alguém estiver morrendo, que morra amanhã.
Me levanto e olho para o relógio, 20h, como pode alguém ter dormido o dia inteiro? me preparo para tomar um banho e quem sabe assistir alguma coisa ou talvez ir até a loja de conveniência para abastecer o armário, mas assim que me levanto, ouço algumas batidas na porta da frente, tento ignorar, deve ser no vizinho, mas é insistente sem dar nenhuma pausa entre as batidas, fazendo com que o resto da paciência que eu tinha ~que era pouca~ suma.
— Já vou, porra, mais que caralho, eu não tenho um dia de paz nessa merda, é tão difícil assim fingir que eu não existo por um único dia?.-digo xingando em português, abrindo a porta. — O QUE É? Ah, é você.
Lee Know ergue uma sobrancelha com meu tom de voz irritadiço, sempre tentei me mostrar calma na frente de todos eles, mas hoje não estou fazendo esforço nenhum.
— Olha, você está viva.
— Sim, estou, o que foi? -cruzo os braços.
— Nada, só vim ver se tinha algo de valor antes da policia chegar. - Lino diz com um sorriso no rosto que diminui assim que percebe que não correspondo a sua brincadeira. — Está tudo bem? Você parece estranha.
Suspiro e passo a mão pelo cabelo enquanto me sento no sofá.
— Está, sim, me desculpe, só estou estressada.
— TPM?
— Se com TPM você quer dizer: ficar irritada porque duas das pessoas mais próximas passaram a esconder coisas de mim, sim estou.
O sorriso de Lee Know some por completo de seu rosto, ele suspira e se senta ao meu lado, mantendo uma distância respeitável entre nós. Tento ler o que seu olhar está me dizendo, mas não consigo.
— Eu sei, me desculpa.
— Onde vocês estavam com a cabeça, Min Ho? Me disputar como se eu fosse um prêmio de algo.
— Não, a gente não.- ele se interrompe quando percebe meu olhar. — Me desculpe, eu realmente sinto muito.Apoio a cabeça para trás no encosto no sofá e fecho os olhos.
— Por que você nunca me disse nada?
— E precisava?
Solto uma risada meio amarga.
— É claro que sim, Min Ho, somos melhores amigos, você deveria me contar uma coisa dessas.
— E por que eu faria isso, Rose? Você estava com o Chan, você estava feliz e por mais que eu sentisse vontade de arrancar meus olhos toda vez que te via com ele, era bom te ver sorrir, mesmo que eu não fosse o motivo.
Um longo e perturbador silêncio nos abraça, nenhum querendo dizer uma única palavra e estragar tudo ainda mais ...
— Desde quando?
— O quê? - Lino se apoia do meu lado.
— Desde quando você sente isso?
— Tive certeza na festa, quando você me beijou...-Lino fica em silêncio por um momento antes de falar novamente. — E você?
Levanto o rosto para o olhar.
— Eu o quê?
— Sente algo por mim?
Não consigo responder, não em voz alta. Parte de mim quer dizer que talvez possa ter alguma esperança entre nós dois, mas a outra parte sabe que seria errado fazer isso, seria mentira. Eu o amo, isso é verdade, mas talvez não da mesma forma que ele, talvez não da mesma intensidade. Não consigo o olhar nos olhos, não consigo obrigar minha boca a dizer uma única palavra. Sinto meus olhos marejarem, mas tento o máximo que posso para que ele não perceba, isso faria com que a situação se tornasse ainda pior.
Ele se levanta e concorda com a cabeça com uma risada leve, sem nenhum traço de humor quando não obtém uma resposta.
— Foi o que pensei.
— Lino é que. - me levanto para o seguir.
— Não, tudo bem, Rose. Eu tentei dizer para o Chan que era uma péssima ideia, mas ele insistiu.
— Eu te amo Lino, realmente te amo, mas não da mesma man... - inclino a cabeça, franzindo as sobrancelhas. — Como assim, "o Chan insistiu"?
Lino dá uma risada nervosa como se tivesse sido pego no flagra e dá um passo para trás.
— Não é nada, não, esquece o que eu disse.
— Lee Min Ho, não ouse mentir para mim, se não paro de fazer pudim para você. -digo dando um passo em sua direção.
— Depois que você saiu ontem ele me disse para vir até aqui, disse que tirava o time dele de campo para que eu pudesse ficar com você, porque aparentemente você também gostava de mim e, mesmo que ele te ame, ele não quer atrapalhar sua felicidade. Eu tentei dizer para ele que era uma péssima ideia, que você gostava dele, mas ele é cabeça dura, ele não escuta ninguém quando acha que esta certo.
Ele fecha os olhos com força e fala tudo de uma vez, me mantenho em silêncio, minha cabeça gira tentando fazer com que faça algum sentido, em vão. Lino abre apenas um olho e me olha como um gato medroso.
— Você não vai me dar um sermão. Vai?
— Em você não, mas no Christopher talvez. - digo pegando minha bolsa e saindo pela porta.
— Perai Rose, aonde você vai? A gente ainda não... você não se .... - Lino suspira
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𝑳𝒆𝒕'𝒔 𝑻𝒓𝒚 🐺🐰
Fanfiction- 𝑉𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑡𝑒𝑛𝑡𝑎𝑟, 𝑛𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑠𝑜́ 𝑝𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑠𝑎 𝑛𝑜𝑖𝑡𝑒, 𝑠𝑒 𝑎𝑖𝑛𝑑𝑎 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑝𝑒𝑛𝑠𝑎𝑟 𝑠𝑒𝑟 𝑒𝑟𝑟𝑎𝑑𝑜, 𝑡𝑒 𝑑𝑒𝑖𝑥𝑎𝑟𝑒𝑖 𝑒𝑚 𝑝𝑎𝑧 Rose Danfort de 27 anos, saiu do Brasil para viver em Los An...