Capítulo 10

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"Você seguraria minha mão?Sabendo que são as mesmas que eu useiQuando matei alguém por você

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"Você seguraria minha mão?
Sabendo que são as mesmas que eu usei
Quando matei alguém por você

Eu ouço as sirenes chegando, eu vejo as luzes piscando
Eu estou dirigindo pelos subúrbios, vestindo meu disfarce"
— If i kill someone for you (Alec Benjamin)

Uma taça de vinho era tudo o que meu estômago pedia durante a tarde.

Eu não havia dormido sequer um minuto desde o primeiro confronto que tive na noite anterior. Tudo, absolutamente tudo, me lembrava dele: o vinho, a taça, a casa e o cheiro de rosas que vinha do meu jardim. A janela do quarto era como um portal que, na minha mente traumatizada, abriria repentinamente e ele reapareceria com mais uma flor branca.

Ele estava impregnado em cada canto da minha vida, preso em minha mente e se divertindo com o fato de que eu não havia chamado a polícia.

Nem ao menos tive coragem de olhar as câmeras, temendo o quão patético tenham sido minhas atitudes na gravação.

No espelho do celular, meu olhar se fixava nas marcas deixadas na noite passada. Eram hematomas que começavam a se formar, sombras violáceas que certamente permaneceriam visíveis por um longo tempo. Enquanto meus dedos deslizavam curiosamente sobre elas, eu sentia cada contorno se sobressaltar.

Era como uma declaração visual da posse do meu stalker, um lembrete constante da memória de seus dentes afundando em minha carne.

Da mesma forma como eu detestava ter dado a liberdade para que ele me perseguisse, também detestava a forma como meu corpo reagia à sua proximidade. Independente do quanto eu dissesse para mim mesmo que essa situação deveria acabar, eu continuava a instigá-lo a me perturbar, sem mesmo me dar conta disso.

Com um suspiro exausto, puxei a gola do casaco para cima, tapando as mordidas e evitando manter meu olhar nelas. Por um momento, pude visualizar meus pulsos, tendo a notícia de que as marcas de seus dedos também se mostravam presentes ali.

Eu me indagava o que Taehyung pensaria se soubesse de toda essa merda. Se eu não enfiasse uma faca na jugular do meu stalker, Taehyung com certeza faria isso por mim.

Sentia que precisava de mais do que somente uma taça de vinho para me acalmar, e quase me rendi à vontade de pegar outra. Era difícil controlar a vontade de abrir o meu estoque e acabar com as garrafas que se enfileiravam por lá.

Eu precisava de alguma fonte de distração. Algo que arrancasse a névoa densa que se formava em minha mente toda vez que me recordava dele. E também toda vez que, ao fazer isso, meu corpo reagisse como se estivesse em combustão. Quente.

Eu o detesto por isso.

Em minha frente, as papeladas que eu roubei anteriormente estavam espalhadas pela bancada. Eu ainda estava enojado com as fotografias explícitas que haviam ali, mas ainda assim não conseguia desviar meus olhos de nenhuma. Cogitei chamar a policia, entregar o material estranho e me afastar dos demais problemas que poderiam me cercar, mas não o fiz.

HAUNTED | jjk & pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora