Capítulo 4

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"Você tem aqueles olhos que me deixam loucoE eu tenho olhos para assistir você dormir

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"Você tem aqueles olhos que me deixam louco
E eu tenho olhos para assistir você dormir

Eu trouxe um lanchinho
E um pouco de café para minha estadia
Em sua árvore do lado de fora de sua casa"
— An Unhealty Obsession (The Blake Robinson Synthetic Orchestra)


Minha noite se passou pacífica, sem encaradas em permeio a janela ou ligações estranhas de um maníaco. Eu quase cogitei que meu afronto houvesse surtido efeito contra o babaca que invadia minha privacidade, mas esse pensamento rolou ladeira abaixo quando desci as escadas de manhã e me deparei com uma rosa branca sob a ilha da cozinha, me encarando de volta.

Era como se meu invasor estivesse zombando da minha coragem, mandando suas flores como forma de afronta. E quase conseguia ler por elas um: "E aí, corajoso?".

Ela estava com os espinhos aparados, como se fosse um cuidado a mais para que eu não me cortasse com ela. Aparentemente, era um ato de romantismo na mente doentia do meu stalker. Se essa porcaria pretendia soar carinhosa, ele errou feio. Só conseguiu acender uma fogueira de raiva dentro de mim

Peguei a rosa entre meus dedos trêmulos. A suavidade das pétalas contrastava com a fúria que crescia em meu peito. A flor, símbolo de beleza e delicadeza, havia se transformado em um lembrete amargo do invasor que ameaçava minha tranquilidade.

Com força, a amassei, esmagando-a em minha mão. Cada pétala despedaçada era um grito silencioso de frustração, uma manifestação física de toda a raiva que eu vinha suportando.

Lancei a rosa amassada no lixo com um gesto brusco, desejando que o maldito estivesse me observando enquanto eu realizava aquela cena. Eu queria mostrar a ele que eu estava disposto a enfrentá-lo independente do quanto ele me assombrasse. Ainda assim, uma parte de mim hesitou em chamar a polícia.

Seria um absurdo fazer um alarde logo de manhã por conta de uma simples flor.

Eu caminhava pelas ruas, sentindo o vento suave em meu rosto e o cheiro de terra molhada que vinha do chão úmido. As mãos grudadas no casaco quentinho de lã tentava amenizar o frio daquela tarde. Meu corpo estava semelhante a uma pequena bola de tecidos — não me dava muito bem com aquele clima.

Havia recebido um puxão de orelha da editora por conta do meu atraso com os manuscritos do novo livro. E mais uma vez, precisei sair de casa e me esconder na biblioteca aconchegante da cidade, envolto de todos os livros de suspense romântico que poderia ter nas estantes. Uma pequena base para estudo seria o suficiente para alavancar com alguma coisa.

Chegando à biblioteca, respirei fundo, apreciando o aroma de papel e tinta que preenchia o ambiente. Passei pela porta e encontrei-me novamente com a figura conhecida de Kim Namjoon limpando uma das mesas. Exclamei um cumprimento pequeno e recebi um sorriso terno como resposta.

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