Chateau (Castelo)

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"Amém!" Todos dizem após o padre rezar com o terço enrolado em sua mão, em frente ao caixão do meu pai. O dia estava cinza, a energia pesada emanava pelo ar. Ao meu lado direito minha mãe chora, tento conforta-lá sobre meus braços.

Olho para o girassol em minha mão, e me aproximo do caixão para dar o último adeus para o meu pai. E então coloco o girassol em cima da madeira úmida pela neblina.
"Eu te amo pai!" Assim que termino de falar, o caixão chega ao fundo e os coveiros começam a jogar a terra. Não aguento olhar por muito tempo e saio para a sala onde ocorria os velórios.

Me sento em uma das cadeiras e respiro fundo, tentando me acalmar e assimilando tudo o que tinha acontecido.
Me perco em minha cabeça, mas logo sou puxada a realidade ao ver Tom vindo em minha direção junto de minha mãe.

— Eu posso levar vocês se quiserem.
Tom diz com uma expressão preocupada.

Dou um sorriso de canto de gratidão.
Apesar de meu rosto estar rosado por causa das lágrimas.

— Tom né?
Escuto minha mãe dizer enquanto caminhávamos até o estacionamento.

— Isso!
Ele responde abrindo a porta para podermos entrar no carro.

Eu entro primeiro e observo minha mãe parar em frente ao Tom, que ainda está segurando a porta de seu carro.

— Cuida dela! Não sei como conseguiu conquistar esse coraçãozinho de gelo, mas vejo o quanto vocês se gostam! Então não percam tempo com brigas desnecessárias, ou algo do tipo, se vocês se amam...não deixe nada e nem ninguém atrapalhar esse amor. Às vezes...pode ser tarde demais para se arrepender de algo que não foi feito ou dito!

Meus olhos se enchem de lágrimas e percebo Tom olhar fixamente para minha mãe, parecendo absorver todo aquele conselho.
Ela passa a mão sobre o braço de Tom, e entra no carro.

...

3 semanas se passaram desde a morte do meu pai e desde a volta dos meninos. Eu tirei uma folga para ficar com a minha mãe, e dar todo o suporte que ela precisava, eu ainda tinha muitos trabalhos para entregar que não poderiam ser remarcados, então minha mãe decidiu que iria voltar para a nossa familia no interior do estado, assim ela não ficaria sozinha.

Enquanto eu preparava o café da manhã na minha cozinha, escuto Tom me chamar.

— Fomos convidados para um desfile!
Ele aparece na porta, só com sua bermuda de moletom e com seus cabelos presos para trás.

— Você frequentando desfiles?
Digo andando em sua direção, com um tom de ironia.

Ele pega em minha cintura me puxando para seu corpo, e eu envolvo meus braços sobre seu pescoço.

— Se for para ver você, sim!
Ele me dá um selinho.
Me afasto de seus lábios, e fico confusa.

— Mas, eu não vou desfilar hoje!

Ele me devolve um sorriso.

— Bill! Bill irá desfilar!

Fico surpresa e feliz ao mesmo tempo, pois isso era novidade para mim, Bill era super autêntico com seus looks e performance nos palcos, e realmente mostrava ter um potencial pra coisa, eu conseguia ver até mesmo nos seus ensaios fotográficos.

Sinto um cheiro de fumaça, lembro do misto quente e volto a atenção para o fogão e me solto rapidamente de Tom.

— Aí meu Deus!!!

Olho para Tom que está rindo de mim.

— Sai daqui você está me distraindo.
Digo abanando a fumaça com as mãos.

Minha escolhida/ Tom Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora