No início do mês de abril, a vida de Gulf tomou um novo ritmo e um sabor mais picante. Sentia-se cheio de vida e sensível as coisas ao seu redor, principalmente a Mew Suppasit.
Para duas pessoas que deviam se evitar, viam-se com bastante frequência. Hora no café da esquina ou na galeria de Mild, hora passando pela mesma calçada. Era como se estivessem mentalmente conectados. Nessas ocasiões, ambos mantinham a cordialidade com comprimentos impessoais que pareciam conter um significativo secreto.
Naquela manhã, Gulf chegará à conclusão. Seu relacionamento com Mew havia mudado. Não podia considerá-lo um amigo íntimo, mas não conseguia achar outra palavra para defini-lo. Sendo assim seria conveniente convidá-lo para outra noite de sexo.
Antes de Mew, nunca tivera que fazer o convite. O homem sugeria, e ele decidia se aceitava ou não. Mas de alguma forma, o perigo emocional somado ao excitamento o estimulava a fazê-lo.
Pensando assim, abriu a gaveta e pegou um dos novos cartões de visita que fizera quando o computador ainda estava funcionando. No local reservado a data e hora do cliente escreveu: Royal Luxury, sábado às 20:00 horas. Escolherá um local bem afastado para não correrem risco de serem vistos juntos. Colocou o cartão dentro de um envelope e lacrou para que ninguém, além de Mew, pudesse lê-lo. Avisou a Beck que iria dar uma saída e encaminhou-se a delegacia de polícia.
Thorn estava sentado a uma das mesas.
— Olá, Gulf, aconteceu algo errado?
— Hum... não.
Seu sorriso era idêntico ao do irmão mais velho.
— Sente-se, por favor.
Gulf sabia que tinha de colocar mãos à ibra. Portanto, embora pouco à vontade decidiu agir.
— Trago um bilhete para Mew. Posso deixar sobre a mesa dele?
— Claro. Coloque na caixa de entrada.
Gulf fitou a caixa preta. Coragem, pensou. Aquilo vale uma noite de sexo com Mew Suppasit.
— Está se sentindo bem?
Gulf jogou o envelope na caixa. Estava feito. Só então conseguiu soltar a respiração que prendia inadvertidamente.
— Nunca estive melhor — respondeu. — Tenha um bom dia.
— Você também. — Ouviu Thorn dizer as suas costas.
Não tinha caminhado 10 metros quando avistou Fiat vindo em sua direção. A expectativa de ter um bom dia desvaneceu-se. Apressou o passo.
— Tenho-lhe telefonado todos os dias. Aquele velho não lhe deu o recado?
— O senhor Park Bogum não é um velho e ele me deu o recado.
— Então porque não os retornou?
— E por que eu o faria? Para perguntar se foi divertido sabotar o meu salão?
Fiat continuou como se não o tivesse ouvido.
— Estava pensando naquele jantar que costumava fazer a luz de vela e música suave...
— Só pode estar brincando. Eu deveria retornar as suas ligações para que pudesse me propor um jantar e Sexo? Só em seus sonhos.
— Eu sei que sente falta de mim...
Gulf engoliu em seco indignado. Talvez tivesse sentido 6 meses atrás, mas não era mais a mesma pessoa desde então.
— Escute bem o que vou lhe dizer. Muito obrigado por ter me forçado a descobrir que estava dormindo com outro. Do contrário, talvez ainda estivesse convencido de que algum dia poderíamos dar certo. E isso é impossível. Tive dias difícil após nossa separação. Mas veja o que consegui fazer desde então. O Kanawut Secrets está se tornando mais do que sonhei. E tudo porque deixou de ocupar o meu tempo.
— Por quanto tempo vai nos punir pelo meu erro?
— Fiat, o nosso maior erro foi nos casarmos em Las Vegas.
— Quero que volte para mim.
Gulf meneou a cabeça.
— Já é tempo de seguir sua vida. Eu sei que o seu objetivo não deu certo com o Luka, mas por certo encontrará outra pessoa.
— Você precisa de mim.
— Talvez no passado de forma errada. Esperava que preenchesse os vazios que existiam em mim.
— Não pense que vou desistir assim tão fácil — protestou o Fiat, parecendo uma criança que acabara de perder o brinquedo predileto.
— Está na minha hora. Adeus — disse, voltando a calçada.
Gulf acabará de pendurar a capa quando a senhora Lisa chegou para sua sessão de bronzeamento artificial. Era uma de suas clientes mais conservadoras, mas desta vez mostrou-se disposta a experimentar uma mudança radical.
— Quero algo novo — disse a senhora Lisa olhando sua imagem no espelho. — Algo atraente.
— Atraente? — Repetiu o Gulf.
— Corte, repique, faça o que quiser. Mas nada de rolinhos. Acha que devo pintar?
— O corte é uma ótima ideia, mas não há necessidade de tintura. Quem dera a todas mulheres da sua idade possuir esse reflexos prateados naturais.
— Muito bem. Faça um milagre.
Quando terminou, Gulf ficou impressionado com a própria obra. O novo corte em estilo moderno combinava em todo com o brilho que havia notado no olhar da cliente.
" O Amor está no ar em May Call Beach, pensou voltando a seus afazeres.
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Um garoto rebelde
FanfictionPrólogo Após anos sendo considerado um adolescente rebelde e impetuoso, Gulf kanawut confirmou tais rumores ao ir para cama com Mew Suppasit. Na realidade, ele sempre fora apaixonado por Mew, mas nunca tivera coragem de declarar seu amor. Agora...