— Será que ainda não entendeu? - Sua voz estava ainda mais alta. Talvez, alguém pudesse escutar, pensou Gulf. — Ele era apenas um meio para eu conseguir o que queria. Não significou nada para mim.
— Era isso que eu significava também? — a voz de Gulf soou mordaz.
Ele bufou furioso
— Você era tão pobre quanto eu.
Gulf relembrou aqueles dias em Bangkok em que Fiat combinava de encontrá-lo e não aparecia.
— Léo não foi o primeiro com quem me traiu.
— Nenhum deles significou nada para mim. Você foi o único homem que amei.
— Me solte — gritou com toda a força de seus pulmões. — Está me machucando.
Fiat deu um passo para trás.— Gastei semanas tentando fazê-lo ver o quanto precisa de mim. Sou o único que posso lhe dar o que necessita.
— Seria melhor dizer que sou o único que foi cego o suficiente para te sustentar.
— Não! — Pegou o banquinho em que ele costumava sentar enquanto fazia os cabelos e arremessou-o contra o espelho. Num gesto instintivo, Gulf virou o rosto enquanto os vidros voavam pelo ar. Mesmo assim pequenos fragmentos o cortaram.
— Você me ama! — Fiat estava enfurecido
Gulf comecou a gritar e escolheu uma palavra que por certo atrairia a atenção das pessoas.
— Fogo!
Gritou várias vezes até que Fiat tapasse a sua boca com a mão.
Jogou-o no chão em meio aos cacos de vidro, escovas e potes.
Gulf sabia que tinha de agir. Era uma questão de sobrevivência.
— Nós vamos partir — disse ele. — Não percebe que é assim que tem que ser? Vamos nos mudar para outro lugar, começar de novo...
Gulf pensou ter ouvido o som de uma sirene distante. Continuou lutando para se desvencilhar.De repente sua mão tocou num frasco.
"Tomara que não seja um mousse", pensou. Esticou os dedos e pegou o recipiente. Sentiu o botão do spray de um fixador de cabelos.
"Graças a Deus', agradeceu em silêncio, enquanto o despejava nos olhos de Fiat. Quando ele o largou para levar mão ao rasto, Gulf o chutou onde mais merecia. "
Fiat soltou um urro de dor caindo sobre os cacos espalhados.
Naquele instante, uma voz firme, que amava com toda a força do seu ser, gritou:
— Polícia, não se mexa.
Fiat estava muito absorto em sua dor para escutar. Gulf ficou de joelhos e num impulso doloroso conseguiu se levantar
— Gulf? — Mild correu em sua direção. — Escutei um barulho estranho quando estava no alto da escada e resolvi chamar a policia... quero dizer, Mew. A porta estava obstruída por alguma coisa
e não consegui entrar — disse, enquanto retirava a jaqueta e pressionava uma das mangas sobre a testa de Gulf.— Cuidado, está doendo!
— É apenas um corte pequeno, mas esses ferimentos no couro cabeludo costumam sangrar muito — informou Mild sern afrouxar a pressão.
— Devo chamar uma ambulância? —
perguntou uma outra voz.— Alguém poderia fazer Fiat calar-se? Não tem uma mordaça, chefe? — manifestou-se uma terceira voz.
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Um garoto rebelde
FanfictionPrólogo Após anos sendo considerado um adolescente rebelde e impetuoso, Gulf kanawut confirmou tais rumores ao ir para cama com Mew Suppasit. Na realidade, ele sempre fora apaixonado por Mew, mas nunca tivera coragem de declarar seu amor. Agora...