Cap 28: Plano em ação

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   Mew tinha um plano. Uma semana tinha se passado desde a noite em que por fim Gulf havia se aberto para ele. Durante esse tempo, enviara-lhe flores para o salão ou para a residência todos os dias. Ajudara-o com o acabamento das salas do spa, recusando-se a ser expulso porque alguém poderia descobrir que estava ali. Quando estavam sozinhos, conversavam por horas a fio. Parecia que já que havia começado, Gulf possuía um arsenal de histórias de sua vida para lhe contar.

  Naquela noite, daria início à primeira parte de seu plano que incluía champanhe,  e música lenta. Convencer qualquer
outro homem a comparecer à Festa Beneficente de Primavera do Country Club, o mais concorrido evento de Mai KaoBeach, seria fácil.
 
Mas Gulf era... orgulhoso, determinado e, por que não dizer, cabeça-dura. Teria de convencê-lo a ser visto em público com ele. Uma missão quase impossível para quem não havia conseguido dissuadi-lo a fazer-lhe companhia numa mesa do Corner Café.

  Comprou vinho, queijo e pão italiano para o jantar improvisado no chão da Sala Éden, que já se encontrava totalmente pronta com os belos murais pintados Mild.

  — Obrigado por trazer comida — disse Gulf — acho que esqueci de almoçar.

Mew sorriu zombeteiro.

  — Quer dizer que não tem certeza se almoçou?

  — Tive um dia cheio. E o seu?

  — Nada de extraordinário. — Fez uma pausa para degustar o vinho.

Mew tomou outro gole da bebida como que pra tomar coragem.

  — Sabe estive pensando...

  As sobrancelhas de Gulf se ergueram enquanto ele esperava que Mew continuasse.

  — E?

  Mew nunca imaginou que fosse tão dificil convidar um homem para dançar.

  — A Festa Beneficente de Primavera está chegando e eu estava imaginando se não gostaria de ir.

  — Está se referindo a festa de caridade do Country Club?  — perguntou Gulf, depois de tossir por ter se engasgado. — Está brincando?
 
   — Na verdade, não. Achei que poderia ser divertido nos vestirmos com roupas de gala, bebermos champanhe dançarmos. Não fazemos isso desde que estivemos em Bangkok.

  — Esse evento é organizado por um monte de dinossauros da sociedade. —
Respondeu Gulf.

  Ele queria ir, Mew estava certo disso. Do contrário, sua voz não vacilaria daquela forma.

  — Concordo com voce.

  — E eles não combinam comigo. Por que não vai sem mim?

  — Porque quero ir com você.

  Gulf afastou o copo de vinho para o lado levantou-se. Na verdade, parecia assustado.

  — Levei anos construindo a imagem de ovelha negra Mai Kao Beach. Quer que eu jogue para o alto aparecendo a seu lado nessa festa? — Gulf sorriu. — Não vai ser possível, chefe.

Mew sentiu um golpe forte como se Gulf  o tivesse atingido. Teve que apelar para todo seu treinamento policial para manter a expressão impassível. Enquanto tentava se controlar, teve certeza. Gulf estava assustado. Insistir, só o faria adotar uma atitude defensiva. Tentou uma outra estratégia.

  — Encare como uma proposta de trabalho —  disse. — Se for visto comigo, Fiat pensará duas vezes antes de voltar a incomodá-lo.

  Era uma forma de manipular a realidade. Mas Gulf não precisava saber da prensa que dera em Fiat. Preferia que ele estivesse ansioso e excitado mediante a possibilidade de acompanhá-lo, mas estava disposto a convencê-lo da forma que fosse possivel.

Um garoto rebelde Onde histórias criam vida. Descubra agora