Capítulo 8 - Sálvame

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Sobrevivo por pura ansiedad
Con el nudo en la garganta

Ela conseguiu chegar na escola apenas cinco minutos atrasada, mas com um humor ainda pior do que quando acordou. Pular a primeira refeição do dia para vir ao que considerava um inferno era terrível.

A primeira coisa que reparou ao colocar seus saltos Louis Vuitton dentro da escola é que todos estavam nos corredores com os celulares nas mãos, alguns rindo e outros espantados com o que quer que seja. Haviam cochichos por todos os lados e quando ela foi até o novo armário, escutou algumas meninas que não faziam questão de disfarçar a pauta da conversa.

– Não acredito que ela tenha tido coragem de vir para escola depois disso – Uma garota no armário ao lado diz para amiga.

– É uma vadia mesmo, não tem um pingo de vergonha. – A outra responde.

– Nem é tão bonita assim, não entendo porque todos eles vivem aos seus pés.

Anahí sentia que os olhares sobre ela poderiam perfura-la e não conseguiu se conter:

– Do que estão falando? – perguntou.

Elas se assustaram ao se darem conta que ela havia ouvido e viraram as costas sem responder, havia sido intencional da parte delas, mas não achavam que Anahí fosse questionar nada. Não queriam um conflito direto com a filha do poderoso magnata.

Essa atitude deixou óbvio que o que quer que estivesse acontecendo, tinha algo a ver diretamente com ela. Só então se deu conta que todos estavam praticamente apontando e a olhando. Isso não era incomum, mas hoje os olhares eram diferentes. Havia pena, deboche.

O que diabos estava acontecendo?

Maite passou por Anahí praticamente correndo – ou fugindo – e assim que a viu se aproximar desviou em direção ao banheiro. Elas haviam se afastado depois da primeira semana de aulas já que Anahí sempre preferia ficar sozinha e não parecia ter muito a dizer quando a outra se aproximava.

Anahí a seguiu, tinha algo de estranho acontecendo e o que quer que fosse, Maite sabia exatamente o que era.

– Maite, o que está acontecendo?

– Não sei do que está falando. – Ela responde com uma sobrancelha arqueada, parecendo que fugiria novamente na primeira brecha.

– É claro que sabe, você acabou de me evitar no corredor.

– Você me evita todos os dias no corredor, na sala, no refeitório, na biblioteca... Não somos amigas. – Suas palavras atingem Anahí como um soco, não acreditava que a pequena Perroni havia tido a audácia de dizer isso.

– O quê? Eu não estou evitando ninguém, só prefiro ficar sozinha e isso é normal.

– Sei que não sou boa o suficiente para ter uma amiga como Anahí Puente-Portilla e você mesma vem demonstrando que ninguém aqui é bom o suficiente para se aproximar.

– Por Deus, quanta bobagem...

– Bobagem? Semana passada a Gabriela da sala ao lado foi falar com você e você fingiu que não escutou!

– O quê?

– Todos souberam que você pediu pra trocar o armário para longe do Alfonso, que você se recusou a fazer trabalho com a Alisson e ainda disse pra Paulina que ela não devia se vestir como idiota quando ela foi te elogiar. Todos aqui te odeiam e talvez você mereça tudo o que falam no twitter.

Anahí ficou sem reação após ouvir isso, antes que pudesse dizer qualquer coisa, Maite abriu algo no celular e a mostrou.

Era um post no twitter. Sobre ela.

AnahíOnde histórias criam vida. Descubra agora