Capítulo 15

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Depois de passarem quase um mês de pequenas encenações, estava na hora de dar ao público o grande ato principal: Anahí e Alfonso assumiriam seu "romance" na escola.

Entrariam juntos, de mãos dadas até a entrada da sala onde dariam um beijo rápido e depois cada um seguiria seu rumo, voltando a se encontrar na saída onde entrariam juntos no carro da família Puente e seguiriam até a casa dos Herrera. Estava tudo meticulosamente planejado por Anahí que não permitiria que nada desse errado no seu plano glorioso.

Naquela mesma noite haveria o jantar na casa dos Herrera para conversarem e no fim de semana – devido a agenda lotada de Enrique – se reuniriam na mansão Puente-Portilla. Fingir para jovens bobos seria fácil, o que mais os preocupava eram seus pais. Quais seriam suas reações? O que diriam? Será que Alfonso seria considerado bom o suficiente para a herdeira de Enrique?

Isso o preocupava ainda mais que a ela, a imagem que Alfonso tinha de Enrique era de um homem poderoso que não media esforços para ter o que queria, não o conhecia mas só de saber que Anahí precisava fazer isso tudo apenas para agradar o pai já o fazia refletir se havia tomado a decisão correta. Os dias estavam passando rapidamente e ele nem se quer havia dito que sua condição para participar disso era saber sobre seu pai. Talvez fosse a desculpa que ele deu para si mesmo para não assumir que era por ela, que faria qualquer coisa por ela sendo que se conheciam a apenas alguns meses.

Só que no fundo, Alfonso sabia que precisava tomar uma decisão quanto a isso. Tudo estava muito estranho desde que seus pais saíram para viajar e sua mãe retornou dizendo que havia assinado um divórcio que os filhos nem se quer sabiam que estava sendo tramitado.

Antes de sair de casa, Alfonso pegou seu celular e tentou algo pela última vez antes de envolver sua namorada fictícia no seu drama familiar: apertou alguns números e torceu para que sua chamada fosse atendida.

"este número não pode receber ligações"

"este número não pode receber ligações"

A atendente eletrônica precisou noticiar três vezes que aquele número não podia atender as ligações para que Alfonso pudesse tomar a decisão de finalmente pedir ajuda a de Anahí. Não era algo fácil, ele ainda não havia falado sobre o problema dos pais com outra pessoa a não ser Dulce, já que ainda estava magoado demais para ter uma conversa civilizada com Ruth. Então, digitou rapidamente uma última mensagem para o pai e enviou no mesmo instante, sem pausa para se arrepender.

Quando chegou a escola foi logo de encontro a sua "namorada" que estava o esperando um tanto nervosa pelo atraso. Ele a desejou um "bom dia" mas tudo o que recebeu foram alguns palavras resmungadas e um sorriso tão falso quanto o tênis que Alfonso usava com o escrito "Gutchi".

– Está pronta? – ele perguntou.

– Meu amor, eu já nasci pronta! – Anahí sorriu confiante e ambos entrelaçaram as mãos dando entrada naquele famoso e movimentado corredor principal.

Todos pararam o que estavam fazendo para olharem abismados para aquele casal improvável. Nenhum dos dois ousou olhar para os lados para ver quais eram as expressões faciais ao redor mas sorriam internamente por imaginar.

O que eles não puderam imaginaram é que naquela manhã havia mais uma pessoa que desfilaria por aquele corredor e faria as pessoas – que já estavam surpresas – ficarem ainda mais embasbacadas.

Sob um salto fino de doze centímetros havia uma Maite Perroni que exalava beleza, sensualidade e confiança. Os presentes de Anahí haviam servido perfeitamente e embora ainda não soubesse fazer delineados finos e longos com perfeição, Maite já parecia visualmente distante da sua antiga aparência.

AnahíOnde histórias criam vida. Descubra agora