Verte pasar sin hablar es un cruel sufrimiento
Que desaparece de pronto cuando te piensoDepois da conversa intrigante que as mulheres Puente-Portilla tiveram no carro, o silêncio reinou e a mais nova pôde focar no prédio a frente. Primeiro haviam alguns garotos esguios conversando nos degraus mas, em questão de segundos - provavelmente ao verem o carro em que ela chegara - o número de alunos na escadaria da entrada aumentou e o circo parecia estar formado para sua chegada triunfal. Anahí não se preocupou em se despedir da sua mãe, apenas colocou seus scarpins no chão podre da escola e seguir em frente com a cabeça erguida, sem dirigir o olhar a nenhuma daquelas pessoas que a secavam.
Mal andou dois metros e já ouviu os burburinhos que ninguém fazia questão de disfarçar.
"Vocês viram o carro que parou aqui? Deve ser a filha do mafioso"
"Então ela realmente existe, pensei que era uma lenda urbana"
"Ela é bonita, me disseram que era tão feia que seu pai não deixava ninguém a conhecer"
"Pensei que era doente"
Anahí sorriu mentalmente. Queria que eles especulassem, que falassem mesmo dos mistérios que a rodeavam, afinal, gostava de receber atenção. Queria que a temessem, a invejassem e principalmente que não se metessem em seu caminho.
Ela seguiu perdida pelos corredores até ver que uma menina de cabelos escuros a esperava com uma plaquinha com seu nome. Achou brega, para dizer o mínimo.
- Bom dia, Anahí Puente. Meu nome é Maite Perroni e vou te guiar no seu primeiro dia. - A garota tinha um grande sorriso estampado no rosto.
Antes de se apresentar, Anahí observou as características da menina: Baixinha, olhos castanhos e cabelos pretos difíceis de descrever já que estavam presos em um coque. Com uma breve observação notou que ela tinha belas curvas, facilmente escondidas por suas roupas largas. Era o clichê da garota certinha.
Maite a levou para um tour detalhado - e entediante - por todos os ambientes importantes da escola. Depois de Anahí conhecer os armários e - com muita pena e esforço - substituir sua bolsa caríssima por alguns dos livros que estavam lá para as aulas do dia, seguiram direto para a sala.
Durante o caminho Maite mostrava e contava histórias sobre todas as fotos do corredor, falava sobre o quão acolhedora a escola era e que teria muitas oportunidades em algumas faculdades boas. Para Anahí era óbvio que toda essa "Cerimonia" se devia ao status financeiro da família e todo o prestigio e atenção da mídia local que tinham por receber uma aluna com um sobrenome tão importante.
A última foto estava em uma moldura dourada próxima a um grupo de meninos com os clássicos casacos do time, haviam algumas prateleiras de troféus abaixo e uma placa de metal com a história de vida e superação da pessoa da foto. Enrique.
"se superou e construiu um dos maiores impérios da indústria têxtil do mundo"
Anahí não quis continuar a leitura, ainda estava enojada. Percebeu rapidamente o quão idolatrado ele era naquele lugar e se ela não atingisse as expectativas, todo o esforço da sua vida seria desprezado e igualado a nada.
O grupo de meninos do time - liderado por Alejando López - se aproximou delas as observando de cima a baixo e Anahí rapidamente reconheceu um deles. Era o musculoso da boate. Passaram-se semanas desde aquela noite, mas seu rosto ainda estava fresco na sua memória e ela se perguntou se o amigo dele - que ela conheceu intimamente nos fundos da boate - também estudara ali. Seria coincidência demais.
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Anahí
Fiksi PenggemarAnahí: Significa "aquela que tem a voz doce" Segundo a lenda, esse era o nome de uma índia que estava sendo queimada mas foi transformada em uma flor - a flor da árvore de Ceibo. Nossa Anahí tem uma história parecida com a da lenda mas, ao invés de...