Capítulo 13 - Un poco de tu amor

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Pero sé también
Que entre la multitud, alguna vez
Pudieras ver la luz sobre mi piel

– Boa noite, amor! – Anahí disse sorridente e debochada ao ver Alfonso se aproximando da mesa que ela estava no restaurante.

Havia oferecido busca-lo em casa para irem juntos ou mandar seu motorista sozinho mas Alfonso recusou a carona e preferiu ir a pé, não queria ter que explicar essa situação para a mãe, muito menos para Dulce. Na verdade, ainda não sabia o que faria, o que diria, se seria verdadeiro arriscando ser julgado por elas ou se criaria uma bola de neve de mentiras. Tudo precisava ser meticulosamente planejado.

– Ainda não estamos namorando, meu amor. – respondeu no mesmo tom debochado.

– Vamos resolver isso hoje. – Ela bebeu um pouco do vinho que tinha em sua taça – Vamos direto ao ponto por favor, me diga, quais são seus termos?

– Primeiro tenho algumas dúvidas. – Anahí assentiu e ele continuou – Antes de tudo quero saber o motivo desta farsa.

– Isso é simples: metade da cidade acha que sou uma vadia irresponsável e a outra acha que estou maluca. Meu pai acha que preciso de um namorado para ser uma menina normal e é aí que você entra, Ponchito!

– Isso é meio estranho.

– Acostume-se, seus sogros fazem coisas estranhas o tempo todo. – Ela levanta a mão e o garçom enche a taça novamente.

– Supondo que eu concorde com esta loucura, para quem exatamente vamos ter que fingir então?

– Para todos, sem exceção, inclusive para meus pais. Preciso que isso seja o mais verdadeiro possível ou ele me manda pra um colégio interno no meio do deserto sem internet. – Alfonso achou isso um exagero mas preferiu não questionar verbalmente, mas mentalmente pensava: porque Enrique não podia saber os termos do namoro que ele mesmo exigiu que Anahí começasse?

– Você podia ter pedido a qualquer um dos meninos da escola para namorar com você de verdade, por que eu? – ele pergunta, precisava sanar essa curiosidade.

– Você é o menos pior entre aqueles otários infantis e bom, não sou do tipo que namora de verdade, acho que você já dever ter percebido isso.

É, Alfonso já tinha percebido e essa percepção o machucava na mesma proporção que o trazia mais dúvidas, quem era o cara no quarto dela então?

– Então, o que preciso fazer? Quais são limites e até onde vamos com essa história?

– É simples, mãos dadas nos corredores da escola, jantar com minha família e talvez você durma na minha casa uma noite ou outra...

Alfonso quase se engasgou com a água que bebia no instante que ouviu aquilo. A ideia de andar de mãos dadas com ela o tempo todo e conhecer seus pais já era difícil de assimilar, ainda mais para ele que já estava apaixonado por ela e também temia – mesmo sem conhecer pessoalmente – a figura do patriarca Puente graças a todos os boatos.

Não que ele nunca tivesse sonhado em dormir com ela, havia a desejado desde o dia em que a conheceu mas não imaginou que isso aconteceria dessa forma, não queria que fosse dessa forma. Definitivamente era um limite que precisava ser estabelecido.

– Dormir juntos? – disse tentando limpar a bagunça que tinha feito na mesa quando se assustou.

– Ai meu Deus, Herrera. Não pense nada pecaminoso, não vai acontecer nada intimo entre nós mas meu pai me conhece bem, ele vai saber que é mentira por conta dos meus últimos... casos.

Se referia aos seus ficantes que quase todas as semanas levava em casa para dormir, era praticamente tradição de Enrique expulsa-los pela manhã depois dar uma bronca interminável sobre a falta de descrição e exposição desnecessária de Anahí, que ignorava o discurso moral e voltava a repetir as atitudes na semana seguinte.

AnahíOnde histórias criam vida. Descubra agora