Capítulo 11 - Money Money

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No estaré loca, perdida, por un hombre
Que no tiene nada para darme, solo un duro corazón

Naquela manhã Anahí desceu para tomar café junto com a família.

Sabia que Enrique ainda não suportava sua cara mas agora que podia andar pela casa livremente, não perderia a oportunidade de arrumar algum jeito, mesmo que indiretamente, de provoca-lo.

Quando ela se aproximou, ele estava levando sua xicara de café preto a boca mas pausou no meio do caminho. Ainda não tinha visto seu visual novo, não só o cabelo na verdade. Naqueles dias que passou no quarto acabou perdendo um pouco de peso, ficado pálida e – com exceção da noite anterior – não estava usando maquiagem desde então.

Enrique nunca a via de cara limpa e nem se quer lembrava da cor natural dos cabelos dela.

Buenos días familia – Anahí disse ao se juntar a eles na mesa, com um sorriso de canto a canto.

– Bom dia querida – apenas Elena respondeu, Enrique desviou o olhar e permaneceu em silêncio – você não vai se arrumar?

– Pensei que só voltaria pra escola na segunda.

– E vai, mas uma amiga sua virá aqui para conversarem.

– Amiga? Eu não tenho amigas naquele hospício. – Anahí genuinamente não sabia e não imaginava quem seria essa tal visitante.

– A filha de Victória disse que está preocupada com sua saúde.

– Porque ela está preocupada com minha saúde?

Elena ficou em silêncio.

Anahí já imaginou o porquê. Sua família costumava aderir o vitimismo para justificar seus sumiços repentinos. Quando saíram do México, disseram que haviam decidido ir morar em uma cidade menor para respirar novos ares e cuidar da saúde frágil de Elena – que não sentia se quer dor em uma unha.

– Qual foi a mentira que contaram desta vez?

Ela ainda estava sem celular – que tinha ficado perdido em algum lugar da casa antes de toda a confusão – e não sabia de nenhum dos acontecimentos recentes, Derrick também não tinha mencionado nada quanto a isso mas algo dentro dela dizia que estava certa.

– Nós precisamos dizer que você estava com... problemas.

– Que tipo de problemas?

Enrique que ouvia toda a conversa sem nem se quer olha-la se irritou com a quantidade de perguntas e bateu a mão na mesa assustando as duas mulheres à sua frente.

– Nós dissemos que você estava depressiva, satisfeita? – gritou – Eu prefiro que digam que minha filha é louca a tudo o que diziam por aí, agora tome esse café calada e vá se arrumar.

Anahí o olhou fulminante, era raro mas às vezes ela não sabia o que dizer.

– E por Deus, aproveite e tome um sol, você parece um fantasma!

– Porque será? – ela disse mas foi ignorada, para ele o assunto já estava encerrado e não a dirigiria a palavra novamente nem tão cedo.

O silencio reinou entre eles durante o restante da refeição e logo depois cada um seguiu para um canto da casa. Enrique se trancou no escritório como sempre, Elena foi a cozinha passar as ordens do almoço do dia e Anahí foi para o quarto, procurou algo melhor para vestir, passou a mesma maquiagem leve que tinha testado no dia anterior e aguardou a tal visita chegar.

Ainda não estava feliz com sua imagem no espelho, estava realmente pálida e tinha perdido um pouco do bronzeado da pele mas tratou de disfarçar superficialmente o que podia. Não se reconhecia naquela figura refletida no espelho.

AnahíOnde histórias criam vida. Descubra agora