Capítulo 12 - ¿Qué Hay Detrás?

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¿Qué habrá detrás de ti?

– Herrera, precisamos conversar – depois de Anahí passar uma madrugada pensando no assunto, ele definitivamente parecia a melhor opção para seu plano de namoro falso.

O que Anahí não sabia é que Alfonso estava magoado por ter a visto com Derrick pela janela e não queria se aproximar para não acabar falando o que vinha na sua mente. Ele tinha acreditado na história da depressão e mesmo chateado, não descontaria suas frustrações em uma pessoa supostamente doente.

Agora era ela que corria atrás dele pelos corredores.

– Alfonso? Precisamos conversar, você não me ouviu? – ela se pôs na frente dele depois de finalmente tê-lo alcançado enquanto ele suspirava cansado, não queria vê-la, ainda não estava pronto para aceitar que estava apaixonado por uma pessoa que não seria capaz de o retribuir.

– Desculpa Anahí, tenho um trabalho pendente para entregar, preciso ir. – Alfonso nem se quer a olhou nos olhos, se afastou rapidamente e apressou o passo para sair rápido dali.

Anahí não entendeu nada do que tinha acontecido, estranhou ele ter se afastado assim levando em conta que na última vez que tinham se visto, eles se beijaram e ela tinha sido mais gentil do que de costume. Não tinha como imaginar o real motivo dele ter feito aquilo e depois de alguns minutos pensou que devia ser paranoia dela e que talvez Alfonso não estivesse em um bom dia.
Só que nos três dias seguintes a história se repetiu com as mais variadas desculpas e conseguir falar com ele já havia virado uma questão de honra e ego para ela, estava decidida a usar todas as artimanhas possíveis e já estava com a primeira em mãos: o endereço da casa dele.

Depois de – por intermédio de Elena – conseguir autorização do pai para sair, Anahí foi com o motorista e um segurança para o bairro de Alfonso, Enrique ainda não confiava nela para deixa-la sair só. Estava próximo do anoitecer quando a Puente se deparou com a casa onde o Herrera morava. Não era humilde como ela julgava que seria, claro que não era uma mansão como a dela mas ainda assim era grande, bonita, definitivamente Alfonso tinha uma boa família.

Ao bater na porta, se deparou com uma senhora ruiva e simpática de mais ou menos quarenta anos, tinha um rosto incrivelmente familiar, tinha apenas os olhos parecidos com os de Alfonso mas os traços do seu rosto a lembravam de outra pessoa, só não sabia quem.

– Olá, como posso te ajudar? – a senhora disse com um sorriso no rosto.

– Senhora Herrera? Gostaria de falar com o Poncho, ele está? – Anahí também sorriu, só que falsamente.

– Sim querida, entre. Vou chama-lo no quarto, digo que quem o procura?

– Anahí Puente, nós estudamos juntos.

– Você é a... – Ruth nem precisou terminar a frase para Anahí saber o que ela diria.

– Sim, senhora Herrera, sou a filha de Elena e Enrique Puente.

– Por favor, pode me chamar apenas de Ruth e me perdoe por minha indiscrição, na verdade eu pensei que você fosse diferente.

– Todos sempre pensam – disse baixinho, quase que de forma inaudível, se segurando para não revirar os olhos.

Ruth não ouviu, já estava subindo as escadas para chamar o filho no quarto. Enquanto isso, Anahí observava os detalhes da casa, viu que haviam fotos antigas na parede mas não teve coragem de se levantar do sofá para ver mais de perto. Tudo era bonito, de bom gosto, mais colorido e alegre do que ela estava acostumada mas parecia ser um lar aconchegante e terno, assim como a matriarca, que apesar de curiosa, parecia ser uma pessoa boa e carinhosa, diferente de Elena que faziam anos que não se aproximava sem ter um motivo por trás.

AnahíOnde histórias criam vida. Descubra agora