Sei partir

113 5 2
                                    

"Eu não sou frágil mas eu sei partir, não dependo de ninguém."

P.O.V Marisa

- Era madrugada e eu acordo ofegante e suada com o sonho que acabara de ter tido com ele. Maldição, não me deixa em paz nem dormindo! Me levanto, vou até a cozinha tomar uma água e volto pro quarto na esperança de conseguir dormir. Mas a esperança foi frustrada: mesmo com sono, eu só conseguia pensar em Miguel e pra ajudar, ele tinha me convidado pra ir lá. Eu odeio voltar atrás principalmente em casos com esse, mas ele era ele e bom, eu queria tanto quanto ele. O relógio marcava 3:33h a.m e eu sem dar atenção às relutâncias, me troco e sigo pro outro lado do quarteirão.

P.O.V Miguel

- O relógio marcava pouco mais de 3:30h Am quando eu acordei com a boca seca. Ainda com a toalha que adormeci, vou até a cozinha e abro uma lata de refrigerante. Eu deveria ter assustado quando a porta se abriu mas o cheiro que vinha do lado de fora era inconfundível. Apoiado na bancada com o copo na mão, eu acompanhei a silhueta se movimentar no escuro.

Miguel: Procurando alguém, meu bem? - acendo a luz da cozinha
Marisa: Que susto, Miguel! - leva a mão no peito.
Miguel: Que susto digo eu! Sabe que horas são? - saio de trás do balcão e eu já entendo os olhares que recebo. - Deixou João sozinho?
Marisa: Minha mãe tá com ele. - ela me olhava de cima abaixo e meu corpo reagia aos efeitos dela.
Miguel: Vai babar. - provoco com a mão no canto da boca.
Marisa: Não enche o saco. - revira os olhos..

P.O.V Marisa

- Me surpreendo ao ver que ele não tinha restringido minha entrada no prédio e no fundo, agradeço! Subo me perguntando se era certo mesmo já sabendo a resposta. Abro a porta devagar e entro pé ante pé, até ouvir a voz dele e não, eu não esperava que ele estivesse acordado.

Marisa: Que susto, Miguel! - tento acalmar os batimentos acelerados com a mão no peito
Miguel: Que susto digo eu! Sabe que horas são? - ele sai de trás do balcão e meu coração acelera de um jeito diferente quando o vejo só de toalha. - Deixou João sozinho?
Marisa: Minha mãe tá com ele. - respondo no ato enquanto meus olhos passeiam por cada detalhe do peitoral nu.
Miguel: Vai babar. - ele sabe quebrar o momento.
Marisa: Não enche o saco. - reviro os olhos e já começo a me arrepender de ter ido ali.
Miguel: Sabe que invasão ainda é crime, né? Do que precisa?
Marisa: Conversar. - minto.
Miguel: De madrugada? - ergue os braços e ri. - tá bom.
Marisa: Ce tá certo, foi uma péssima ideia. - me viro pra sair mas ele me alcança.
Miguel: Não, pera aí! - ele me abraça pela cintura e afaga meus cabelos. - fica aqui!

- Eu podia me render afinal, meu corpo queria aquilo mas a razão fala mais alto, de novo.

Miguel: Fica aqui mais um pouco! - ele dizia com a voz rouca e eu me afasto.
Marisa: Foi uma ideia idiota, desculpa invadir sua casa assim. - digo e saio dali depressa.

- Em mim era uma confusão só! Eu queria ter ficado. Na verdade, eu nunca quis ter ido mas o universo não estava a nosso favor e eu não sabia como extravasar tudo o sentia. Volto pra casa com a sensação de culpa e alívio por não ter cedido. Estranho? Talvez! Mas eu só queria esquecer o que tinha (quase) acontecido.

P.O.V Miguel

- Ela vai embora depressa e eu estava sem entender o que poderia ter se passado na cabeça dela. Não era normal ela invadir minha casa. Bom, pelo menos tinha deixado de ser normal desde que terminamos. Conformado com a situação, apago as luzes e volto pro quarto. Horas depois acordo pra iniciar mais um dia. Faço minhas higienes matinais, tomo meu café e sigo pro local de gravações.
O dia seguiu normal! Marisa me evitando, como sempre e eu me perguntando o que estava acontecendo de verdade. Na hora do almoço, já tomado pela dúvida a abordo no corredor

Além das telasOnde histórias criam vida. Descubra agora