Você é um homem bom.

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P. O.V Miguel
- Fui pro quarto mas a minha real vontade, era beijar aquela boca e tê-la em meus braços ali na sala mesmo, mas seria errado. Seria proveito e eu não sou um homem desse nível. Deito na cama mas o calor que sentia me impediu de dormir. Viro a noite em claro e quando me assusto, o quarto é invadido pelo sol. Me levanto, e decido não comentar sobre o que aconteceu horas antes, não queria de maneira alguma deixa- la desconfortável.

-

P.O.V Marisa
- Duas semanas haviam se passado e nenhum de nós voltou no assunto, apenas seguimos os dias como deveriam ser. Evandro me ligava constantemente e, por mais que da minha parte ainda houvesse amor, ele estava consumido por uma obsessão demoníaca sobre o Miguel.
Era nossa folga e estávamos em casa. Miguel trancado no escritório e eu no quarto, lendo um dos livros que ele havia me recomendado quando meu telefone toca.

Marisa: Alô? - atendo curiosa.
~ Oi meu amor.
Marisa: Ah, é você. - digo sem muito entusiasmo. - trocou de número?
Evandro: Também tô com saudade e também tô bem!
Marisa: Que bom. Já ia te ligar mesmo.
Evandro: Ia mesmo? - notei uma certa animação no seu tom de voz.
Marisa: Ia. Acho que já deu tempo suficiente pra pensar sobre nós e nossa situação.
Evandro: É amor? Onde você está? Posso ir aí pra gente conversar pessoalmente. - ele diz calmo e isso me corta o coração.
Marisa: Antes me responde só uma coisa
Evandro: Pode falar amor.
Marisa: Você me ama mesmo? A ponto de aceitar meu trabalho?
Evandro: Eu te amo, você sabe que sim!
Marisa: Responde a pergunta toda.
Evandro: Não, Marisa. Por mais que eu tente eu não consigo te aceitar nos braços daquele cara todos os dias. - ele responde de uma vez
Marisa: Eu tentei, juro que tentei. Nós não vamos conversar- engulo seco. - não na presença do meu advogado. - digo e desligo o telefone

- De longe, essa foi a decisão que mais me doeu.

P.O.V Miguel

- Estou focado lendo o texto do próximo episódio mas sou interrompido pela voz de Marisa no quarto próximo ao escritório. Era inevitável não prestar atenção no que se falava. De repente se fez silêncio. Deixo os papéis em cima da mesa e vou andando pé por pé até a porta entreaberta e a vejo deitada, agarrada ao travesseiro.

Miguel: Posso entrar? - pergunto tímido.
Marisa: P- pode sim. - ela diz sem se virar.

- Eu entro e me sento na beira da cama e coloco a mão em suas costas. Num ato rápido ela se levanta e novamente desaba em meus braços.

P.O.V Marisa

- Meu mundo havia caído sobre mim sem aviso prévio. Tudo girava e meu estômago embrulhava e eu só conseguia chorar. Miguel entra e sem pensar eu me jogo em seus braços e me permito sentir todo sentimento entalado na garganta.

Miguel: Calma, meu bem! - ele tinha o tom de voz calmo e baixo.

- Ficamos ali por um momento até eu me recompor.

Miguel: Quer conversar sobre isso? - ele levanta minha cabeça e enxuga algumas lagrimas que ainda caiam.
Marisa: Não tem o que falar, acabou. - digo com tristeza.

- Ele me abraça e dessa vez forte. Eu não conseguia mais chorar, era como se as reservas lacrimais tivessem acabado. Eu apenas retribuo e fecho os olhos.

P.O.V Miguel

- Eu não sabia como reagir. Não sabia o que dizer ou o que fazer. Apenas a abraço forte mostrando que eu estava ali por ela e com ela. Curiosamente ela retribui e me surpreende.

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