Capítulo 12 | Desafio

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                                                  Desafio | Julie Perfetto

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Desafio | Julie Perfetto

Eu e Lucca chegamos no hotel, eu entrei diretamente no meu quarto.

Lucca está falando algo por trás da porta, o som está saindo abafado e eu não consigo entender muito bem.

- Lucca, eu não to entendendo nada, entra e fala o que você tem pra me falar.

- Você está bem? Ele fez algo com você?

- Não, ele na fez nada comigo, estava tudo dando certo até você chegar.

- Minha estrela, não fica chateada comigo!

- Não me chama assim.

- Pq?

- Pq a última vez que você me chamou assim a gente se beijou e depois você sumiu por 6 meses.

- Julie, teve motivo, sabe!

- Não, você mentiu pra mim de novo e de novo.

- Me conta o que você quer saber.

- Promete não esconder nada?

- Prometo!

- Há quanto tempo você voltou a correr?

Ele respira fundo e demora um pouco para falar.

- Julie, eu precisei parar de correr e de lutar por um tempo, porque percebi que estava te prejudicando. Me sentia como um peso em sua vida, sempre sendo cuidado por você, enquanto escondia as coisas erradas que eu fazia. Eu sabia que você odiava carros, especialmente porque um deles tirou a vida da sua mãe. Mas desde que cheguei aqui, e me afastei de você, tive que colocar minha cabeça no lugar. Voltei a participar de corridas ilegais, e também voltei a treinar boxe. É por isso que sou conhecido aqui, tenho dinheiro e frequentava todas as festas, tentando te esquecer.

Fico atordoada com suas palavras. Ouvir tudo isso de Lucca é um choque para mim. Ele estava lidando com seus próprios demônios, mas ao mesmo tempo me afastava. Por que ele não me contou nada antes? Por que ele tentou lidar com tudo isso sozinho?

- Me esquecer, Lucca? Por que precisaria me esquecer? Você é meu melhor amigo, sempre esteve ao meu lado. Nunca me importei de cuidar de você, porque isso é o que amigos fazem. Mas por que você decidiu tomar essa decisão sozinho? Por que não me contou o que estava acontecendo?

- Julie, eu me sentia tão culpado por ter te deixado de lado. Eu sabia que éramos como irmãos, e eu te deixei. Seu pai vive viajando, Louise está na faculdade... Eu fiquei com medo de te sufocar, de não ser bom o suficiente para você. E então, fiz coisas erradas para tentar preencher o vazio. Eu sinto muito, Julie.

Fico em silêncio por um momento, processando suas palavras. As emoções se misturam dentro de mim, tristeza, confusão, raiva e até compreensão. Não posso negar que estou machucada.

- Estou cansada. Preciso dormir e processar tudo isso. Mas saiba que essa conversa não diminui o fato de que você tentou controlar minha vida. Eu quero encontrar paz com você, sem brigas ou mentiras. Mas isso não significa que vou esquecer o que aconteceu. Precisamos conversar mais, Lucca, sobre nossos sentimentos e expectativas.

Nós demos um abraço de boa noite e ele sai do meu quarto.

Antes de dormir, decidi que era hora de focar no meu treinamento de vôlei e deixar as confusões de lado.

Acordei cedo e me arrumei com calma, certificando de estar preparada para o treino.

Cheguei mais cedo na quadra e decidi aproveitar o tempo para treinar um pouco antes das outras meninas chegarem.

Quando estava sozinha olhava fixamente para a bola de vôlei em minhas mãos, sentindo a familiaridade e a excitação correrem por minhas veias. O cheiro da quadra, a roupa que eu estava usando. Respirei fundo, recordando os anos de treinamento dedicados ao esporte que eu amava. O vôlei era minha paixão.

Eu sabia que seria um desafio retomar a intensidade e o ritmo que uma atleta de vôlei exige, mas estava determinada a provar pra mim mesma e aos outros que ainda tinha o fogo da competição dentro de mim.

Com a chegada iminente do campeonato universitário, senti ainda mais motivada a voltar às quadras e dar o meu melhor.

Enquanto estava na quadra, Lucca, Lion, Jenna e Nick apareceram para assistir ao treino. Sorrio ao vê-los ali, sentindo uma mistura de alegria e nervosismo ao saber que eles estão me observando. Noah também chega, e juntas nos posicionamos para o treino.

Dividimos o time, garantindo que teríamos adversários para o treino. A atmosfera se torna mais intensa e concentrada, como se estivéssemos em uma partida real, com várias torcidas e lotado de pessoas.

A treinadora lançou a bola para o primeiro saque, e a partida começou. Eu assumi minha posição como levantadora, pronta para distribuir passes precisos e inteligentes.

Noah, como uma das atacantes, se movimentava habilmente pela quadra, buscando oportunidades para finalizar os pontos. Seus saltos graciosos e poderosos ataques mostravam sua habilidade e destreza no esporte.

Eu e Noah nos comunicávamos de forma natural e intuitiva. Combinavam nossos movimentos e trocavam olhares rápidos que indicavam a próxima jogada.

Os meus ataques eram precisos, proporcionando oportunidades de pontos para o time. Meus levantamentos bem colocados permitiam que as companheiras atacassem com força e eficiência.

A cada ponto conquistado, a empolgação aumentava e a confiança do time se fortalecia.

Noah, por sua vez, exibia uma agilidade impressionante. Seus saltos altos e rápidos lhe davam vantagem para superar a defesa adversária. Ela conseguia driblar os bloqueios e finalizar os pontos com precisão, deixando a torcida e principalmente eu, impressionada.

O jogo se desenrolava em um ritmo intenso e emocionante. O meu time demonstrava sua força e habilidade.

No final da treinamento, o time que ficou eu e Noah, foi o vencedor.

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