Memórias | Lucca Rossi
A sensação era estranha, minha cabeça doía e ao mesmo tempo que sentia meu braço, eu não o sentia.
Queria apagar as memórias da noite passada, fingia não estar me importando, ao meio de risadas, mas os flashs que eu tinha estava me perturbando.
Julie passou o domingo inteiro cuidado de mim, me dando os remédios na hora certa. Café da manhã, almoço e janta, ela me entregou tudo pronto e na minha cama.
Céus, se não fosse por ela eu estaria sem comer a dias.
Lembrei que ela tinha uma prova importante amanhã, disse a que deveria ir estudar um pouco e descansar também, que agora eu conseguia me virar sozinho.
Mesmo ela relutando, ela aceitou, devia estar bem cansada, aliás, eu também estou. Crei coragem para tomar banho e fiquei 1 hora lá, tentando não molhar o gesso.
— Precisa de alguma coisa? — Julie me pergunta, estava pronta para ir pra faculdade.
— De um beijo!
Julie sorri e vem em minha direção.
Seus lábios colados nos meus, por um momento me fez esquecer de todas as coisas.
— Me liga qualquer coisa, tá bom?
— Pode deixar.
Julie Perfetto
Não era a primeira vez que Lucca se machucava feio e que óbvio, eu quem tinha que cuidar.
Minha mãe costumava falar que eu era uma princesa e que teria um final feliz, como nos livros que ela lia pra mim.
Mas depois que eu fui crescendo, o que eu lia nos livros se tornara mais distante de acontecer em minha vida, não só a questão do romance, mas as vezes na parte de realizar meus sonhos, as vezes nas partes de ser feliz de verdade novamente, porque meu mundo acabou quando minha mãe se foi.
Até que eu conheci Lucca, os Rossi, em geral. Pois Matteo e suas palhaçadas alegravam meu dia e conquistaram o coração de minha irmã.
Até que Lucca começou a partir meu coração, mesmo que ele não soubesse disso. Primeiro começou a sair demais, não que isso fosse da minha conta, mas eu passava a noite toda pensando onde ele estava, com quem, o que estava fazendo, já que recusava várias vezes que eu o chamava para ir lá em casa.
Depois começou a beber e beber muito, também frequentar muitas festas, seus stories do instagram sempre estava cheio de fotos em baladas.
Algumas poucas vezes fui em sua casa e dentro do quarto dele, tinha garrafas chiques expostas em prateleiras, algumas vazias e eu sabia que era porque ele tomava.
Naquele mesmo dia, fui procurar uma caneta em seu quarto e abri uma gaveta, lá tinha algumas camisinhas.
Fechei a gaveta rapidamente antes que ele percebesse que eu estava em transe, raciocinando o óbvio.
Isso foi o estopim para que eu não o esperasse mais, eu não esperaria mais que ele me convidasse para ir ao cinema, sozinhos, já que sempre ele também chamava Matteo e Louise, eu não esperaria mais ele trazer presentes surpresas pra mim ou fazer declarações que mostrava que se importava.
Eram só implicações, me chamava de feia, bagunçava meu cabelo, falava que eu tinha os dentes tortos e assim por diante.
Até que conheci Timothe, era um cara mais velho, alto, forte, moreno. Fiquei encantada com o jeito que ele me tratava, as primeiras flores que eu ganhei, foi ele quem me deu, ele me chamava pra sair todo final de semana e se duvidar, vários dias da semana também, ele me beijava e me fazia sentir coisas que eu nunca tinha sentido antes. Ele foi o cara com quem perdi minha virgindade.
Mas depois de alguns meses, ele começou a ser mais agressivo, ignorante, frio e eu chorava noites por conta disso, me questionava se o problema era eu ou o que eu tinha feito de errado.
Quando ele me traiu, talvez eu nem fiquei tão surpresa, minha cabeça pensava milhões de coisas o tempo todo sobre nós e eu achava que ele poderia ter encontrado alguém melhor.
Tenho medo do Lucca fazer isso comigo, não de me trair ou de ser agressivo, mas de ir embora, de me magoar, porque agora é o momento que ele está morrendo de amores por mim, começo de relacionamento é sempre perfeito.
Mas tenho que levar em conta que não sou a garota ingênua de 16 anos e que ele não é o garoto ingênuo de 17 anos. Lucca também não é o Timothe.
(...)
Minha cabeça ficou o tempo inteiro pensando no Lucca. Será que ele tava bem? Será que ele precisava de ajuda?
Tentei conter meus pensamentos, porque já tinha enviado algumas mensagens mais cedo e ele me respondeu que estava bem.
Fui até a diretoria e entreguei para a secretária o atestado, evitando encontrar com a diretora para dar ter que dar mais detalhes.
— Julie?
Droga. Ela tinha que sair do escritório dela na mesma hora que eu estava na recepção?
— Bom dia. Eu só vim entregar um atestado.
— É seu?
— Não. É do Lucca Rossi.
— Aconteceu alguma coisa com ele?
Não sabia que ela reconhecia o nome dele.
— Ele quebrou o braço.
— Nossa... como isso aconteceu?
— Ele foi fazer uma trilha, caiu e saiu rolando morro a baixo...
Fiquei pensando se minha cara estava convincente. Isso foi o máximo que consegui pensar na hora.
— Fala que qualquer coisa que ele precisar, pode me ligar, viu?
— Ah, ok. Obrigada.
Parecia que ela conhecia ele muito bem, estanhei isso, mas de qualquer forma fiquei aliviada que não ouvi mais perguntas, estava doida para ir para casa e vê-lo.
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Pergunte ao destino
Romance[ + 16] Essa fanfic é inspirada no estilo de CULPA MINHA Julie é uma garota de 18 anos que mora em Milão, na Itália, que logo irá pra faculdade, junto com seu melhor amigo Lucca. Entre alguns acontecimentos, ela se torna alguém ainda mais fria e r...