Capítulo 7

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Chegamos à cidade em torno de sete e meia da manhã.

Durante o restante da viagem, Mike não tentou mais nada. Agradeço por isso, pois já estou constrangido o suficiente com o que aconteceu há algumas horas.

Paramos em frente a um hotel, provavelmente o que ficaremos hospedados, e um por um, os alunos descem do ônibus. A coordenadora tenta organizar a grande turma em grupos e diz que lá dentro vai anunciar como ficou a divisão dos quartos.

Quando todos entram e conseguem ficar quietos, ela começa a falar.

- Vocês serão divididos em duplas e trios já escolhidos para ocupar os quartos disponíveis. Quem for chamado, pega uma chave na portaria e vai para o quarto guardar suas malas.

Ok, é a hora mais decisiva da viagem. Espero que eu não fique com nenhum garoto que ronca.

A coordenadora diz algumas duplas e dois trios. Meninas com meninas e meninos com meninos. Essa questão de separar os grupos por gêneros é uma medida meio engraçada. Os adultos acreditam que se um menino ficar no mesmo quarto que uma menina, eles vão fazer coisas indevidas.

Inocentes...

- Steve, Dean e James.

Arqueio as sobrancelhas, surpreso.

Não vou ficar com Steve. Esse bendito filho de Hermes vai dividir um quarto com o casal de meio-sangues. Quero nem imaginar o que eles provavelmente vão fazer durante a noite. Os deuses que me ajudem a não dormir ao lado do quarto deles.

- Will e Michael.

Ok, vou ficar com o Mike. Agora é só pegar a chave e...

Espera... O que?

- Oi, solzinho - Mike sorri, girando uma chave prateada entre os dedos - Vamos?

- Eu não acredito.

É sério, destino?

Poderia ser um pouquinho menos clichê de vez em quando?

Às vezes eu acredito que isso é apenas arte desse babaca que faz de tudo para me irritar. Ele deve combinar com todo o mundo para conseguir o que quer ou apelar para seus poderes de merda. Odeio o fato de ele ser filho de Himeros e poder manipular a mente das pessoas. É só ele piscar ou sorrir que todos caem aos seus pés.

Todos, menos eu, é claro.

Resmungo e tomo a chave da mão de Mike, batendo os pés ao caminhar em direção ao meu quarto e arrastando minha mala de rodinhas. Ele me segue quieto, carregando em um dos ombros uma mochila verde (que cor ridícula).

- Eu fico com a melhor cama - digo antes de entrar.

- Fique a vontade, bebê. Eu sei que no final você vai deitar comigo na minha - murmura ele, tossindo em seguida para disfarçar.

- É o que?

- Nada - ele sorri, cínico.

Reviro os olhos e ignoro o que ele disse. Sei que aquilo é mentira, ele só está blefando.

O quarto é pequeno e colorido. Há duas camas, uma em cada parede. Isso significa que se eu me sentar na lateral de uma, fico de frente para a outra. Elas são iguais em aparência, mas, mesmo assim, faço questão de provar as duas para ver qual é a mais confortável. Sento, deito, pulo, testo os colchões até decidir com qual eu vou ficar.

- Humm, vai ser uma delícia dormir em uma cama que a sua bunda já inaugurou.

Paro de me mexer na cama para olhar para aquele cretino.

Sexual Appetite - BylerOnde histórias criam vida. Descubra agora