Ostara; Contrariedade de Granger.

991 72 23
                                    

A próxima visita protetora de Draco à casa de Granger foi prejudicada pelo que foi, em retrospecto, um leve lapso de julgamento. À medida que as semanas se passaram e ele pouco avançou na descoberta da natureza do projeto de pesquisa dela, sua mente voltou-se para um certo objeto de interesse em seu escritório: o grimório esfarrapado no pedestal. Aquele pelo qual ela ameaçou chorar.

E assim, uma manhã no início de março, quando Draco estava se preparando para sua perene visita ao chalé de Granger, ele enviou a ela uma nota indicando que ele iria até a casa dela, se estivesse tudo bem, porque ele não havia protegido o janelas individualmente, e isso o estava incomodando.

Granger aquiesceu com um seco, se realmente achar necessário.

Sim, ele achava.

Draco programou sua visita para coincidir com uma das aulas de Granger na Trinity, para garantir que não seria perturbado enquanto bisbilhotasse. Quando ele chegou, o gato dela – talvez sentindo algo nefasto acontecendo – assumiu uma posição de poder no telhado e olhou para ele enquanto ele mudava as proteções externas.

— Só estou fazendo meu trabalho, gato, — disse Draco, fazendo um grande show disso.

O gato olhou para ele com cinismo.

Ele entrou no chalé e guardou as janelas do primeiro andar com entusiasmo, depois subiu as escadas para fazer as outras. O quarto de Granger foi arrumado primeiro, com o mínimo de olhar ao redor, porque o gato estava na porta, observando-o. Em seguida, a sala de ioga. Então, finalmente, ele foi para o escritório.

O grimório ainda estava em seu pedestal, aberto no meio, ainda cercado pelo brilho verde dos feitiços de estase. Draco guardou a janela sob o olhar atento do gato e se dirigiu para o tomo.

O olhar do gato tornou-se mais penetrante.

Draco olhou para as páginas visíveis. Através do feitiço de estase, as palavras ficaram borradas e pareciam dançar. O roteiro era trabalhoso e pesado. Não era inglês – na verdade, alguns trechos pareciam franceses – anglo-normando, talvez? Nesse caso, tratava-se de um livro antigo – cinco séculos, pelo menos.

Pelas partes que conseguia entender, ele estava olhando para uma descrição elaborada de uma paisagem: uma colina verde sob sinos azuis dançantes, cardos brilhantes e folhas macias como veludo.

Isso foi tudo que Draco conseguiu entender, o resto estava muito danificado. Ele se lembrou do momento de volubilidade de Granger na estrada Mendip, algo sobre descrições da flora dando a ela pistas para sua misteriosa busca. Nenhuma das plantas mencionadas aqui tinha aparecido em sua lista, no entanto. Esta deve ser uma lista diferente.

Ele queria muito ver a capa do livro.

Ele olhou para o gato. O gato quase balançou a cabeça.

— Só uma olhada rápida, — disse Draco para o gato. — Eu poderia ser capaz de ajudá-la, você sabe.

O gato balançou o rabo em desaprovação.

Draco fez isso de qualquer maneira. Usando sua varinha como uma alavanca, para que ele não tocasse no livro, ele levantou a capa o suficiente para espiar a frente.

Foi intitulado, Revelações.

O gato miou um miado colérico.

Draco deixou a tampa cair de volta no lugar e deixou a cabana rapidamente.

~*~

Draco não sabia como, mas Granger suspeitava de algo. Primeiro, seu bloco zumbiu com uma série de mensagens, questionando-o sobre se ele havia tocado no livro. Draco negou, negou um pouco mais, e então atordoou o bloco para que parasse de zumbir.

Draco Malfoy and the Mortifying Ordeal of Being in Love | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora