O topo do mundo.

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A tarde de segunda-feira consistiu principalmente em perseguir cadáveres cambaleantes levantados por um Necromante em Slough. Draco ocasionalmente tinha dificuldade em distinguir os cadáveres dos bons cidadãos de Slough, mas isso é uma história para outro dia.

Ele chegou a Hogsmeade para encontrar Granger às quatro horas em ponto. Ele achou a aldeia extremamente silenciosa. A maioria dos lojistas estava de férias e os aldeões restantes se retiraram para dentro de casa para evitar o calor.

Draco arrumou apressadamente a frente de suas vestes para que elas caíssem sobre seu peito, insinuando peitorais robustos. Ele passou a mão pelo cabelo para garantir que parecesse grosseiramente despenteado, como convinha a um Auror que fazia coisas rudes e másculas.

Então ele se reclinou contra um poste de luz para esperar por Granger, pretendendo projetar uma vibração legal, casual e desinteressada.

Foi arruinada por Granger quase aparatando nele.

Eles caíram e se desvencilharam entre si com suspiros.

— Você teve que escolher esta polegada quadrada precisa para aparatar? — Draco perguntou irritado, tirando o pó de suas vestes.

— Você não conseguiu encontrar outro lugar para descansar do que a via principal?! Realmente? — Granger se recompôs. — Acho que meu pé estava no seu baço.

— Eu estou sentindo.

Eles se levantaram e se olharam em uma espécie de avaliação mútua. Fazia quase um mês desde que eles se viram pela última vez. Granger tinha aquele olhar sobrecarregado sobre ela novamente – as manchas profundas sob seus olhos, a boca tensa.

Ela usava um vestido de verão amarelo, como se sua desagradável alegria ofuscasse seu cansaço.

Isso não aconteceu.

— Você parece uma idiota, — disse Draco.

— Obrigado. Posso perguntar sobre o globo ocular que você tem pendurado no ombro?

Draco olhou para baixo. Seja qual for o cadáver com o qual ele lidou mais recentemente, deixou um olho e um longo nervo óptico enrolado na parte de trás do braço, arruinando sua vibração legal e casual.

— Certo, — disse ele, desaparecendo o olho. — Souvenir da missão desta manhã.

— Seu dono não sentirá falta?

— Ele estava morto, então, não.

Os olhos de Granger percorreram o resto dele, mas não havia mais partes do corpo desonestas para serem encontradas. Ela apontou para a estrada. — Devemos? Irma concordou em me encontrar às 16h15.

— Irma?

— Madame Pince.

— Ela ainda está conosco? Merlin, eu tinha me esquecido daquela velha...

Eles andaram. Draco checou a si mesmo e ficou satisfeito por não estar sentindo nada daquela merda fofa que tanto o aterrorizava. Ele apenas apreciou a visão das pernas de Granger, o que era bastante normal. Ela tinha pernas bonitas.

Draco notou que não havia nenhum fluxo de informação direcionado a ele, nenhum Olha, Malfoy, nenhuma bunda através da vegetação rasteira para apontar para uma folha. Talvez Granger estivesse cansada – este era, em sua melhor avaliação, seu primeiro dia de folga desde o solstício de verão. E aquele feriado dificilmente foi um momento relaxante: muitas freiras da morte.

Mas havia mais do que cansaço – havia também uma espécie de reserva saindo dela. Ela estava mantendo distância. Ele se perguntou, descontroladamente, se ela também havia notado uma alguma coisa, e se isso a assustara tanto quanto a ele.

Draco Malfoy and the Mortifying Ordeal of Being in Love | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora