O Advogado Striper - Jikook

Wounds outside the chest

Meu coração é um almirante louco, que abandonou a profissão do mar.
-Ariano Suassuna.

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A vida pode te levar ao chão de várias maneiras, pode te derrubar de uma imensa escadaria, ou como perdas de dinheiro, relacionamentos, emprego etc.
E a vida resolveu me dar uma sequência de rasteiras contínuas, primeiro a perda do emprego, segunda o sequestro dos meus pais e por último o acontecido com o Seung e agora eu estaria recebendo a quarta no qual ainda não me foi passado, Jeon resolveu se passar por mim e continuar na chamada.

Eu não sabia com quem ele falava, os sim e não eram alternados, ele andava de um lado ao outro na sala e por um breve momento comecei a analisá-lo.
Quem é esse Jungkook a minha frente? Definitivamente não é o mesmo que demonstrou desde o início não se importar com nada além do seu nariz, qual era sua verdadeira face? Seria a de mandão e troglodita ou essa que está a minha frente, um homem preocupado e que passa pomadas para ferimentos dando leves sopros. E eu prefiro apenas acreditar que ele não sabe lidar com os seus sentimentos.

E a chamada chegou ao fim, ele desligou o smartphone e se aproximou de mim.

-Jimin, você precisa ir até o hospital.

-Por quê? -Eu falei calmo devolvendo o tom que me foi pedido

-Se quiser posso te acompanhar.

-O que aconteceu?

-Os seus pais... eles... Jimin eu sinto muito

-Você não está falando sério, né? Jeon olha meu estado, feridas externas não bastam? -eu dei um sorriso forçado

-Jimin eles sofreram um acidente e você precisa vê-los.

Naquele momento eu não senti nada, meu corpo amoleceu e fui de encontro ao chão. Não perdi meus sentidos, fora eu tivesse preferido, e ficasse novamente dois ou mais dias desacordado.

Jeon me segurou e se abaixou junto a mim, eu não sabia o que falar e como agir.

Eu não queria me sentir assim, eu não queria sentir isso. E eu me recuso sentir, eu não posso sentir. A gente amadurece com o passar dos danos e perdemos nossa liberdade de sentimentos, perdemos nossa coragem no qual até um par de asas pesa uma tonelada.

Eu me levantei devagar com as mãos de Jeon de apoio.

-Vou até o hospital.

-Eu vou com você. -ele se apressou em pegar as chaves do carro mas eu coloquei a mão em seu peito o segurando.

-Não, não precisa.

-Como não?

-Jeon, obrigado pelo apoio mas eu não quero que vá. Você precisa manter uma certa distância de mim, por favor. -coloquei a mão sobre seu peitoral musculoso.

Ele ficou sem entender e eu simplesmente virei as costas, o porquê de estar fazendo isso é a intensidade. Jeon é muito intenso e ainda é meu patrão, uma distância significativa deve ser imposta.

Eu corri pelos corredores da boate e fui até meu carro, o liguei rapidamente tendo como destino o hospital. Dirigi rápido como de costume meu pai odeia isso. Ele sempre verificava o motor, freios, pneus, tudo que deveria ser verificado para um dia eu não sofrer um acidente por conta de correr demais e a falta de freios seja o motivo da minha morte.