Memórias Ressuscitadas -Parte 2

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Aeryn

O poder Daemati do Grão-Senhor forçava
meus escudos, e mesmo que eu estivesse permitindo sua presença em minha mente meu poder implorava para expulsa-lo e repelir a sua presença.

Os sussuros das minhas Sombras enchiam minha mente, mas tentei os ignorar, me esforçando para me concentrar no poder do Grão-Senhor em minha mente.
Outra lembrança perfurou minha frente e se abriu para o Grão-Senhor ve-la.

*Os corpos de meus pais já estavam frios no chão, sobre uma poça de sangue que começava a coagular e que manchava as minhas mãos e o meu rosto, quando tentei enxugar as lágrimas que não paravam de escorrer pelo meu rosto todo esfolado.

Alguém forte e vestido com algo metálico me agarrou por trás, e colocou um pano úmido em meu nariz e boca, me fazendo sentir um cheiro enjoativo e inebriante. Minhas pálpebras pesaram, e vi pela última vez meus pais mortos quando desabei para um sono na escuridão.

Acordei no que acreditei ser uma sela, e mal tive tempo de assimilar o que havia acontecido e como tinha ido parar ali, que meus pensamentos sofregos foram interrompidos por passos pesados e que ressoavam pelas paredes de pedra.
Por instinto chamei meu poder, minhas Sombras.

Nada aconteceu.

O desespero começou a se infiltrar em cada célula de meu corpo me fazendo entrar em pânico, e paralisei quando o homem que fui destinada para matar se materializou em minha frente.

O Rei de Hybern.

Tudo pareceu acontecer em câmera lenta quando a profecia começou a sair de sua boca asquerosa. As palavras arrastadas por uma melodia carregada de uma promessa silenciosa de dor e sofrimento.

"Aquela que nascera na noite mais escura, onde mesmo a lua temeu aparecer, será a maldição e a salvação do Reino.
Aquela a quem o poder escondido nas Trevas revindicar e as Sombras adorar será a escolhida.
Filha da noite, destinada a matar e a morrer em troca da salvação..."

Não podia cumprir meu maldito dever sem meu poder. Não podia mata-lo para salvar Prythian se agora era sua prisioneira e ele me controlava.

"...Aquela que nascera para quebrar a maldição e se tornar a de seu semelhante.
Aquela que vai reduzir em cinzas o rei perverso para ascender na morte"

O rei, estava me reduzindo em cinzas.

Uma risada asquerosa ecoou do fundo de sua garganta antes dele continuar - Você achou mesmo que conseguiria cumprir essa profecia menina? Você é tola se acha que algum dia vai me matar, mas vai pagar o preço por querer isso.

- Eu vou matar você, maldito! - sibilei entre dentes.

- Sem poder você não vai conseguir. O seu poder servirá a mim enquanto eu não puder reinvidica-lo. Você é a última da Linhagem deles, é muito valiosa para eu apenas mata-la, mesmo que você tenha sido crida para matar a mim - prosseguiu se aproximando das grades.

Minha cabeça voltou a funcionar, e quando assimilei que ele queria tirar o meu poder e me manter como sua refém, meus pulmões arderem com falta de ar.

Não sabia nada a respeito da tal Linhagem que ele mencionara, mas do que adiantaria, meus pais estavam mortos por minha causa, e nada mudaria isso*

Dessa vez fui eu quem desfez o contato de nossas mentes, expulsando o Grão-Senhor com um comando silencioso para o meu poder.
Abri meus olhos e encontrei o Grão-Senhor ofegante em minha frente, mas a sua respiração se tornou lenta quando ele me encarou com um olhar inclinado a horror.

Herdeira das Sombras  | Azriel |Onde histórias criam vida. Descubra agora