Herdeira das Sombras | Azriel |

Perdição e Perigo

Aeryn

-Me faça sua esta noite.

As palavras saíram em um pedido sufocante de meus lábios, e ele fechou os olhos por um instante, decidindo se iria dar início a esse caminho sem volta.
Cada célula do meu corpo implorando desesperadamente pelo seu toque enquanto as suas Sombras já me consumiam e eu me perdia nos segredos de seus olhos.

- Você não faz ideia de que é minha obsessão - sua voz grave e rouca fez meu corpo inteiro tremer, e senti um latejar mais agoniante naquela região em específico, desejando o que escondia de mim mesma.

Meu desejo por ele. Meu amor.

Talvez eu mesma também estivesse negando que não havia apenas a conexão do Laço de Parceria entre nós. Havia desejo. Havia amor e Obsessão.

- Não - me aproximei mais dele, meus seios agora encostando na altura logo abaixo de seu peito, enquanto senti o seu corpo se retesar assim como o meu pulsar com o seu contato, me ergui nas pontas dos pés e sussurrei em seu ouvido - Mas você pode me mostrar.

Ele grunhiu, sentindo meu corpo tocando o seu e o nosso calor se misturando, sentindo a mesma sensação de eletricidade que se estendia pelo nosso Laço e nos enchia de desejo um pelo outro.

- Eu não vou ser paciente, não quando eu desejo você mais do que qualquer outra coisa Aeryn! - ele sussurrou rouco, implorando a si mesmo que não perdesse o controle.

- Não quero que resista - aproximei meu rosto do seu, nossos lábios quase se encostando enquanto nossas respirações entrecortadas eram o único som além de nossos corações batendo descompassados - as noites foram feitas para dizermos coisas que não podem serem ditas no dia seguinte Azriel - sussurrei seu nome como uma oração, sentindo cada parte do meu corpo entrando em combustão, minhas Sombras em um emaranhado de confusão.

Antes que meu raciocínio já condenado funcionasse, ele me puxou contra si, envolvendo seu braço em minha cintura e colando nossos corpos. Seus malditos lábios tocaram os meus em um beijo voraz, desesperador, me fazendo perder a razão.

Nossas línguas se emaranharam e o mundo ao nosso redor pareceu desabar junto com a perdição que era seu gosto em minha boca.
Perigo. Perdição.

Azriel tinha gosto de perigo, e ele dizia que eu gostava de brincar com o perigo.
Ele estava certo.

Enquanto sua outra mão segurava minha mandíbula e passeava entre meus cabelos, que se emaranhavam em seus dedos, ele me apertava mais contra si, querendo me fazer perder o controle.

Emaranhei meus dedos em seus cabelos negros e sedosos, o puxando mais para mim, me deleitando em seu gosto do mesmo jeito com o qual ele fazia comigo.
Passeei com a mão vaga pelo seu peitoral, sentindo seus músculos e a sua força. O seu próprio poder e as suas Sombras que nos consumiam.

Separamos nossas bocas quando o ar se esvaiui de nossos pulmões, mas eu o havia dito para não resistir, e com agilidez ele me ergueu do chão, a medida que enlacei minhas pernas em volta de seu tronco, enquanto ele me segurava apalpando minhas coxas.

Eu o encarei por alguns segundos recuperando o fôlego, buscando me encontrar na imensidão de segredos em seus olhos.

- Você me disse que eu brinco com o perigo - indaguei, um sorriso malicioso em meu rosto, me agarrei em seu pescoço e me aproximei de seu rosto - Acontece que você, tem gosto de perigo.

Algo selvagem se acendeu em seus olhos, e ele me apoiou sentada na mesa que ficava ao canto de meu quarto. Com a respiração acelerada suas mãos ágeis lançaram meu boldrié e minhas facas para longe. Minha camisa não soube onde havia parado.