Herdeira das Sombras | Azriel |

Magia das Trevas

Aeryn

- Não me diga que matou Azriel? - debochou Cassian logo que pus os pés na pedra polida.

- Gostaria de ter tentado - falei com antipatia e recebi um olhar divertido de Cassian, ao mesmo tempo que Rhysand me encarou com um olhar acusatório.

Azriel apareceu em meio a noite, parando a alguns passos de distância de onde estava-mos.

- Que pena que está vivo irmão - debochou Cassian enquanto caminhava até Azriel.

- Cassian, agora não é hora - Azriel resmungou e eu soube que de alguma maneira eu o havia irritado.

Tentei esconder, mas sorri mesmo assim, e recebi um olhar curioso do General quando ele percebeu.

- Você deu uma surra nele? - Cassian perguntou com irônia se dirigindo a mim.

- Isso não importa agora - o Grão-Senhor se manisfestou imponente - Vejo vocês em 5 minutos na sala de jantar. Aeryn, você vem comigo - dizia enquanto Cassian e Azriel se moviam.

Caminhei até o Grão-Senhor, minhas Sombras sussurrando segredos. Ele esperou o General e o Encantador de Sombras desaparecerem pela porta adentro para enfim dizer:

- Você compreende o risco que correu e que colocou a todos nós indo até a floresta mais cedo Aeryn? - indagou com a expressão impassível - Você deveria ter obedecido Azriel quando disse para você ficar.

- Sim, eu certamente deveria ter obedecido ele, mas não sou o tipo de Feérica que fica esperando os outros fazerem o trabalho sujo por mim! - exclamei irritada - E eu sei que coloquei em risco a todos aqui, pelo caldeirão como eu sei!  Mas não importa, onde eu vá, ou com quem eu esteja, todos que estarem por perto vão correr perigo.
Eu não deveria estar aqui Grão-Senhor, e espero que haja algum propósito para eu ter vindo parar aqui, ou as consequências não serão agradáveis.

- É bom você estar ciente do que a sua presença pode causar, e saiba que eu farei qualquer coisa para proteger o meu povo de quem for. Até mesmo de você se for preciso - continuou ele com a voz imponente - Mas estamos lutando pela mesma causa Aeryn, isso eu não posso negar e sei o suficiente para ver que podemos nos aliar e derrota-lo, apenas preciso que colabore.

- Eu nasci para derrubar o rei, e é isso que farei. Se tiver que me aliar a esta Corte para fazer isso, não vejo o porque de não fazê-lo.

- Espero você na sala de jantar, temos muito o que conversar - falou por fim antes de virar as costas e desaparecer na penumbra.

Bufei irritada. Minhas Sombras se agitaram enquanto tentava me acalmar. Eu precisava colocar os pensamentos no lugar antes que eu socasse o primeiro que aparecesse em minha frente, e de preferência, que não fosse o Encantador de Sombras o infeliz.

Eu entendia a sua desconfiança em mim, afinal, eu compreendia a ameaça que eu era e que o meu poder me fazia ser, mas eu não aceitaria que ele ou qualquer outro duvidassem da minha capacidade de enfrentar alguém ou de conseguir algo perigoso.

Esse era o tipo de desconfiança que fazia meu sangue ferver, e era o suficiente para me tirar do sério.

Como se essa irritação não bastasse, ainda havia a reprimenda do Grã-Senhor, e mais uma vez eu sabia que ele só queria proteger o seu povo e que faria qualquer coisa para isso. O problema era que eu também faria isso se fosse necessário.

Eu também faria qualquer coisa para sobreviver e não ser apenas um meio de livrar a todos do mau e morrer para isso. Eu não aceitava essa ideia. Esse sacrifício não combinava comigo.
Eu tinha poder em mãos. Eu tinha vontade de sobreviver. E era isso que eu faria. Eu realizaria a profecia e viveria.