Branca de Neve

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P.O.V. Nick.

Tivemos que chamar o Monroe já que a moça só fala alemão. E o que ele traduziu foi...

-Está dizendo que... essa moça é a Branca de Neve?!- Questionei.

-Ela disse que é a Princesa Liliana Hoffman. Falou sobre a madrasta Lady Claudia, seu pai Frederick Hoffman e Nick... dá só uma olhada nisso.- Disse Monroe me mostrando o celular.

Ele tinha procurado no Google e realmente existiu uma Princesa Liliana Hoffman, filha do Rei Frederick Hoffman e da Rainha Eleonor Hoffman. E a moça do retrato com certeza era a cópia da garota deitada no leito do hospital. Num dos retratos pintados á tinta óleo ela estava usando um vestido branco e segurando uma maçã.

-Isso é loucura.- Comentei sem acreditar.

-Não cara, loucura é o fato desses retratos legítimos que estão em exposição no museu Gemaldegalerie em Berlim terem sido datados de meados no século XIV. Fizeram datação de carbono e tudo. E ao que parece a família Hoffman sumiu do mapa. Não sobrou ninguém, tem alguns registros que estão no museu, mas a Princesa foi dada como desaparecida, como morta, o Rei Frederick morreu sob circunstâncias misteriosas e a Rainha Cláudia sumiu.- Afirmou Monroe.

P.O.V. Liliana.

Eu consigo entender o que estão dizendo, poderia responder.  Fui muito bem educada pelos melhores tutores e professores, falo muitas línguas. Alemão é claro, espanhol, português, francês, italiano e inglês. O inglês deles é diferente do que estou acostumada, o sotaque, as palavras tudo, mas consigo entender. Mas, não respondo. Enquanto eles não souberem que sei falar inglês e que posso entendê-los estarei segura. É mais seguro para mim ficar em silêncio neste momento, ouvir antes de dizer qualquer coisa até porque depois do que eu passei fiquei mais desconfiada.

O Detetive Burkhart me perguntou em que ano estávamos e quando eu respondi ficou chocado. Alguns momentos depois tive uma revelação surpreendente. Descobri que estávamos no século vinte e um, em uma cidade chamada Portland que fica num continente do qual eu nunca ouvi falar. Notei que enquanto eu falava alemão, o Detetive não parecia me entender. Tenho quase certeza de que ele não me entende. Estou observando as reações dele e realmente este homem diante de mim não parece falar uma palavra de alemão.

Novamente me perguntaram sobre o assassino. Então, tomei uma decisão.

-Eu não sei quem matou aquele pobre homem. Já estava morto quando eu vi.- Disse respondendo a pergunta dele em inglês.

P.O.V. Nick.

Ela fala inglês?!

-Você fala inglês? Sabia falar inglês este tempo todo?- Questionei chocado.

-Sim. Porém, fiquei em silêncio, agi como uma tola para me proteger. Quando eu o vi tive medo, pensei que o senhor fosse... outra pessoa. Mas, você não é ele. Não é.- Disse a garota.

-Ele? Ele quem?- Perguntou o senhor Burkhart.

-Jacob Grimm. A semelhança é impressionante. Por acaso, são parentes?- Ela perguntou.

-Distantes. Jacob Grimm é meu ancestral. Porque? Vai dizer que foi Jacob Grimm que fez aquilo com você?- Perguntei.

-E se eu dissesse que sim. O que o senhor faria?- Ela respondeu.

Estava prestes a perguntar outra coisa quando o sargento Wu vem falar comigo dizer que haviam encontrado outro corpo na floresta. Tivemos que parar na delegacia á caminho do parque estadual porque o Capitão queria falar comigo. E acabou que... eu fui designado para proteger a vítima, a senhorita Hoffman.

Branca de Neve e o GrimmOnde histórias criam vida. Descubra agora