Sangue na neve

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P.O.V. Nick.

Em seu desespero Liliana se arrastou para fora do trailer pouco antes de finalmente morrer, a catarata de sangue que jorrava de seu pescoço caiu na neve manchando o branco imaculado e de alguma forma aquela cena era tenebrosa, trágica e bela tudo ao mesmo tempo. Apesar de eu ter feito meu melhor para salvá-la não adiantou, não deu para estancar o sangramento e eu sei que não teria tempo para chamar uma ambulância. 

Tudo isso parece absolutamente surreal o fato de um vampiro ter invadido meu trailer e assassinado uma jovem de dezenove anos, o fato de estar nevando. Não deveria ter neve em agosto e para tornar tudo ainda mais bizarro assim que Liliana deu seu último suspiro o ferimento no seu pescoço cicatrizou completamente, sua pele já pálida ficou realmente tão branca quanto a neve no chão e seus lábios vermelhos como o sangue que pingou de sua garganta. O cabelo também parecia mais preto, mais sedoso foi uma mudança visível, real que aconteceu bem diante dos meus olhos. E de repente, ela respirou se levantou levando as mãos á garganta como se tentasse estancar o sangramento que já não existia mais.

Ela olhava em volta apavorada sem entender o que havia acontecido.

P.O.V. Lily.

Olhei em volta e de repente tudo só voltou na minha cabeça. Eu me lembrei da sensação das garras rasgando a minha garganta, de me afogar no meu próprio sangue. Eu me lembrei de morrer, de ter sido assassinada. Senti alguém pegar no meu braço, imediatamente me assustei, mas quando me virei para olhar era Nick.

-Calma, está tudo bem. Vem, levanta.- Ele me ajudou a levantar.

E rapidamente me dei conta de que estou fraca, senti essa fome como eu nunca senti antes. Estou tão fraca que eu mal posso caminhar.

-Ela precisa de um hospital.- Disse Nick.

-Não. Ela precisa se alimentar.- Disse o demônio.

Num piscar de olhos ele sumiu e voltou com um homem maltrapilho e sujo um camponês. Ele usou uma de suas unhas para fazer um corte no pescoço do homem, um razoavelmente grande.

-Alimente-se minha filha.- Ouvi-o dizer.

A fome era tamanha que não consegui resistir eu comecei a beber e no minuto em que a primeira gota de sangue tocou os meus lábios minha boca começou a doer, era como se algo rasgasse minhas gengivas e então eu senti as presas uma de cada lado da boca. Elas saltaram para fora rasgando minhas gengivas e empurrando os caninos para fora. Meus caninos caíram e as presas os substituíram. E eu as usei para atacar vorazmente o homem á minha frente e quando percebi o que havia feito...

-Eu o matei. Meu Deus, eu o matei.- Falei sentindo as lágrimas escorrerem pelos meus lábios.

-Não se culpe, esse mortal fez muito mais com sua morte do que jamais faria em vida. Pode parecer frio e cruel, mas a maioria dos seres humanos é inútil, eles são desperdícios de espaço. São pessoas medíocres, camponeses metidos e mal criados que jamais farão algo de verdadeiramente impressionante na vida. Eles nascem, crescem e morrem sem nunca ter feito nada de extraordinário ou mesmo de útil.- Disse Apotamkin.

Ele mandou eu ir me lavar e então começou a treinar Nick á como matar o vampiro.

P.O.V. Nick.

Quando o questionei sobre aquela história de que apenas um vampiro pode matar outro ele disse que os Grimm são exceção, que temos a capacidade e habilidade para dar cabo de um deles, mas que para isso o Grimm precisa ser muito bem treinado. Ele deu uma espada na minha mão e começamos a lutar. Fui rapidamente desarmado pelo vampiro que só então começou a me ensinar a como segurar a espada, como manuseá-la, estilos de luta, jogo de pés e depois de eu ter ligado para Rosalie para ela vir buscar a Lily, nós passamos a tarde inteira treinando a como usar uma espada. E o vampiro não pegou nem um pouco leve comigo, eu tomei uma baita surra. Tanto que precisei de uma pausa.

-Qual é o seu nome mesmo?- Questionei.

-Eu sou Apotamkin. Estou caminhando por esta terra á mais tempo do que você imagina e antes que pergunte eu tenho milhares de anos, estava lá quando os povos Inca e Maia ergueram suas pirâmides, quando o Egito não passava de um vilarejo pequeno eu vi reinos se erguerem e caírem.- Disse a criatura.

-Apotamkin. Isso é que é um nome.- Comentei tomando um gole de água.

Quando perguntei sobre a neve que caía ele respondeu que sim que era ele quem fazia nevar.

-Eu sou o Frio.- Disse a criatura.

-Se aquilo de precisar de um vampiro para matar o outro não era verdade porque fazer aquilo com a Lily? E mesmo se fosse verdade porque você não mata o seu adversário?- Perguntei.

-Eu fiz o que tinha que fazer para torná-la mais forte, capaz de se defender sozinha. E eu não mato Alastor porque infelizmente até uma criatura como eu é limitada por certas regras, quero matá-lo, mas eu não posso. Porque ele é minha progênie meu sangue o fez vampiro portanto eu não posso feri-lo e ele também não pode me ferir. - Disse o vampiro.

Então ele precisa de alguém para matar este tal Alastor por ele. Então beleza.

-Agora levante-se e lute. Herói.- Disse Apotamkin.

E o treinamento foi... pesado. Me pergunto como Lily está.

P.O.V. Liliana.

Eu me banhei no chuveiro e chorei, chorei muito enquanto via o sangue escorrer pelo ralo abaixo, depois do banho eu me penteei, sequei os cabelos e vesti uma roupa qualquer uma roupa que havia sido da antiga senhora desta casa. Estou me acostumando a usar calças e ainda mais calças tão apertadas. Me sentei diante do espelho e percebi que podia chorar depois, agora eu preciso matar aquela criatura que está ferindo as pacientes e salvar Anitta.

Eu estava perdida em pensamentos quando ouço a porta ser aberta e fechada, é claro pensei que fosse Nick, mas então ouvi uma voz feminina dizer: - Quem diabos é você?! 

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Eu estava perdida em pensamentos quando ouço a porta ser aberta e fechada, é claro pensei que fosse Nick, mas então ouvi uma voz feminina dizer: - Quem diabos é você?! 

E eu me virei para ver aquela figura que eu reconheci imediatamente.

Branca de Neve e o GrimmOnde histórias criam vida. Descubra agora