O Encontro

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A primeira vez que à vi, não era um dia bom para mim. Tinha acabado de descobrir um desfalque em um dos meus Hotéis e estava em uma reunião em um restaurante muito conceituado de Roma com um novo associado, mas não estávamos concordando em alguns pontos então meu dia estava indo de mal a pior.

Mas tudo pareceu perder a importância quando ouvi uma risada, uma risada um pouco escandalosa, mas que mesmo assim me agradou, pois continha tanta verdade que me fez procurar a dona. Ela estava a 3 mesas de distância de mim e de onde eu estava tinha uma visão perfeita de uma moça com uma pele morena e cabelos crespos muito sedosos me dando uma vontade louca de tocar, tinha um sorriso lindo e pelo pouco que dava para ver tinha um corpo espetacular, tentei voltar a atenção para a minha mesa, concluindo a reunião que já estava se prolongando mais do que devia, apesar das discordâncias em algumas coisas acabei me dando bem na negociação, fiquei o resto daquela tarde a observando.

Bom, agora 2 meses depois estou em um lugar que pensai que não entraria nem tão cedo, em uma boate. Estava na área VIP do lugar, onde dava para ver a pista de dança e lá estava ela, dançando entre a multidão, ela estava com as suas duas melhores amigas e o que mais me incomodava era ver os homens a comendo com os olhos, mas quando algum tentava se aproximar meus homens davam um jeito.

Nesses dois meses vasculhei a vida inteira dela, descobri que seu nome era Thaís Beauffort, onde mora, no que trabalha, se tinha namorado ou era casada, a pesa de ela sair de vez em quando um tal de Rafael, isso não importante, ele vai sair da vida dele por bem ou por mal. Pouco a pouco fui a cercando sem que ela percebesse, botei até homens meus para ficar de olho nela 24h por dia, tenho que admitir que fiquei obcecado por ela.

Ela estava lá dançando e minha paciência já estava indo para os ares pelo jeito sensual que ela estava se mexendo na pista de dança, suas amigas já tinham ido para sua respectiva mesa, mas ela continuou dançado e eu não estava gostando nada. Eu iria acabar com aquilo agora, foda-se, eu sou a porra de um Martinelli, não vou deixar a minha mulher se exibindo assim – mesmo que ela ainda não saiba desse pequeno detalhe.

Desço do lounge onde estava no primeiro andar e vou cortando caminho entre as pessoas, aquela música estava alta demais, tinha muitas pessoas e para completar o fim da minha paciência aquele ser pequeno estava muito provocante, só eu podia ver ela se mexendo assim, quando consegui alcança-la apenas a peguei e a joguei em meus ombros como um saco de batatas, ela não era pesada.

- Mas que merda é essa?! Me põe no chão agora, ei, você tá me ouvindo? Me põe no chão! – eu não respondi, estava bufando de raiva, como ela pode usar um vestido tão curto – eu vou chamar a polícia, tá me ouvindo? Vou mandar te prender – tive que rir de seu comentário, se ela soubesse que quem manda nesses merdas sou eu.

Ela começou a se debater e me esmurrar nas costas, cada vez que ela se mexia, mais o seu vestido subia então dei um tapa em sua bunda e me aprecei em sair daquele inferno que chamavam de boate. Quando chegamos na calçada me afastei da entrada daquele lugar e a pus no chão, senti meu rosto arder, ela tinha me dado um tapa e até que tinha uma mão forte.

- Não foi uma boa ideia – disse a ela reunindo todas as minhas forças para não fazer um estrago nela.

- Quem você pensa que é, tá maluco? Nunca mais encoste em mim – então ela tentou passar por mim para voltar a boate, mas segurei em seu braço a trazendo de volta – me solta!

Continuei segurando seu braço, forte o bastante para ela sentir um pouco de dor, mas fraco o bastante para não machuca-la.

- É bom você se acostumar com os meus toques senhorita Beauffort – ela me olhou sem entender como eu saberia seu sobrenome – a senhorita será minha esposa.

Ficamos nos olhado por um tempo e então ela começou a rir, rir sem parar então a soltei e voltei a minha postura, não tinha dito nem uma piada mas esperei ela terminar sua crise.

- Você tá chapado? Não parece estar chapado, nem bêbado... o que foi que você tomou? – não pareciam ser perguntas reais para mim e sim um diálogo com ela mesma.

- Terminou com a palhaçada?

- O único palhaço que estou vendo aqui é você – falou altiva, em um segundo eu estava em pé em sua frente e no outro estava segurando seu maxilar sem muita força, só para assustar.

- É melhor você começar a me respeitar, não vou permitir que fale e aja como quiser comigo – ela grunhiu de dor pelo aperto, então a soltei, ela segurou seu próprio maxilar por extinto – acho que não sabe com quem está falando, então vou ser claro aqui. Meu nome é Vincenzo Martinelli.

Pela sua reação de espanto ela sabia o que esse nome significava, eu sou conhecido na Itália e por toda Roma pelo meu trabalho lícito, meu ramo de hotéis pelo país, mas tem boatos de meu trabalho ilícito também entre as pessoas mais poderosas de Roma, mas é claro que deixo só como boatos, mas por esses boatos sou muito respeitado, minha palavra é lei.

- O que você quer de mim?

- Já disse, você será minha esposa – ela pareceu processar o que estava acontecendo.

- Por que eu? Eu não te conheço, nunca te vi antes.

- Mas eu sim – me aproximei dela e acariciei seu rosto com meu dedo indicador, ela estremeceu com meu toque – eu conheço você Thaís Beauffort. Você tem 25 anos, terminou sua faculdade de administração e especialização, agora trabalha na parte administrativa da empresa do seu pai, que é uma empresa muito respeitada na área de transporte de cargas. O nome de suas melhores amigas são Carla e Patrícia, você tem um irmão mais velho chamado Pedro e sua mãe faleceu a 5 anos. Áh e sobre seu casinho com o tal de Rafael, sugiro que termine, não querermos que o rapaz sofra algum acidente fatal – digo com um sorriso de canto.

Ela fica perplexa com minha fala, passando alguns instantes analisando tudo que tinha acontecido.

- Eu não posso me casar com você... – arqueei uma sobrancelha em resposta – e-eu não o amo, não o conheço, como irei casar com um desconhecido.

- Vamos ter tempo para nos conhecermos até o casamento, não se preocupe, vai aprender a gostar de mim.

- Isso é loucura, eu não quero casar agora. Na verdade, eu não quero casar, meus planos nunca foram casar.

- Bom, você tem 6 meses para se acostumar com a ideia.

- 6 Meses! Você está louco, eu não vou casar com você! – ela passou por mim, voltando a boate, mas dois de meus homens a impediram de continuar – me deixa ir embora! – Vou ao seu encontro.

- Acho que não fui muito claro – falei olhando diretamente em seus olhos – você pode se casa comigo ou seu pai pode ter um infarto repentino, pode cair das escadas e quebrar o pescoço, ter um acidente de carro, não importa, você pode até escolher. Então, o que me diz?

Terrible ObsessionOnde histórias criam vida. Descubra agora