butterflies in the stomach

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Eu e Emília minha melhor amiga estávamos ainda nos aconchegando nas redondezas de Tóquio, nos mudamos para cá por motivos pessoais e familiares, na verdade foi tudo culpa de Emília, ela literalmente tentou matar sua familia, e o seu pai colocou a garota na justiça e Emília teve a brilhante ideia de fugir de Los Angeles antes que o juiz a proibisse a saída, e quem ela decidi levar junto pra essa "aventura" e tanto? Sim eu.

Eu não concordo com isso, até porque nós duas pode estar sendo procuradas até no esgoto neste exato momento, podemos ser presas por ter dado fuga de autoridades extremas, isso é bem preocupante, mas compramos um apartamento e ele é bem aconchegante e espaçoso e longe da cidade, uma coisa que gostei bastante aqui é que nosso dólar vale muito, então em questão de finança nós estamos bem, agora em diálogo só eu sei falar japonês, já Emília....nem terminou o ensino médio direito a coitada

"Penelopizinha..." a garota me grita do outro lado do quarto, fui até a mesma e me encosto na porta de seu quarto, "oque houve?" Pergunto pra mesma, "amor que tal nos irmos em uma lojinha perto daqui para jantar" a garota sugeriu, "mas temos comida no apartamento" digo, "vamos viver um pouco, ficar trancada aqui não vai mudar nada" a mesma disse se levantando de sua cama, "tirando a parte que podemos ser presas...pode ser vamos" digo e a garota sorriu vindo me abraçar, "te encontro lá embaixo, me espera lá" a garota disse e eu faço oque ela havia mandado e fui até o elevador pra ir lá pra recepção, pois lá fora não tem quem me faça ficar, por motivos bem óbvieis né.

"Boa noite sr.scott, vai sair uma hora dessa?" A recepcionista a qual eu tinha feito amizade na noite anterior no dia que chegamos perguntou para mim, "sair pra jantar com a sr.emília" respondo educadamente, "tenham uma boa noite, meu expediente acaba por aqui mas o segurança vai permanecer na entrada do apartamento tudo bem pra vocês duas?" A mulher perguntou novamente, "muito obrigada, tudo bem sim, boa noite pra você também" digo e a mesma sorriu pegando seus utensílios e saindo do apartamento, fico meio irritada com a demora de Emília mas a mesma apareceu na hora, "ok vamos" a garota fala e eu a olho incrédula, pois a mesma estava exageradamente muito chamativa com aquelas roupas mais claras que um marca texto e com decotes extremamente muito expostos, "não sabia que você viraria uma prostituta do dia pra noite" digo e a mesma riu, "vamos logo" ela me puxa pro lado de fora, a garota pegou seu telefone pra chamar um taxi, "nós não íamos em uma lojinha aqui perto?" Pergunto confusa, "Penelope fico chocada com tanta inocência que você tem" a garota debochou, "você tá doida pra morrer mesmo né, não me leva junto não, pois o caixão só tem espaço pra uma pessoa" digo e a garota caiu na gargalhada, fiquei de cara fechada pra mesma e o taxi chegou a mesma me puxou pois tentei fazer força pra nao ir mais a garota tem mais força que eu.

[...]

Pelos meus cálculos já estávamos nesse carro idiota por no mínimo 30 minutos, eu cheguei a conclusão que, ou ela está me levando pra um puteiro ou esse mercadinho fica bem longe mesmo, pois já entramos na cidade iluminada de tokio e estávamos bem longe de casa

"Esse mercado é longe né" digo irônica, "verdade né" a garota disse num tom de sarcasmo, eu a olho com julgamento a mesma como sempre riu de minha reação, por mais que pareça que eu odeie a Emília nós sempre nos comunicamos assim, no julgamento mesmo, mas nós duas sabemos que é tudo irônico e nós amamos, até porque eu Emília nos conhecemos no ensino fundamental e nossas famílias eram bem próximas e a gente também obviamente e uma coisa eu tenho certeza, Emília me conhece tão bem quanto minha mãe, "eu sei pelo menos o básico de japonês, aprendi a como pedir um táxi já é um bom progresso não é mesmo?" A garota disse segurando o riso, "vou fingir que nao ouvi isso Emília" digo, "ah vai penelope" a mesma resmunga, "estão entregues" o motorista disse e Emília me olhou confusa, "tem certeza que sabe o básico sr.emília?" Digo sarcasticamente e a mesma me olhou com ódio me fazendo rir, "obrigada Senhor, boa noite" digo saindo do veículo e Emília fez o mesmo, "que lugar é esse emília martin?" Pergunto irritada observando o local preenchido de pessoas, era um local aberto mais estava cheio, lotado de pessoas bebendo, fumando, se esfregando nos homens, dançando e tudo, "I'm sorry Miss Penelope" a mesma disse ironicamente me puxando pra aquele lugar nojento, e olha que alguns turistas haviam dito que tokio era uma das cidades de Japão mais calma em relação às outras, não é bem oque parece ser, eu estava sem reação com aquilo eu não sabia se deixava Emília lá e simplesmente ia embora ou matava ela ali mesmo, ou fingia costume, e óbvio tinha que fingir costume, porque do jeito que Emília é orgulhosa ela me deixaria aqui sem preocupação alguma e iria curtir o momento dela, a mesma me levou para uma barraca de comidas, parece que só existe lámen nessa porra, saudades de meus sanduíches no jantar.

"Boa noite minhas rainhas de copas, oque desejam?" Uma moça, que por incrível que pareça era americana, "só tem lámen então, que sabor vocês querem?" A mesma disse rindo, "tem de pimenta?" Pergunto e a mesma assentiu com a cabeça dizendo que sim, "ok quero um, pra ela aqui também" digo e a mesma colocou em um pequeno potinho, "são 100 iene" ela disse o valor do produto, "aqui está" digo entregando o dinheiro e puxando Emília até uma mesinha, parecia desocupada então nos sentamos ali mesmo

"Está gostando?" Emília perguntou baixinho, "da comida? Não também" digo e a garota riu baixo, "está muito bom" ela disse comendo, "prefiro as massas lá de Los Angeles" digo entediada, "pois você vai ficar um bom tempo sem provar" ela fala rindo e eu rio falso, ela não mentiu, mas também foi muito desnecessário aquilo, isso é uma humilhação indescritível

"Com gentileza, nós estávamos sentados aqui" escuto uma voz masculina, era grossa e era americana por incrível que pareça, mas não fiz nem questão de olhar, pois a mesa parecia estar realmente desocupada, "porra tá se fazendo de surda?" Ouço a voz novamente, Emília tentou dizer algo mas ficou calada quando vio eu mudar de expressão, eu já estava irritada com aquela situação, "com todo respeito, em nenhum momento vi o nome ou algum utensílio nesta mesa indicando estar ocupada" digo me virando para ver a cara do cidadão que provavelmente estava em tpm o coitado, ele parecia ser bem alto, cabelos trançados bem pretos e tinha um piercing em seus lábios o deixando sensual ao seu lado parecia ser a sua cópia em pessoa, oque mudava mesmo era os cabelos que eram soltos e tinha um piercing em uma de suas sobrancelhas, "mas estamos sentados aqui, saiam agora" o garoto das tranças falou, virei a cara pro mesmo e continuei plena em minha cadeira e Emília permaneceu comendo seu lámen, ouço algumas pessoas cochichando algo e vi as mesmas me olhando com os olhos arregalados tentando me dizer algo, pois estava na cara que a gente era "turistas" americanas, até mesmo a moça da barraca estava nos olhando, a mesma disse algo baixo mas infelizmente não entendi e muito menos escutei, a cópia do menino de cabelos trançados foi até o lado de Emília e a puxou agressivamente que me fez me levantar de uma vez por conta da raiva e do susto que havia tomado, "você tá maluco seu porra" grito pro mesmo e ouço a risada do garoto de cabelos trançados ao meu lado, eu sai da mesa indo em direção a Emília, "ele te machucou meu bem?" Pergunto preocupada, a mesma acariciava seu braço que estava vermelho, "está doendo" a mesma disse, "olha aqui seu agressor filho da puta, eu vou chamar a polícia" grito novamente e vejo as pessoas se levantar imediatamente cobrindo suas bocas com suas mãos com a expressão de chocados, "fica a vontade" o de tranças me ameaçou colocando uma arma em minha cabeça, um frio me percorreu, mas também eu já tava fudida né? ou eu ia presa ou eu simplesmente morria, não faria tanta diferença, "por favor não faça isso, não a machuque" Emília dizia choramingando, uma lágrima escorreu sobre minha pele pálida, eu estava assustada com aquilo, "não vai ligar mais? Está com medo?" A cópia do garoto acariciou meu rosto, vi que o revólver que alguns segundos atrás que estava apontada em meu crânio já tinha sido abaixado, "você podia simplesmente ter saído e nada disso teria acontecido" o de cabelos trançados veio até minha frente

Por um momento eu tava paralisada, não sabia oque fazer, Emília estava nos choros nesse momento eu encarei o garoto de cabelos trançados e pude ver a satisfação do mesmo vendo o medo percorrer sobre minhas veias e sorrio de canto, "vamos embora bill" o de cabelos trançados falou para a sua cópia que se chama bill e os dois saíram dali como se nada tivesse acontecido, as pessoas que estavam ali se sentaram assustados e viraram a cara pros garotos como se eles fossem algo muito perigoso por aqui

Dei um abraço em Emília e a mesma me apertou com força, ela estava com medo e tremendo muito, Emília ainda tem sequelas do espectro autista que ela quase desenvolveu na infância, é como se fosse uma queda de pressão mais os médicos responsáveis do exame dela disse que ela quase desenvolveu o autismo por pouco ela não teve, ninguém sabe como, mas foi como um milagre pros médicos, mas isso deixou sequelas na garota, sentei a mesma na mesa e peguei um copo com água e esperei a mesma se acalmar..

-continuidade no próximo capítulo

My Nightmare - tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora