Fiz muita pesquisa sobre o universo de HP para fazer o roteiro desse capítulo o mais redondo possível. As informações podem ser vistas em qualquer site voltado para o tema ou em canais. Eu só ampliei o mundo que a JK não fez questão de ampliar. A escolha dos nomes Portare Tod, mundare e Purgare Petitio foi proposital. Nomenclaturas parecidas para se ver que são diferentes, mas todos matam sem pensar duas vezes por crenças idiotas usadas como motivações maiores do que são. Estudei seitas e percebi como todas elas possuem ideias malucas cercadas de coisas que fazem sentido. E isso faz pessoas de cabeça fraca serem levadas com facilidade. Elas possuem argumentos muito bons, tem horas. São manipulativas.
Estou na janela do meu quarto antes de sair para tomar o café. Olho para a floresta e penso como ela é grande e temível. Quem não teria medo dessa floresta? Ela pega boa parte de um continente. Se perder ali é muito fácil. Morrer ali é inevitável. Mas resolveram construir uma escola para crianças e adolescentes no meio dela. Vai entender...
Rissa era a minha melhor amiga. Nossas famílias vieram para Castelobruxo juntas. Foram os primeiros asiáticos a vir em um tempo em que já não vinham tantos, pois preferiam ir para a Europa ou Estados Unidos.
Você se lembra do filipino da lenda fajuta? Ele era antepassado da Rissa. A família dela era uma das mais antigas desse lugar. Uma família tão poderosa por aqui que nem sei como eles desistiram tão fácil.
O plano era de que eu viria para Castelobruxo após ela vir. Ela quis vir antes e começar pelo quarto ano. Eu viria no sexto. Ela queria descobrir mais sobre Castelobruxo. Saber mais sobre tudo. Ela sonhava com tantas coisas. Era uma menina linda e de mente aberta. Talvez isso a tenha matado. Eu não sei. Eu penso em tantas possibilidades.
Eu tinha acabado de me formar em Mahoutokoro, no meio do ano passado. Havia desistido há muito tempo de vir pra cá. Não queria mais essa vida de seitas familiares. Estar nessas coisas moldou a minha vida e tudo que eu queria, era ser livre pela primeira vez na vida.
Uma seita era do meu avô e a outra da minha avó. Eles eram um casal muito estranho. Ele queria limpar o mundo dos inaptos, ela queria ser acima dos trouxas e amava o Grindelwald. E tudo o que eu sabia, era que teria que cumprir a herança vinda dos dois.
Quando me formei, a primeira coisa que fiz foi comprar uma pequena ilha com a herança deixada pelo meu avô e fui morar sozinha. Eu amo a natureza. Ela me faz sentir menos culpa das coisas que fiz em Mahoutokoro. Os olhos assustados não me perseguiam mais quando eu estava na minha ilha. Me sentia livre de quem fui por grande parte da minha vida. Aquela Samanun Anuntrakul que havia cometido tantos erros, não existia mais.
Aquele dia tinha começado tranquilo. Faziam dois meses que estava ali. Eu alimentava os pássaros, colhia as frutas das árvores nativas... Gostava de passar boa parte do dia em cima de alguma árvore. Lia um livro ouvindo a natureza e sentindo o vento trazer o cheiro da praia para meu nariz. Amava cozinhar minha própria comida, pescava meu peixe.
Aquele dia não teria sido diferente de todos os outros. Mas a coruja pousou na janela. Era tarde, o sol estava se pondo. Eu já estava pronta para tomar meu banho e fechar a casa para os bichos não entrarem de noite. Então, peguei a carta e a coruja voou embora. Abri e vi que era dos pais de Rissa. Todos nós sabíamos que havia algo errado quando chegou a notícia do desaparecimento dela. A gente já sabia que ela não apareceria nunca mais, pois em Castelobruxo ninguém some sem motivos.
Uma lágrima solitária escorreu pelo meu olho direito. Senti quando ela desceu pelo meu rosto e pingou no chão. Pisquei, olhei para cima e senti raiva como nunca havia sentido por nada e nem ninguém. Uma raiva por não saber como uma menina brilhante que sabia os feitiços necessários para sobreviver a qualquer coisa tinha morrido. Ela era um deles. Ela ajudou eles. Por que eles a matariam? A não ser que não fossem eles. Mas se fossem, eu iria descobrir e iria me vingar.
Passei os meses seguintes usando meus contatos, tanto nos Mahiru No Taiyou, quanto de antigos membros dos Purgare, para saber quais eram os membros atuais e suas famílias, quais deles tinham amizade com a Rissa, qualquer coisa e fiz isso sem deixar nenhuma brecha para o que iria fazer.
Quis saber sobre tudo e estudei cada informação. Treinei dia após dia, li os livros sobre esse lugar e fiz tudo o que podia, e o que não podia para chegar aqui pronta para descobrir quem matou a minha irmã.
Vou descobrir se quem matou ela foi os Portare Tod ou os Purgare Petitio. Só os dois poderiam fazer isso com ela. Todos sabem que não existe mais ninguém com a mentalidade assassina nesse lugar além deles.
Falaram que ela entrou na floresta, certo dia, e não voltou. Não falaram quais foram as testemunhas que viram ela entrando. Só falaram que ela sumiu e não voltou. Eles sempre agem assim. Os Purgare Petitio! Só que sabemos que os Portare Tod também agem em Castelobruxo. Eles recrutam alunos. Só que ninguém nunca conseguiu descobrir quem eles eram. Eles não sabem quem somos e não sabemos quem eles são. Só quem está dentro sabe e se vazar isso, alguém morre.
O que matou a Rissa? Será que ela descobriu algo que não deveria? Foi isso que eu vim saber. Preciso ser totalmente honesta com você sobre meus sentimentos desde que estou aqui nesse lugar. Pois não queria me abrir nem para você. Só que já estou entrando em uma parte em que não há como esconder meus atos...
Sinto tanta raiva que não consigo... Vejo a Rissa na floresta, perto do rio... Ela me assombra porque sinto vontade de matar quem fez isso com ela. E a Rissa não iria querer isso. Ela era boa. Nem sei como conseguiu se livrar de pessoas. Nem eu suportei essa vida.
Talvez você a veja como os outros, pois ela não sentiu remorso. Talvez sentiu e isso a matou. Os Purgare não aceitam arrependimento. Nenhuma seita aceita. Você sabe que, uma vez dentro, mesmo se você sair, você estará sempre dentro.
Sei bem disso, pois os Mahiru No Taiyou nunca me deixaram. Eu não queria outra ordem para me perseguir eternamente. Por isso, magoei meu avô e ele morreu de desgosto. Eu era a favorita dele. Ele colocou um peso nas minhas costas que eu não merecia. Então, fugi de casa. Fui para a casa da Rissa. A gente combinou que se formaria e iria viver juntas numa ilha em paz. Sem nossas famílias, sem ninguém. Só duas garotas e a natureza. Eu esperava que ela viria para nossa casa em seis meses. Só que ela nunca veio ou virá.
Sei que você deve estar querendo saber quem são os Portare Tod. Ou até os Mahiru No Taiyou... Eles são a mesma coisa. Têm a mesma crença, os mesmos comportamentos. Só que um é da América Latina e o outro chega a países do Extremo Oriente da Ásia e do Sudeste Asiático. Eu vou explicar sobre os Portare Tod. Não estou aqui para falar sobre o que eu fiz no Japão. Os meus fantasmas estão lá atrás. Vão permanecer lá.
Pois bem... E quem são os Portare Tod? Como eu explicaria isso pra você entender? Vamos começar pelo que aconteceu na Europa no século vinte. Vou explicar para você entender bem porque é bem interessante e é uma longa história envolvendo muitos nomes. Mas você vai entender direito o que eles são e de onde eles vieram, além do porque eu suspeito desse grupo ter matado ela.
Na Inglaterra, na época da chamada Guerra Fria trouxa, surgiu Lord Voldemort, um bruxo sanguinário que matou muitos nascidos trouxas na chamada Primeira Guerra Bruxa da Grã Bretanha. Se falou muito sobre como ele teve seguidores até na União Soviética, que é uma parte da Ásia, mas considerada Europa. Só que ninguém disse sobre seus seguidores em outros países da Europa, Ásia, Estados Unidos e até na América Latina. Chegou até na África.
Foi algo muito grande, mas, na Grã Bretanha, foi falado apenas sobre os feitos de Harry Potter e sobre como ele derrotou o chamado Lorde das Trevas. O que mascarou sobre como as coisas começaram a se espalhar pelo mundo e nunca desapareceram. Preferiram agir como se tudo tivesse acabado com a morte de Lorde Voldemort. Só que se espalhou e sobreviveu aquela crença sobre sangue puro. Aquela coisa sobre como nascidos trouxas deveriam morrer. Sobre como a sociedade bruxa deveria estar acima dos seres mágicos e trouxas, matando os trouxas, os seres e as criaturas mágicas.
Vamos pensar que o maior bruxo das trevas da história da Grã Bretanha, Lorde Voldemort, tinha tomado o poder na década de noventa e isso significou algo não só ali, mas fora dali. Ainda mais que ele ficou só um ano no poder, mas suas crenças já estavam sendo espalhadas pela Europa há décadas. Tanto que ele era conhecido fora da Grã Bretanha porque ele começou a espalhar seus ideais lá nos anos cinquenta ou sessenta. Inclusive, sendo reconhecido quando precisou sair dali e ir para a região onde ele matou Gregorovitch fora da Grã Bretanha. Causando o pânico em outros países.
A verdade, é que Lorde Voldemort começou a recrutar membros para fazerem parte de seus Comensais da Morte em mil novecentos e cinquenta, Então, ele sai da escola e começa a espalhar, na boca miúda, aqueles ideais e foi fomentando ao longo de décadas suas crenças para chegarem aos que possuíam os mesmos ideais.
Além de que contactou os gigantes que moravam na região norte da Europa. Eles nunca especificam bem onde do norte da Europa, mas poderia ser bem na Grã Bretanha ou qualquer outro país do norte, como Dinamarca e Finlândia, por exemplo. Pela lógica, poderia ser a própria Grã Bretanha, mas, como eu estou dizendo, o ideal anti-trouxa estava se espalhando pela Europa. Ou seja, poderiam muito bem ser os gigantes da Noruega ou Suécia, por exemplo. Qualquer um daqueles países ou todos eles.
Os bruxos e seres mágicos que apoiavam Lord Voldemort estavam cansados de viverem sob as leis da magia de que os bruxos e seres mágicos deveriam viver escondidos dos trouxas. Eles queriam viver uma vida diferente. Os bruxos queriam matar trouxas em paz e os seres mágicos pensavam que teriam uma vida melhor se fossem aceitos, o que permitiria que eles andassem por aí tranquilamente.
O que entendo, pois deve ser difícil ser deslocado de seu lar e jogado em qualquer lugar horrível para viver só porque lá possuem os trouxas... E nem os bruxos poderiam vê-los. Se retirou aqueles gigantes de seu lar nativo, os expulsando em prol dos trouxas que cresciam em suas populações, jogando os gigantes em uma iminente extinção em massa, pois eles eram acostumados a não viver em bando e foram se matando.
Então, foi fácil se espalhar os ideais de Lord Voldemort e surgirem os Comensais da Morte de cada país ou região do mundo. Pois todos sabiam que os seguidores de Lorde Voldemort eram os Comensais da Morte e queriam fazer suas próprias versões deles. E é aqui que entram os Portare Tod.
A América do Sul recebeu muitos europeus fugidos da Segunda Grande Guerra trouxa, assim como recebeu muitos bruxos fugitivos que eram seguidores de Grindelwald, o maior bruxo das trevas da Europa de todos os tempos na chamada Guerra Mundial Bruxa que aconteceu ao mesmo tempo.
Tenho para mim, que o Voldemort se inspirou em Grindelwald porque ele nasceu em mil novecentos e vinte e seis, bem quando estava na Guerra Bruxa Mundial. A adolescência e início da fase adulta de Lorde Voldemort foi bem quando acontecia a Guerra Bruxa Mundial.
Inclusive, a primeira horcrux que ele fez foi três anos antes da queda de Grindelwald, quando ele tinha dezesseis anos. E os primeiros Comensais da Morte surgiram quando ele ainda estava na escola. Eu acredito que tenha sido já no primeiro ano, pois ele fez amigos com facilidade e esses amigos foram os primeiros Comensais.
Vamos pensar que os Comensais surgiram de forma bobinha, por volta de mil novecentos e trinta e sete. Só que a Primeira Guerra Bruxa da Grã Bretanha, começou em mil novecentos e setenta. E, de lá pra cá, seus seguidores seguem vivendo pelo mundo e espalhando sua palavra escondidos da sociedade. Por isso, eu falo que foi entre cinquenta e sessenta que ele começou a espalhar, pois ele já era adulto e saiu pela Europa atrás de ensinamentos e de novos Comensais.
Eu sei que há a mania de falar que Lorde Voldemort foi o maior bruxo da Europa de todos os tempos, mas convenhamos, o cara só ficou lá na Grã Bretanha de verdade. A palavra dele se espalhou, mas ele não foi uma ameaça mundial, mesmo saindo pela Europa. Ele nunca quis a Europa, só a Grã Bretanha. Quem foi uma ameaça mundial foi o Grindelwald.
Me diga uma coisa... Assim, só para tirar uma pequena dúvida... Como falam que o maior bruxo das trevas da Europa de todos os tempos é o cara que só serviu pra caçar uma criança e ser morto dentro de uma escola cheia de alunos? Enquanto o outro que ameaçou o mundo em peso e fez grandes planos, quase conseguindo dominar o mundo trouxa e bruxo, é visto como segundo? Não tem lógica.
Essa mania dos ingleses de acharem que eles são os maiores deveria acabar. Se o Grindelwald fosse inglês, seria considerado o maior bruxo do mundo de todos os tempos... Mas, ah, me esqueci! Esse papel já é dado para quem o derrotou. Que é o que? Ah, um inglês! Merlin é o maior... Dumbledore é o maior... Lorde Voldemort é o maior... Todos ingleses! Não pode ser de outro país. Haja paciência!
E, sim, eu sou muito fã de Grindelwald! Ainda mais que soube que, assim como eu, ele se arrependeu das coisas que fez. Por isso, ele deveria ser ainda maior. Pois o arrependimento é algo que muitos não têm e é sinal de força. É muito mais difícil se arrepender. Geralmente, as pessoas simplesmente fingem que não fizeram mal a alguém.
Mas vamos voltar ao assunto que interessa... Grindelwald queria espalhar a ideia anti-trouxa, só que de forma diferente de Lorde Voldemort. Ele acreditava na supremacia bruxa perante os trouxas e queria que as leis contra os bruxos se mostrarem perante os trouxas, fossem desfeitas.
Ele usou de qualquer atitude, mesmo errada, para atingir seu objetivo. Já o Lorde Voldemort, era contra os trouxas e os nascidos trouxas, mas ele aceitava bruxos nascidos trouxas, se eles fossem poderosos, assim como matava até sangues puros que entrassem em seu caminho. Matava até seus aliados que o idolatravam, se eles não servissem mais. O que, para mim, coloca ele no hall de homens sendo homens. Ou seja, homem hétero hipócrita! O pior tipo de homem possível!
Grindelwald era um viado. E muitos viados tem senso do ridículo. Tanto que ele se arrependeu depois que seu ex namorado o derrotou. Ele deve ter pensado que deve ter sido um belo de um canalha para o ex dele ter que ir lá dar uma surra nele.
Imagino ele em Nurmengard pensando ao longo dos anos que a surra de pau que ele deu no Dumbledore não foi o suficiente para fazer o homem amá-lo eternamente. Aquilo deve ter doído. Ainda mais que o Grindelwald era um homem narcisista.
E, após a derrota de Grindelwald para o maior bruxo de todos da Europa, Alvo Dumbledore, os ideais anti-trouxas deram uma decaída porque foi algo vergonhoso para a Europa bruxa que houvessem tantos seguidores de Grindelwald espalhados e seguindo sua crença.
Foi então que emergiu Lorde Voldemort, vinte e cinco anos depois. E Dumbledore voltou a agir, mas, dessa vez, para proteger seu próprio país de um novo bruxo das trevas. Ele, já idoso, teve que fazer o plano perfeito, mais uma vez, para evitar o mal que viria de seu aluno.
O erro das pessoas é pensar que, só porque aconteceu na Inglaterra, não aconteceu fora dela. Que os bruxos fora da Inglaterra não começaram a voltar a espalhar as crenças anti-trouxas. Só que misturavam um pouco da crença de Lord Voldemort com as de Grindelwald. Tanto que morriam trouxas e nascidos trouxas. Muitos queriam que a supremacia bruxa acontecesse, mas agora ela seria mais voltada para os sangues puros.
E foi quando surgiu, na América do Sul, a união dos descendentes dos seguidores de Grindelwald que haviam fugido e se espalhado por vários países do continente. Mas que, agora, seguiriam Lord Voldemort, o novo líder dos ideais anti-trouxas. Eles pretendiam fazer da América do Sul o lugar onde colocariam em prática suas crenças anti-trouxas em paz. Seria como se a América do Sul fosse seu novo lar e onde eles poderiam ser eles mesmos. E eles passaram a aceitar bruxos puro sangue latinos como seus integrantes. Esses bruxos latinos buscavam o poder e a fama que os europeus possuíam.
Portanto, esse seria o lugar perfeito onde as crenças anti-trouxas se colocariam em prática sem medo, pois muitos dos governantes eram abertos ao pensamento anti-trouxas, pois era considerado, de uma certa forma, chique seguir esse pensamento naquela época específica da América Latina. Consegue entender? Eu tô explicando direito?
Eles escolheram um nome para se definirem. Seria a etimologia Portare Tod. Onde Portare Tod é a junção da palavra alemã tod que significa morte e da palavra italiana portare que quer dizer trazer. Ou seja, eles eram os que levavam os considerados sangues impuros até à morte. Ou, em outras palavras, eles traziam a morte para os trouxas e nascidos trouxas.
Eles começaram a agir durante a época das ditaduras militares trouxas que durou algum tempo na América do Sul, impulsionada pelo que mandava o governo trouxa dos Estados Unidos com a desculpa de que era contra o comunismo. Mas, hoje em dia, todos sabem os reais motivos disso.
De qualquer forma, a América do Sul era o melhor lugar, naquele momento específico, onde eles poderiam agir como bem queriam porque os líderes dos governos bruxos estavam abertos aos ideais anti-trouxa porque a mentalidade bruxa da América Latina era de que tudo de ruim que acontecia era culpa dos governos trouxas, pois o lugar estava um caos.
Militares estavam vigiando as pessoas o tempo todo. Bruxos se sentindo vigiados não reagem muito bem, sabe? Ainda mais que eles já se sentiam retirados de seus direitos de ir e vir por causa da lei da magia que os proibia de viverem livres em sociedade, mostrando seus poderes.
Sabe qual foi o resultado disso tudo? Os Portare Tod receberam aval dos governos bruxos para agirem e atacarem os trouxas de volta, pois crescia a ideia na sociedade de que deveriam reagir ao insulto.
Os Portare Tod eram bruxos importantes, muitos sendo do próprio governo ou eram até aurores. O que acarretou milhares de mortos nos países onde os governos bruxos foram bem abertos aos ataques e davam um jeito de mascarar que os ataques eram feitos por bruxos. Ou seja, eles podiam matar e o próprio governo dava proteção para eles. Muitos trouxas sumiram nesse tempo. E nem os governos trouxas vindos depois souberam responder onde esses trouxas foram parar porque não foram os militares, foram os Portare Tod.
E um fato importante que não posso deixar de lado... Lorde Voldemort tinha a crença de que até bruxos sangue puros deveriam morrer se entrassem no caminho da morte dos trouxas. O que levou a uma guerra quando bruxos puros sangues começaram a morrer porque iam contra essa carnificina de trouxas e nascidos trouxas.
O Brasil, por exemplo, teve uma ditadura rígida, mas as mortes foram poucas em comparação com a Argentina. Na Argentina, os anti-trouxas agiram mais porque os Portare Tod eram mais numerosos por lá. Inclusive, no Chile. E essas ditaduras moldaram todo o horror do que foi aquela época. Uma época onde certos pensamentos eram apoiados pelos governos. Uma época, hoje, relembrada pela grande maioria dos trouxas e bruxos de forma amarga.
Com o fim da ditadura e a primeira queda de Lord Voldemort na mesma época, se tornou algo contra as leis terem aqueles pensamentos anti-trouxas. Como os ataques renderam muitas mortes, muitos torturados e muitos desaparecidos, os novos governos procuraram ir contra esse tipo de pensamento. Então, foram feitas as leis assim que o governo apoiador dos Portare Tod foi retirado.
Teve lei criada até pela avó da Mon, uma das maiores membras dos Purgare Petitio. O que pode parecer irônico, mas as coisas funcionam assim. Qual governo do mundo nunca teve esse tipo de ironia, não é? É só vermos o governo trouxa atual do Brasil, onde dois inimigos se uniram e venceram o inimigo considerado maior. São as fases irônicas da história mundial. Acontece no mundo trouxa e no mundo bruxo.
E a coisa foi tão absurda nessa época, pois quando os Purgare Petitio se uniram aos novos governos para coibir as ações dos Portare Tod, não foi só a avó da Mon, foram todos os membros. Eles se reuniram e agiram impedindo ataques e protegendo trouxas, nascidos trouxas e até os bruxos puro sangues que iam à público defender os trouxas. Tudo feito debaixo dos panos, sem mostrarem o rosto. Pois os Portare Tod estavam indo contra as leis da magia de que os trouxas não deveriam saber sobre os bruxos. Eles estavam rompendo o véu matando trouxas só por matarem. E eles faziam questão de fazer a marca negra de Lorde Voldemort, pois se sentiam um dos Comensais da Morte. Foi quando viram que a coisa estava ficando sem controle e até o governo que os apoiava ficou com medo.
E uma coisa importante... Não se engane! Nem todos os que lutaram contra Lorde Voldemort e ajudaram Dumbledore na luta, tanto na Primeira Guerra Bruxa, quanto na Segunda, eram apenas apoiadores de Dumbledore. Muitos eram apenas os mundares agindo para manter a ordem e o véu protegido para que os trouxas não soubessem da existência bruxa. Entendeu? Porque essa é a principal ideologia deles, a proteção do véu para se ter uma sociedade pacífica para todos, Inclusive, lutaram contra o Grindelwald.
Uma mundare conhecida era a Madame Maxime, diretora da Escola de Magia Beauxbatons. Quando digo sobre ela ser mundare, não quer dizer que ela era igual aos Purgare Petitio. Como eu já disse, a crença dos mundares é de que eles são contra qualquer tipo de pensamento que seja contra as leis da magia sobre os bruxos não se mostrarem para os trouxas. Eles acreditam que qualquer pessoa que seja um perigo para o seguimento da lei que impede que trouxas saibam da existência de bruxos devam morrer. Mas Madame Maxime era mais aberta e não exigia a morte de todos, só dos piores.
Basicamente, ela era contra os ideais anti-trouxas. Ela não era uma apoiadora de Harry Potter, por exemplo. Não vamos pensar que a mulher foi lá no Torneio Tribruxo e criou amor por aquele moleque e pensou que seria uma boa ideia se colocar em perigo indo para as terras dos gigantes porque achou que deveria proteger ele. Na verdade, ela viu como a Europa se encheria de novo dos pensamentos anti-trouxas como na época de Grindelwald e resolveu agir. Consegue entender?
De qualquer forma, com a primeira queda de Lord Voldemort e a ação dos Purgare Petitio junto aos governos indo contra os Portare Tod, quando o Lord Voldemort retornou ao poder de novo anos depois, os Portare Tod não conseguiram o mesmo que na época da ditadura. O governo da época coibiu qualquer pensamento nesse sentido, endurecendo mais as leis para evitar que o mal se repetisse. Isso impediu mais matança, mas eles continuaram a existir e existem até hoje. Eles aprenderam a agir debaixo dos panos. Ainda matam quando querem. Só que não é tão escancarado.
Acredita-se que eles aprenderam como matar e esconder com membros dos Purgare Petitio. Pelo menos, é uma desconfiança que existe dentro dos Purgare porque é muito estranho como eles agem. Há semelhanças em alguns casos. Nos casos onde trouxas morrem de forma parecida com que os Purgare fazem, mas não foram os Purgare. Só podem ter sido os Portare. Entende? Acho que expliquei tudo...
Suspiro mais uma vez olhando pela janela. Sinto falta da Rissa. Estou tentando ser amiga de verdade das meninas daqui. Estou dando minha amizade sincera para elas, pois sei que elas não são de seita. Elas são boas meninas. Inclusive, eram amigas da Rissa.
Eu não queria falar isso. Pareceria que só me aproximei delas por interesse. Mas não... Me aproximei, pois sei que elas são boas meninas. E quero ter boas companhias ao meu lado aqui para aliviar um pouco o peso do que estou fazendo. Sinto vontade de ser apenas uma garota de dezoito anos conversando com as amigas na escola.
Me aproximar da Mon logo de cara foi fácil, pois sei fazer meu papel. Só que está se tornando difícil, pois não sei quem matou a Rissa. E até onde sei, se foram os Purgare, foi a Mon que ordenou a morte dela. E é por isso que fiz questão de conquistar ela. Para ela me dizer sobre a Rissa. O que foi que houve com ela. Sabe?
Beijar a possível assassina dela não era um problema pra mim. Passou a ser quando senti algo. Sinto medo de que eu passe a gostar dela de verdade e isso seja minha destruição. O amor muitas vezes nos destrói. Depende de quem estamos entregando nosso coração. E não sei se a Mon é de confiança. Não estou dizendo que me apaixonar por ela seria melhor se ela fosse apenas uma menina da escola. Estou dizendo que não posso me apaixonar por ela mesmo se eu quiser.
Me diga... O que faço com esse batimento aqui no meu peito que começou e não quer mais parar? Tentei fugir no início, mas não posso fugir dela. Não posso nem que eu queira. E não quero! Vou pensar que meu ódio por quem matou a Rissa seja maior que esses batimentos involuntários. Que seja apenas meu coração cheio de ódio apenas batendo.
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Lover (REPOSTAGEM REVISADA E MELHORADA)
FanfictionEssa é uma fanfic para maiores com temas mais fortes. Leia por sua conta e risco. Mon vai para seu último ano em Castelobruxo e conhece Sam, uma aluna de intercâmbio. Lover se chama assim por ser minha história mais amorosa, calorosa, cheia de cari...