Então, querida pessoa que está aqui comigo desde o início... Como eu vou te contar quem eu realmente sou? Chegou o momento, né? Eu não poderia mentir pra sempre. Ah, eu poderia mentir até o final, mas que graça teria não me mostrar de verdade? Eu já me escondo tanto! Vou me mostrar pra você. Mas guarda segredinho, viu? Senão eu te mato e eu não tô brincando. Eu te mato!
Eu sou Kornkamon... Nasci, sim, em Minas Gerais. Sou de Poços de Caldas. Já vi muito aquele relógio ridículo na praça. Já vi muito aquela água do vulcão que os trouxas passam na cara porque acham que é a cura para a falta de beleza que eles possuem na face horrorosa deles. Gente, nem magia da braba cura feiúra!
Eu vivo na cidade normal com os trouxas e não vejo nenhum problema nisso. Poderia viver numa fazendinha? Poderia! Mas eu já tenho que viver no meio desse matagal da Amazônia. O que eu ia querer vivendo no meio das moitas de Minas Gerais? Não, eu preciso de cidade, meu amor! Eu preciso de concreto!
Minha avó foi uma intercambista de Castelobruxo, vinda da Tailândia e se tornou do grupo. Ela ficou apenas um ano por aqui, mas fez grandes amigos. O que facilitou quando ela veio com meu avô para o Brasil anos depois, pois ela conseguiu um trabalho no Governo Bruxo trabalhando com um ex membro que adorava ela. Minha mãe nasceu em São Paulo, a terra cinza!
Como viemos parar em Minas? Meu pai. Ela conheceu meu pai aqui mesmo em Castelobruxo. Ela era membro do clube, mas ele não era. A bicha ficou tão apaixonada por ele que casou com ele logo que se formou, mesmo indo contra os ideais de vovó.
E por que ela se casou com ele mesmo ele não sendo um de nós e ela tendo sido criada desde sempre pra seguir o que seguimos? Porque ele é descendente do criador de Hogwarts, o Gryfindor. Vovó, quando soube disso, ficou maravilhada! Então, eu tenho sangue do fundador de uma escola importante. Isso é loucura né?
Ah, você vai pensar que eu tô contando história idiota para você... Afinal, eu já menti antes, né? Mas é verdade! Meu pai é inglês, mesmo! E ele é descendente de sangue puro, só que a família dele nunca foi rica. Tipo, rica! Mas ele tem um bom coração, eu acho!
Ele cresceu em Poços e tem um sítio simples lá. Foi onde eu fui criada. Mas minha mãe sempre me ensinou que quando eu viesse para Castelobruxo deveria seguir os passos da família. Ela me entregou o relógio da minha avó, que era dela. Meu pai nunca soube de nada e quando eu virei adolescente, ele aceitou vivermos na cidade porque eu sentia falta de Sampa.
Sobre a minha avó, ela vive feliz em São Paulo. A véia ama aquela poluição da desgraça e odeia ir para Minas me ver. Eu é que tenho que ir para aquele fumaceiro onde nem dá pra ver o céu direito! Sim, amo lá! Xingo por amor! Amo São Paulo! Olha meu amor exalando! Sinta ele! Sentiu? Agora chega!
E meu avô tá mais vivo que eu e você! Hahaha... Eu menti pra dar mais tristeza! Pra você sentir peninha de mim! Olhar pra mim e falar... Olha essa moribunda desgraçada pobretona! Eu sou rica, meu amor! Rica!
Eu sou pobre entre aspas porque meu pai é de uma família humilde, mas a família da minha mãe é super bem de vida. Na verdade, rica! Podre de rica! Cheia da bufunfa! O banco tá cheio das moedas! Eu nado no dinheiro!
A verdade é que meu pai é orgulhoso e não quer o dinheiro da minha avó. Minha avó já foi ministra do governo, mas agora é uma política eleita. É uma política e tanto! Enriqueceu às custas do povo e um dia todo esse dinheiro vai ser todo meu, pois eu sou a única neta. Eu vou ser ricona! Já sinto até o avião me levando pra zuropa pra eu viajar muito gastando o dinheiro da família.
Sim, pra distâncias tão longas, usamos aviões trouxas. Por que? Ah, meu bem! Eu não vou viajar de vassoura atravessando meio mundo só pra ir pra zuropa! É cansativo, sabe? Eu tenho que evitar o cansaço! Zero preconceito em viajar de avião trouxa. Tem cadeira, tem conforto, tem aeromoça dando coisa gostosa pra eu comer! O que eu quero com vassoura?
Mas eu preciso falar sobre a verdadeira Castelobruxo... A que eu não contei pra você. Foi mal, aê! Eu tive que pintar traços de uma pintura que não existe tanto assim, sabe? Porque eu sou mentirosa!
Sim, há aquela política de aceitação na escola! Há gravuras de símbolos e bandeiras nas paredes. Há aquela coisa de integrar. Aquela coisa de estudar mais animais e plantas... Aquela coisa das caipiras... Aquele blá blá blá blá blá...blé blé... blu blu!
Tudo isso é verdade, ok? Essas coisas chatas do caralho que ninguém se importa de verdade. Tudo pra gringo ver e achar a gente inclusivo entre aspas. Aqui é o Brasil, meu bem! País de merda! Se tu acreditou, tu é que otária!
A questão aqui é que nossa escola aceita qualquer um pra estudar. E, desde a criação, o nosso fundador português, o Antônio Fernão, era um bruxo culto que passou a vida estudando a magia antiga da Europa. Portugal foi o primeiro país a ser formado e o primeiro da Europa a navegar o mundo. Então, ao contrário do que se pensa, existiam muitos intelectuais em Portugal e o fundador de Castelobruxo era um desses.
O criador, né, ele tinha um livro onde anotou tudo o que aprendeu em suas viagens por toda a Europa. Ele o usou com os primeiros alunos, mas, antes de ele morrer, como não confiava que seus alunos passariam seus conhecimentos para os novatos e que usariam aquilo para benefício próprio ou destruiriam o livro por causa de seu egoísmo, ele o escondeu em algum lugar. E nós o procuramos há séculos, mas ninguém jamais achou. O que faz uma parte de nós pensar que ele mesmo o destruiu.
É um livro de conhecimento dos bruxos das comunidades antigas da Europa desde os primórdios na Grécia até o fim da Idade Média. Ele pesquisou isso por décadas até decidir chamar seu amigo espanhol que não era tão inteligente, assim como todos os espanhóis não são, e ele resolveu montar uma escola no meio da floresta. Aí, ele convenceu o amigo a fundar a tal escola com ele porque precisava de uma coisa chamada money!
Ele queria continuar a aprender novos conhecimentos e a manter somente quem é digno de verdade, não importando a cor da pele ou a origem. Ele fez questão de ter indígenas na escola para absorver os conhecimentos antigos daqueles povos que ele desconhecia. Também para colocar no mundo mais pessoas com os pensamentos dele de que o conhecimento é ouro, mas só quem realmente tem inteligência devem tê-lo. E os de linhagem pura deveriam usar de sua inteligência e dinheiro sempre que pudessem para aumentar os conhecimentos.
Só que os outros criadores se importavam mesmo com os indígenas. Essa é a verdade. Na verdade, só a criadora indígena se importava! Quando que europeu liga pra índio? Vai cair nessa lorota na puta que pariu!
Mas eu não falo sobre sangue puro e nem sobre cor da pele. É sobre inteligência. Só os mais inteligentes poderiam ter o conhecimento. É algo meio parecido com o que pregava a fundadora da casa de Corvinal, em Hogwarts. O fundador era muito fã dela e procurou seu diadema por muitos anos, pois queria elevar seu nível de inteligência.
O que faz a gente ver que esse tipo de pensamento não é exclusivo só de ingleses. Todos os povos procuram por meios que possam fazê-los mais inteligentes. Quem conheceu a história de Corvinal quis achar o diadema perdido dela, pois ele tinha uma magia única. E a verdade é que bruxos de várias partes da zuropa procurou por ele por séculos, mas já sabemos que Harry Potter o destruiu anos atrás, aquele infeliz!
Tanto que só são alguns sangue puro e poucos descendentes de europeus que entram no nosso grupo. Repetindo pra não haver dúvidas... Não é sobre a cor em si, nem sobre ser sangue puro, é sobre se você é inteligente o bastante pra fazer parte de uma sociedade que deve ser considerada evoluída. Nosso país segrega pessoas por linhagem e cor, mas nós queremos os mais inteligentes ao nosso lado.
E nós acreditamos que só quem é mais inteligente merece usufruir do conhecimento. Os menos inteligentes devem viver como os trouxas ou, se não aceitar viver como os trouxas, sem magia nenhuma, apenas não devem viver. Entendeu? Porque bruxos burros não deveriam possuir uma varinha poderosa, muito menos poderes mágicos.
Nós observamos e vemos os padrões de inteligência. Os bruxos mais próximos da inteligência de um trouxa, desde o início do primeiro ano, nós monitoramos para termos certeza e depois fazemos o que deve ser feito.
O que faz com que alunos de onze anos sumam com certa frequência. Mas sempre fazemos pensarem que eles entraram na floresta pra alguma brincadeira idiota de criança e que os indígenas mais perigosos pegaram eles, ou as próprias criaturas da floresta. Já que é avisado que as caiporas não protegem alunos que entram na mata. Não é a obrigação delas. Mas é a nossa proteger o mundo de gente burra.
Como eu disse para a Sam lá no início, tipo, tem o gato que sequestra as meninas e eu minto que eles não atacam há muito tempo, mas assumo para você que está lendo, que é uma mentira, pois sumiu uma ano passado. Ou umas! Algumas!
Ali, eu já te dei o primeiro sinal que eu sou uma mentirosa. O segundo sinal que eu dei sobre a pessoa que eu sou foi que eu pergunto as coisas parecendo ser por curiosidade. Na verdade, eu estou observando a pessoa. Observando o que ela é.
E, sim, eu observei a Sam desde o primeiro momento! Eu não quis mostrar pra você, da mesma forma que eu não queria mostrar pra ela. Então, eu não demonstrei o interesse, pois ela parecia estar mentindo pra mim, mas eu não sou burra. Eu percebi as mentiras dela e menti de volta. Quando se está no ramo desde sempre, a gente aprende a mentir muito bem. Consegue entender?
Sobre a minha amiga, a Kade... Ela é bem burrinha, né? Mas não foi considerada burra o bastante pra morrer. Só que esse tipo de aluno é o melhor pra gente se aproximar porque a gente tem o nosso disfarce. E o meu disfarce é de que eu sou uma adolescente comum, mediana, com uma só amiga mais próxima e que faz esporte na escola. E é óbvio que eu entrei no esporte pra observar melhor.
Quando se tem um esporte no seu currículo, as pessoas se aproximam por interesse. E para mim, sendo uma jogadora dos dois esportes, me abriu portas pra conhecer mais pessoas e ver seus costumes. Pois, muitas vezes, alguns alunos são inteligentes quando têm onze, doze anos, mas que, aos dezessete, se mostram piores que os trasgos. E nós nos livramos deles também. Não são só menininhos, os mais velhos também vão pra puta que pariu ou pra vala, mesmo! Depende do que decidem os líderes maiores.
Sobre a Kade, eu odeio ela. Ela é insuportável! É egoísta e eu só não mato ela, pois não saímos matando as pessoas a torto e a direito. A gente planeja tudo para parecer um acidente terrível.
É tipo assim... Oh, como aquela menina foi pra perto do rio e o gato cantou músicas bonitas que seduzem mulheres desavisadas e levou ela pra mata! Oh, tadinha, morreu! Hahahaha... Eu amo essas mortes! Rio muito!
Mas falando sério, Kade machucou a Jim. Eu disse pra Jim, eu avisei, que ela não deveria namorar uma menina que não é como nós. Nós devemos namorar só quem é igual à nós. Mas ela não me ouviu, pois estava cega e apaixonada. O que é um problema. Por isso, eu evito me apaixonar.
Tanto que eu sempre usei as meninas, as minhas fãs... Pegava elas e dava uns beijinhos. Às vezes, eu comia uma ou outra no banheiro. Aquela coisa bem casual. Elas ficam facinhas quando a gente é uma jogadora. Como dizem... Chove na horta!
Sabe, a Jim poderia se divertir com várias, mas preferiu namorar uma idiota que ainda é burra de nem saber esconder que é uma traidora. Ela fica lá se fazendo de sonsa mas todo mundo sabe que minha melhor amiga de verdade, a minha irmã de outra mãe, é corna. E isso destruiu tanto ela.
De boinha, eu só não matei a Kade porque não me deixaram, mas ainda penso nisso, pois ela nem se arrepende. A Jim é minha melhor amiga. Ela, sim, eu a amo de paixão. Minha irmãzinha do meu coração. Não aquela praga! Eu odeio ela! Queria ela morta! E eu a mataria com minhas mãos se ele não tivessem me proibido. Eu pedi! Acreditem, eu pedi!
E aí você nota como eu minto bem quando você sabe que eu menti pra você o tempo todo e você não viu. Como diria a bruxa Pittyna, eu estava aqui o tempo todo e só você não viu! Hahahaha! Burrice tem limites, meu anjo e você deveria ter notado os sinais! E olha que eu fui boazinha... Eu dei. Quem acredita na lorota de uma escola linda e perfeita em pleno Brasil?
Falam tanto pra gente que é descendente de oriental abrir os olhos, né? Seus racistas! Mas vocês aí com o zoião grandão aberto e não viram nada. Nadie de nadie vio! Ninguém de ninguém viu! Eu sou mais eu! Beijinhos de luz pra você!
E sobre a Sam... Antes eu pensava em pegar ela gostoso. Só pegar com gosto, sentir ela molinha na minha mão, toda passivinha deliciosa... Ia só esperar ela dar o fora mais terrível na Kade e a Kade deixar a Sam pra lá. Aí eu ia lá e ia comer ela tão gostoso que ela ia se lembrar de mim pra sempre.
Juro pra você! Ficava imaginando a gente juntas no banheiro. Eu poderia até ir lá no quarto dela. Eu poderia fazer umas coisinhas com ela que ia deixar ela bem na minha e facinha pra eu comer porque eu sei pegar com gosto e elas gostam... Mas eu tinha que disfarçar que eu amo a Kade, credo! Agora eu posso dizer, quero chupar a Sam! Lamber ela inteira!
Os quartos têm separações pra gente dormir com mais conforto e privacidade. Eu poderia invadir... Uma vez, eu fiz isso. Foi ano passado. Eu queria muito comer a menina e apareci de surpresa no quarto dela. Foi uma delicinha. Ela tava no último ano e ainda era virgenzinha. Hummm... São as melhores! Pena que elas grudam muito e eu tive que colocar ela no lugar dela. Foi só sexo, queridinha!
Mas agora eu quero a Sam pra mim, tipo pra ser minha namorada mesmo. Ela é como eu, sabe? Eu nunca tinha visto uma como eu, mas eu vi nos olhos dela como ela é como eu. É feita só pra mim e a Kade nunca vai pegar ela. Só eu vou.
Sempre quis me interessar por alguém como eu, mas nenhuma das meninas do grupo me chamava a atenção. Já a Sam me chamou desde o primeiro instante porque eu achei ela gostosa. Só que eu queria só comer e vazar. Porque eu sou igual a vovó. Não sou igual a minha mãe.
Agora, eu quero namorar com ela e ensinar tudo o que eu sei pra gente ser o maior casal que já existiu nessa escola. Quero me divertir com ela quando nos livrarmos dos alunos burros. Quero dar pra ela meu coração. Ela é linda e vai combinar comigo super bem. Posso ficar com ela depois daqui também, vamos ver o que rola. Vai que ela fica comigo, né? Ou eu fico com ela pra sempre como meus pais que se amam pra sempre.
Ela é inteligente, bonita, tem aquele jeito dela que é super chamativo pra mim. É irresistível, sabe? Por que eu iria querer só comer a girl que foi feita do jeitinho que eu sempre quis pra mim? Eu vou é querer que ela seja só minha, né? E eu vou cuidar dela pra sempre se ela for. Porque eu cuido do que é meu.
Esse é meu último ano. Acho que vai ser um ano inesquecível pra mim. Finalmente, eu acho que vou saber o que minha mãe sentiu quando ficou com meu pai. Já estou até emocionada.
Sempre vi falarem que as lésbicas são assim, super emocionadas, mas eu nunca fui assim por ninguém. Ela despertou isso em mim quando vi aquele colar. Eu vou fazer ela ser a minha rainha. Vou dar o trono e a coroa pra ela. Fazer por ela o que nunca fiz por nenhuma menina. Ela é perfeita pra mim. A deusa que escreve certo por linhas tortas, escreveu certinho pra mim. Delícia! Nada como comer pra sempre a mesma menina, né? Todas as outras viram nada!Eu amo uma personagem dúbia porque é delicioso escrever a história dela. Eu fiz ela ser podre desse jeito porque a Becky tem uma carinha de neném tão fofinha que nunca ninguém imaginaria ela ser tão idiota assim.
Eu me inspirei nessas seitas de tipo os iluministas, sabe? Iluministas, gente, não Illuminati! A gente estuda o iluminismo na história e inclusive ele inspirou a Inconfidência Mineira. Eles eram inteligentes e cultos, nem todos eram ricos, nem todos eram brancos... Mas todos se achavam os maiores. Pra não mexer no racismo e nem em sangue puro porque isso eu já toquei nas outras e já tá batido, fiz aqui sobre a inteligência. E aí eles limpam a sociedade de que eles consideram as mais burras por assim dizer. E isso inclui pessoas com problemas e doenças mentais, infelizmente. Mas eu te pergunto, o que é ser inteligente? Diz pra tia! Eu também fiz umas misturas dos Comensais e peguei a Corvinal e um pouquinho da Sonserina. Referência que chama.
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Lover (REPOSTAGEM REVISADA E MELHORADA)
FanfictionEssa é uma fanfic para maiores com temas mais fortes. Leia por sua conta e risco. Mon vai para seu último ano em Castelobruxo e conhece Sam, uma aluna de intercâmbio. Lover se chama assim por ser minha história mais amorosa, calorosa, cheia de cari...