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Dᴏᴠᴇ POV
Jᴜʟʜᴏ ᴅᴇ 2023
Mɪᴀᴍɪ, Fʟᴏ́ʀɪᴅᴀ

Flashback on...

- Eu não te odeio... - seus olhos se mantinham fixos aos meus, dessa vez não sabia decifrar o que se passava dentro deles.

- Deveria! Já que te machuquei - proferi tirando alguns fios do meu cabelo que estavam atrapalhando.

- Eu sei, Sofia... - advertiu - Só sou boa demais para fazer tal ato!

- Mas... - fechei minhas mãos em punho.

- É que... Eu espero que ter me machucado, tenha te ajudado a se curar da sua ferida - indagou.

- Como assim, Dove? - questionei.

- Não tem o porquê de cultivar sentimento de ódio por você por ter me machucado - disse - Se isso diz muito mais sobre você do que sobre mim...

- Que? Não, eu te feri - falei - Você é a vítima da história toda, é a que está machucada...

- É que você também está, senão não teria feito o que fez - tocou minha mão - As atitudes que as pessoas tem com as outras são reflexos do que elas tem por dentro... E é óbvio que você vai me fazer sentir dor, é o que você mais tem!

- Então... Você está tipo passando pano para mim? - perguntei - Depois de tudo que eu fiz com você...

- Cada um dá o que tem para oferecer... - deu de ombros - Se você está uma bagunça por dentro, como posso esperar que você não me transforme em uma também...

- Mas, você só queria me dar coisas boas... - suspirei - E eu estraguei tudo, pisando na bola com você!

- Talvez seja porque não se achasse merecedora das coisas boas... - falou se afastando - Que eu queria te dar ou estava ocupada lidando com as coisas ruins que as pessoas já te deram...

- Então mesmo merecendo que você me odeie - desviei meu olhar do seu.

- Eu não te odeio! - disse.

Flashback off...

(...)

Infelizmente, Sofia é uma perfeita idiota, quem ela pensa que é? Eu respondo, ela é uma bipolar. Não há outra explicação. Desde aquele dia no quintal, ela nunca mais tentou nada ou mesmo falou sobre o assunto. Agia como se nada houvesse acontecido, de certa forma todas essas investidas dela estavam mexendo com o meu interior quando jurei que nunca mais olharia na cara dela.

Mas quem em sã consciência resiste aquela mulher?

- Por que estou ligando? – estava no corredor – Ela não me interessa mesmo - aspirei o ar com força.

- Quero falar com você – meu pai saiu de uma das salas.

- Preciso voltar para sala. Sofia estás me esperando – era mentira, ela nem estava na lá.

- Não perguntei nada, eu disse que quero falar com você e quero agora – disse. Por que meu pai sentia tanto desprezo por mim? – Entra - puxou pelo braço - Eu quero que fique de olho na sua chefe – fechou a porta – Quero que conte qualquer coisa que ouça. Qualquer coisa que não seja normal - franzi o cenho.

- E por que eu faria isso? – um sorriso sinistro nasceu em sua face.

- Porque se não fizer, o seu amigo será o afetado – meu coração acelerou - Aquele seu amigo pode ser demitido, sei lá, há tanto o que eu posso estragar

- Fique longe do Cam – falei. Quem é esse monstro a minha frente? - Por que você tem que ser assim?

- Bem, magicamente poderia aparecer umas coisinhas naquela porcaria que ele chama de casa – um nó se formou em minha garganta, a minha boca secou – Basta eu querer, que ele estará no olho da rua... - pela primeira vez, senti medo dele - Vai ficar de olho e tudo que você achar suspeito, irá me contar. Será que eu fui claro? Pela primeira vez na vida, prove que não é uma verdadeira inútil, um empecilho na minha vida. Queria que fosse como eu, que houvesse herdado algo meu – meus olhos se encheram de lágrimas – Agora vai! - sai daquela sala sentindo as minhas pernas bambas.

We Go Down Together - Dofia (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora