|10|

180 19 16
                                    

Sᴏғɪᴀ POV
Aɢᴏsᴛᴏ ᴅᴇ 2023
Mɪᴀᴍɪ, Fʟᴏ́ʀɪᴅᴀ

Flashback on...

- Ter te deixado não significa que eu não sinta mais nada - falei - Eu te amo, é também por isso que vou embora...

- E essa saudade do que não podemos ter e ser, vai estar aqui cumprindo tudo o que não conseguimos - seu olhar era totalmente perdido, não sabia realmente o que se passava ali.

- Vou levar da gente as melhores lembranças e algumas imaginárias já que não podem acontecer - senti o toque suave das suas mãos em meu rosto.

- Não quero te esquecer... - disse.

- E não vai! Não vou te tirar daqui de dentro a força, você conquistou esse coração e ficou com ele - indaguei - Por mais que eu não esteja mais na sua vida, você ainda mora aqui...

- A nossa música vai continuar sendo a minha favorita - sorriu tristemente - Só evitarei um pouco, não quero ficar chorando lembrando de você toda vez...

- Demos certo, meu amor - segurei sua mão - Só não foi para sempre como planejamos! Não vai ser nessa vida...

- E não tem porquê terminarmos em ódio, foi amor e vai continuar sendo - encostou sua cabeça próximo ao meu coração - Mas, eu não posso te pedir para ficar. É o mesmo que desgastar o sentimento lindo que mora dentro de nós!

- Prefiro levar a culpa por esse término, do que ir empurrando entre trancos e barrancos - falei abraçando seu corpo frágil - Não merecemos isso e eu sei que você não iria, por isso, eu assumi e segui... Eu quero o melhor para você e já não é mais do meu lado - olhei em seus olhos marejados.

- Foi a decisão certa e dói como se fosse a errada... - suspirou.

- Não somos mais nós - proferi - Mas, para sempre vai ser você...

Flashback off...

(...)

Ninguém nunca vai saber o que peso que é ser eu. Muito menos a guerra que carrego dentro de mim e o caos que é a minha mente; acho que ninguém nunca vai saber o peso que é ser eu de verdade. A sensação de se perder durante a madrugada em meio ao choro de pensar em não conseguir mais viver e só desejar acabar com tudo.

Talvez eles nunca imaginem o peso que carrego...

E na real, muito menos eu entendo como cheguei até aqui. Como suportei e suporto até hoje a situação em que me encontro; costume, talvez. Na verdade nunca vão entender como é ser eu, nem sempre ganho as minhas batalhas internas. Tem dias que luto com todas as minhas forças, mas, mesmo assim, saio machucada e desacreditada.

(...)

O meu corpo estava aceso, Dove de fato mexia com o meu interior muito mais do que imaginei. E o melhor, ela não era nenhum pouco indiferente. A teria em minha cama e seria apenas questão de tempo. Quem sabe poderíamos ser amantes. Sem complicações, só sexo quando sentíssemos vontade.

Seria perfeito...

- Sofia, podemos conversar? – nem havia percebido que o meu pai estava dentro da minha sala.

- Senta, papai... – ele abriu alguns botões de seu terno.

- O quanto ainda vai durar esse tratamento de gelo? – estava na hora de acabar com aquela birra.

- Não somos tão diferentes, papai. Também vivo, ou melhor, vivia um relacionamento de aparências – não estava surpreso – Talvez a gente finja por mais um tempo - encarou por vários segundos.

We Go Down Together - Dofia (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora