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Sᴏғɪᴀ POV
Nᴏᴠᴇᴍʙʀᴏ ᴅᴇ 2023
Mɪᴀᴍɪ, Fʟᴏ́ʀɪᴅᴀ

Deixar ir é a maior prova de amor que se pode dar, independentemente da tristeza e da saudade, que são sentimentos próprios de quem ama. Por duro que seja, deixe ir. Por sofrido que seja, deixe ir. Por triste que seja, deixe ir. Murro em ponta de faca serve apenas para machucar. Prova de amor mesmo é permitir que a corda se solte das mãos ao invés de esperar pelo susto do arrebentar repentino. O mais importante é parar de sangrar feridas que não necessitam permanecer abertas.

Foi uma escolha que exigiu uma dose enorme de coragem, mas percebi que era a maior prova de amor que poderia dar. Cheguei ao ponto em que percebi que já não éramos mais a mesma coisa. Uma jornada tumultuada, repleta de momentos intensos e memórias que ficarão marcadas em minha alma. Nós éramos como peças de um quebra-cabeça que se encaixavam perfeitamente no início, mas à medida que o tempo passava, as arestas começaram a se desgastar e o encaixe não era mais tão perfeito.

- Se arruma, precisamos ir para casa da Bonnie – Lina entrou nervosa.

- O que aconteceu? – franzi o cenho.

- O Philip teve a cara de pau de ir até o condomínio e entrar na casa - falou.

- Filho de uma... Vou só trocar de roupa - subi as escadas rapidamente.

(...)

Não demorou muito para chegarmos ao condomínio, notei uma grande movimentação na rua. Havia carros de polícia e a maldita imprensa. Foi difícil entrar, mas com o auxílio da polícia, conseguimos. O meu pai, assim como os irmãos de Dove, estavam ali. Aquela mulher também se encontrava na sala, indicando que Dove estaria por perto, pois não a vi.

- Filha, que bom que veio – abracei rapidamente o meu pai.

- Viemos assim que soubemos. Como a senhora tá? Ele lhe fez alguma coisa? – agachei diante dela.

- Não, não deu tempo de nada... Quando cheguei, ele estava revirando o escritório. Quando gritei, ele saiu correndo... - respondeu nervosa.

- A senhora vai ficar na casa do meu pai. Os seguranças irão ficar de plantão – falei, ela estava tão apavorada, que as suas mãos tremiam.

- Obrigada... - fiquei de pé, indo até Kissia.

- Cadê ela? – olhei para Lindsey, que me encarava com seriedade.

- Foi para cozinha... Ela não tá nada bem, mas está fingindo ser forte – aspirei o ar devagar. Decidi ir atrás, caminhando rapidamente até a cozinha.

- Onde você tá? Me diga, seu infeliz, eu vou aí e resolvemos isso. Estou tão cansada de você. Deixa a minha família em paz, seu bandido! - franzi o cenho.

- Com quem está falando? – se virou. Peguei o celular de sua mão - Alô? – a encarava.

- Olha, se não é a vagabunda defensora dos pobres e oprimidos – meu sangue ferveu no mesmo momento.

- Como se atreve? Você tá se achando o poderoso chefão, não é? Mas eu prometo que logo irá pagar por tudo que vem fazendo, seu bandido de merda - gargalhou.

We Go Down Together - Dofia (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora