We Go Down Together - Dofia (CONCLUÍDA)

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Dᴏᴠᴇ POV
Sᴇᴛᴇᴍʙʀᴏ ᴅᴇ 2023
Mɪᴀᴍɪ, Fʟᴏ́ʀɪᴅᴀ

Senti como se algo se quebrasse dentro de mim. Algo que me fez permanecer em silêncio. Sentei na cama após sua saída do quarto tentando não fazer nenhum barulho, não queria ser vista daquela forma. Só nesse momento notei que prendia a respiração. Puxei o ar com força. Mesmo assim, ouvi-la externar isso me deixou em pedaços. Eu quis acreditar que ela estava sentindo algo, que alguma coisa havia mudado e poderíamos ser mais do que um sexo casual. A culpa não é dela, eu mesma a iludi com a forma que estava tratando ela. Como ela disse, estava fazendo tudo aquilo por se tratar de problemas familiares.

Somente isso...

Eu queria dar uma volta, respirar um pouco, o que se passou naquele ambiente ainda ecoava em minha cabeça, pois uma voz irritante ficava repetindo que estava sendo injusta com ela, que deveria deixá-la se aproximar e começar de novo, mas não era tão simples assim. Sai com a cabeça nas alturas, só notei que me aproximava do estábulo, quando ouvi Safira relinchar ao me ver. Uma parte de mim pedia insistentemente que fosse atrás de Sofia, que mesmo sem saber o que dizer, que tentasse, entretanto eu só consegui ficar parada ali, olhando para a porta igual do estábulo uma idiota.

Com uma sensação de vazio e de perda...

- O que devo fazer? – pressionei o meu pescoço com força, tentando clarear a mente.

Precisava pensar com clareza, organizar toda essa bagunça e dessa forma, conversar com ela. As coisas que disse foram da boca para fora e ela tinha razão. INFERNO! Eu sou uma idiota covarde. Deveria dizer a verdade a ela? Contar o que guardei durante todos esses anos? Dizer que ela é a minha primeira paixão definitiva, que no passado a forma que encontrei de ter a sua atenção foi implicando com ela e na noite que me entreguei a ela, entrei em pânico na manhã seguinte e me afastei.

(...)

Flashback on...

- Estamos muito bêbadas, a minha mãe vai me matar – ela tentava fechar a porta.

- Por que... Tá trancado? – questionei e ela passou a rir.

- Eu não sei, acho que vou dormir aqui no seu quarto – respondeu e só então notei que eu não estava tão bêbada quanto ela.

- Vou tomar banho, não vomita em nada – apenas me mostrou seu polegar.

- Espera, eu também quero tomar banho – veio até mim, me puxando pela blusa. Caímos no chão do banheiro, rindo igual duas idiotas.

- Pensei que não iria me convidar para o seu aniversário – sua mão veio até meu rosto - Achei que me odiasse!

- Eu queria que viesse, não seria a mesma coisa sem você – segurei sua cintura, ela estava sobre mim - Talvez eu odeie um pouco

- Eu gosto de você, apesar de você ser uma tremenda chata, dona do mundo e blá, blá, blá... - falei.

- Você também é chata, mas é uma chata bonita – nossos olhos se prenderam.

- Você me acha bonita? – aproximei meus lábios dos dela.

- Linda, eu queria muito te beijar – pude sentir sua respiração mudar. A vi fechar os olhos e a beijei e quando dei por mim, estávamos sem roupa em meu quarto.

Flashback off...

(...)

- Eu não consigo pensar direito - fui até o criado mudo, peguei um tranquilizante e tomei dois de uma única vez, precisava dormir e esquecer disso por um momento. No dia seguinte, eu iria tentar algum contato e tentaria externar essa avalanche de sentimentos.