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Sᴏғɪᴀ POV
Jᴜɴʜᴏ ᴅᴇ 2023
Mɪᴀᴍɪ, Fʟᴏ́ʀɪᴅᴀ

Flashback on...

Mas afinal, o que o amor vira quando chega ao fim?

Se eu tivesse que descrever o amor, descreveria sobre ela. Porém, principalmente de todos os momentos que tivemos juntas, cada risada, lágrima e os mais sinceros sorrisos já dados. Descreveria tudo isso que hoje são apenas meras lembranças vagando pela minha mente de algo que um dia já queimou e ardeu como chamas; mas tudo que somos hoje é estranhas com uma história e o nosso para sempre ficou apenas nas memórias, mas confesso que elas ainda fazem queimar o meu coração, onde meu peito se aperta e dilacera quando lembra de cada detalhe que lhe compõe.

Fica cada vez mais difícil não perder a estabilidade, os compassos dos meus passos quando passo por onde costumava ser o nosso refúgio, mas tudo que posso fazer é com a saudade conviver; os meus olhos ainda a procuram no meio da multidão, o sorriso ainda escapa quando ouço seu nome ao longe, sei que não deveria fazer nada disso, mas é tão difícil tirar da cabeça alguém que ainda habita o coração. Ainda tenho lembranças do primeiro olhar de apaixonadas que trocamos, e tudo que desejava é que estivesse ficado para sempre.

Não queria que tivesse tornado só um talvez, se eu soubesse que aquele seria o último abraço teria demorado muito mais para soltar; se eu soubesse que aquele seria o nosso último beijo, jamais teria parado de beijar. Porém, estava claro que o nosso amor não iria durar, afinal precisava voar e ela só queria me segurar em seus braços para sempre, mas prometi amar e isso nunca irei quebrar; mas não poderia esperar que fosse assim, de longe, distante e sem poder tocar.

Mas afinal, o que o amor vira quando chega ao fim?

Eu diria que ele se torna em nós...

Pessoas que se amam, mas não conseguem se amar, estranhas que um dia já dividiram o mesmo ar, mãos que pararam de se entrelaçar, mesmo que o nosso para sempre continue nas memórias. Novamente não está mais aqui, bom isso já não é segredo para ninguém e muito menos para mim, achei que éramos inquebráveis, indestrutíveis, mas quem se destruiu fui eu e ela talvez não saiba disso, porque não fui capaz de contar. Dias chorando e apenas querendo o seu abraço, o conforto do meu lar para dizer que tudo ficaria bem; porque das outras vezes sempre estava lá e mesmo que sentisse como se o mundo estivesse se desfazendo, éramos intocáveis.

Mas agora ela não está e mesmo recebendo apoio de terceiros, queria apenas o seu silêncio e seus braços ao redor do meu corpo; eles me fazem sentir que mesmo totalmente partida, ainda tinha ela para segurar cada pedaço de mim. Na verdade ninguém que eu queria estava ali, e tive que me remendar sozinha, cheia de estilhaços pronta para perfurar quem chegasse perto, talvez meu corpo esteja andando por ai, minha boca esteja sorrindo e fazendo todos rirem com as piadas bobas, mas só eu sei como minha mente está viajando em um vazio infinito. Incontáveis vezes já percebi que as minhas forças se esvaíram para sempre, afinal como que uma pessoa com muitos fracassos acumulados pode ser forte novamente; parece que mais uma vez não aprendi a acertar, continuo perdendo pessoas e ela foi uma dessas pessoas.

Eu precisei dela, mas de novo só tive a mim...

Ainda não acostumei com o nosso fim, e sei que não vou me acostumar com isso tão cedo; é inevitável não lembrar das promessas não cumpridas. Eu realmente queria que o nosso relacionamento não tivesse chegado ao tão temido fim, jamais vou aceitar isso e ter que viver a vida sem ela dói tanto que tudo parece em câmera lenta, as mãos trêmulas, as pernas fracas e o choro compulsivo. É inevitável não se sentir culpada por tudo, sempre fui a pessoa chata, implicante e desinteressante no relacionamento; minha própria intensidade é me sentir mal comigo mesma e por não saber nem ter mantido ela na minha vida.

We Go Down Together - Dofia (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora