Assim No Céu Como No Inferno

-prologo-

Essa era apenas mais uma madrugada para Crowley que passaria com seu amigo Aziraphale. Uma madrugada igual as outras, patrocinada com grande quantidade de vinho, risadas, lembranças, musica de fundo e algumas vezes pausas na conversa só pra catar alguma música que gostavam e marcaram algum momento importante em suas vidas. 

Aziraphale estava sentado em uma das poltronas observando o demônio encostado na parede com a sua taça que já estava no fim novamente. 

-Vamos querido me conte alguma história sua. Com certeza deve ser mais interessante do que as minhas! - falava um tanto pouco alto que o habitual e com um sorriso que Crowley achava tão aconchegante... que parecia que estava em casa e isso o fazia corar um pouco mais do que quando enxia a cara, que seria o caso, mas Aziraphale não iria perceber por conta dos óculos.

- Então está interessado em mim? - falava colocando a mão em seu peito e com a voz doce e mais fina, fazendo uma ceninha. -É muito nobre de sua parte, mas sinto lhe informar que você já conhece todas elas meu anjo. - " Meu anjo " mesmo que Crowley sempre o chamasse assim, com a ajuda do "quase" fim do mundo ele sentiu um apresso maior por essas duas palavras. Uma vez escutou que pensamentos negativos atraia uma vida negativa, talvez esse lado seu negativo seja por estarmos falando de um demônio, mas agora para ele "meu anjo" significaria palavras positiva já que seus planos era que ele estivesse sempre com ele.

Por alguns segundos naquele breve silêncio Crowley ia até Aziraphale já que no lado de sua poltrona havia uma das garrafas de vinho aberto, e enquanto ia até ele percebia seus olhos se cruzarem rapidamente, o deixando um pouco incomodado mas nada que mais uma taça de vinho não resolvesse. Seu desconforto seria muito menos superficial do que parecia para seu anjo. 

Crowley sabia que estava se apaixonando pelo seu amigo durante esses 6 mil anos e que fazia de tudo para ficar com o mesmo, mas havia medo em seus sentimentos, e não era por aquela famosa frase que ouvira de muitos seres celestiais, " demônios são seres sem sentimento e não conseguem amar " e sim por medo de estragar tudo que eles tinham mesmo que fosse pouco, de não ser correspondido e mesmo que fosse ele sempre achou que seu anjo não merecia um ser tão demoníaco, se assim é possivel dizer. O anjo era de mais para ele e não ficaria feliz consigo mesmo se ele acabasse o machucando de alguma forma.... ele o amava e isso era doloroso para ele pra cacete por não entender o que sentia.

-Você não parece muito bem agora, quer falar sobre querido? Somos amigos pode confiar em mim. - e para o demônio esse é o problema, eles eram amigos... e se ele estragasse aquela amizade o que ele faria depois? Se de certa forma o anjo seria seu motivo de ter tido um fagulha de felicidade enquanto era o representante do inferno na Terra por exatamente 6 mil anos. Onde mesmo que gostasse de fazer uma maldade ou outra, em alguns momentos seus trabalhos podiam ser ditos por ele como "imperdoáveis".

-Desculpa anjo, só estava pensando como seria bom ser humano por algumas horas... 

Esse era um de seus desejos além de ter Azi para ele.

-Como assim ?- disse enquanto o Crowley ia até seu canto na parede .

-Imagine poder viver cada dia com a adrenalina de que pode morrer a qualquer momento, poder se apaixonar sem ser julgado, ter uma família que de fato vai estar com você,  criar uma família do zero!- falava como se fosse a vida mais desejada. - Envelhecer de fato do lado da pessoa que você ama.

Nesse momento o silencio poderia ser instaurado naquela biblioteca se não fosse pela musica de fundo e carros passando na rua em meio a leve chuva.

-Crowley isso é tão...