Era manhã novamente, uma manhã onde claramente haveria mudado algo.
Crowley acordaria sozinho naquela manhã, na cama de Aziraphale, onde haviam dormido no dia anterior, isso mesmo que não querendo assumir o deixaria um pouco magoado, mas com aquele cheiro maravilhoso vindo da cozinha o faria talvez um pouco mais feliz que antes, então resolveu se vestir e ir até a cozinha onde estaria seu anjo próximo ao fogão.
- Bom dia meu anjo dormiu bem? - falava de forma doce enquanto andava até Azi e o abraçando por trás e dando um pequeno beijo na bochecha.
-Bom dia sim e você? - respondeu surpreendente mente de maneira fria, coisa que nunca faria com Crowley.
-Aconteceu algo anjo?- perguntava ao perceber seu tom frio e afastando do mesmo.
-Não por quê?- ainda frio e sem olhar para o rosto do demônio colocava dois pratos de panquecas com duas canecas, uma de chocolate quente e outra com café. Isso o chateava, ele queria os olhos de Azi para si principalmente depois do que aconteceu ontem a noite. Ambos sentariam a mesa em silencio.
-Eu fiz algo de errado anjo? - disse Crowley enquanto pegaria o café.
-Eu só acho que precisamos conversar sobre... ontem e semana passada entende?
-É claro! - por incrível que pareça surgia um sorriso em seus lábios mesmo com medo do que viria a seguir enquanto bebia o café.
-Olha Crowley acho que... sobre semana passada... - disse olhando pela primeira vez nos olhos do homem a sua frente enquanto levava um pedaço da panqueca a boca.
-Sim? - falaria colocando o café na mesa percebendo um olhar serio no rosto do outro.
-Você estava muito bêbado e não pensou direito no que estava fazendo... e ontem...
-Anjo por favor! Eu não estava mentindo nem nada do tipo eu te beijei porque eu quis que soubesse que estava e estou apaixonado por ti! - algo naquele café não o faria bem, talvez por ser juntar ao a margo daquela situação.
-Crowley está se escutando? Como pode se apaixonar? E por mim ainda por cima!
-Anjo... somos amigos a seis mil anos ! SEIS MERDAS DE SEIS MIL ANOS! EU ME APAIXONEI POR VOCÊ DURANTE SEIS MIL ANOS! NÃO TE CONHECI ONTEM ANJO! - enquanto gritava sentiria uma imensa vontade de chorar em meio toda aquela falta de ar.
-Crowley... ontem foi um erro não deveríamos ter você sabe. - falava voltando a atenção de seu olhar para a comida.
Crowley levantou e foi em direção a Aziraphale enquanto escoria grossas e longas lagrimas de seus olhos, que naquela hora sentiriam falta dos óculos.
-Olhe em meus olhos e me diga que é um erro eu te amar! Olhe em meus olhos e me diga que ontem foi um erro! Me diga que esses seis mil anos de amizades serão jogados fora! Me diga que eu que sou o erro pelos simples fato de não ser um anjo.
Aziraphale naquela hora não podia mais olhar no rosto de Crowley.
-Por que não olha em meus olhos agora e diz isso!?
-Senta e coma por favor.
-Como vou sentar e comer enquanto escuto você falar que eu estava bêbado demais!
-Porque estava! - agora olharia nos olhos de Crowley e percebendo como aquilo o atingiu.
-Eu fiquei essa semana toda tentando esquecer o que tinha feito e estava conseguindo até você ligar novamente! E escutar a droga de um conselho de uma planta falando pra eu vir aqui!
-Então não tivesse escutado!
Crowley saiu da cozinha e em alguns segundos estava ligando o carro que o levaria para sua casa. E enquanto ligasse o carro, não perceberia o choro no andar de cima de Aziraphale.
"Deus o que foi que fiz foi certo?"
A partir de agora seria um grande caminho até a casa de Crowley. Na verdade seria um longo caminho pra sair de perto de quem é a casa de Crowley.
Depois de longuíssimos minutos e dirigindo só 30kmh por não querer chegar em casa e lidar com toda aquela dor que sentia isolado do resto do mundo, chegava ao seu destino.
Era mais uma manhã que estaria sozinho em seu apartamento, foi até a cozinha e percebendo o o saco de droga, iria cheirar mais um pouco repetindo aquela cena do outro dia. Pegava mais uma bebida e ia se sentar no mesmo lugar que estava no outro dia e a folha estaria lá agora ainda. Beberia um pouco da cerveja que pegou.
-Eu fui lá como você mandou, tranzamos e hoje de manhã tive que escutar que foi um erro, que estava bêbado e que não... o amava.
O choro com forme o tempo só pioraria.
-Ande me diga o que fazer! Não é você que sabe das coisas?
Então a planta de maneira misteriosa faria nascer um cabo próximo a folha e criaria uma pequena flor rosa que abriria, e essa seria uma das flores mais lindas que Crowley veria em sua vida.
-Não estamos em um teatro sabia? Essa é a minha vida! E você a arruinou!
A flor balançaria junto com a folha escrita AZI.
-Ele é uma flor é isso que quer falar? Porque com certeza não é!
A flor e a folha balançaria mais um pouco.
-Pra eu dar um buque pra ele?
A flor e a folha balançaria novamente.
-A flor é pra mim?
A flor continuava a balançar só que mais fraco.
-Levar você pro anjo?
A flor pararia de balançar.
-Ele com certeza não quer me ver...
As plantas percebendo a tristeza de Crowley começaram a criar varias flores do nada. Era estranho para Crowley ver tantas cores diferentes naquele lugar. Crowley se sentiu amado lá mesmo depois de toda a raiva que descartaria nelas durante todos aqueles anos. Agora não se sentia mais tão sozinho naquele apartamento. E com certeza a revista que disse sobre falar com plantas era bom estava certa.
-Se querem tanto que ele veja eu o trago aqui. Mas vou limpar tudo aqui e fazer crepes.
Crowley dessa vez resolveu limpar sem usar seus poderes, talvez para refletir se seria uma boa ideia, dar um certo tempo depois daquela briga.
Já Aziraphale não havia aberto a livraria perante o dia todo... algo que não fazia. Ele não sabia o que sentir ou fazer, sua tristeza era tanto que nem comeu aquele dia. Só ficaria na cama aquela tarde e com seu pijama enquanto tentava entender oque sentiria
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Assim No Céu Como No Inferno
FanficLogo após a pequena ajuda de Aziraphale, um anjo, e Crowley, um demônio, para a continuação da humanidade entre outros eventos que aconteceria logo depois, ambos resolvem dar um tempo dessa amizade com a desculpa esfarrapada de ter que processar tud...