-Capítulo 18-

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Já se fazia dias que a gaveta estava trancada ao olhar do demônio, no qual estava a espreita de qualquer oportunidade que tivesse para pegar o que  parecia ser um pequeno caderno.

-Crowley, querido. - dizia Aziraphale descendo a escadaria em uma simples terça feira a tarde.

- Sim anjo? - respondia o ruivo debruçado no pequeno sofá destinado a ele na livraria.

- Eu terei que ir ali na Magie rapidinho, tudo bem por você?

- Claro, mas quem é Magie?

- A mocinha da loja de discos.

Em seguida Crowley soltaria um ruído em concordância, então finalmente ficaria sozinho em alguns segundos na livraria.
Do lado de fora algumas nuvens se juntavam trazendo em mente há algumas pessoas que a chuva poderia se aproximar em algumas horas.

Enquanto passos se distanciavam da livraria outros se aproximavam da mente do caído. Assim logo se lembrou da tão misteriosa gaveta.

Na sua cabeça pairava uma grande discussão interna que tinha que ser resolvida o mais rápido possível, que seria: "Abrir ou não abrir?"

Então resolveu apaziguar a curiosidade e foi ao encontro da mesa antiga, especificamente no ponto mais importante que era a gaveta. Em uma falha tentativa, já esperada, tentou abrir a gaveta como faria normalmente, porém não conseguiu, depois se utilizou de um pequeno milagre e enfim conseguiu ver o que queria.

A princípio via apenas uma garrafa de bebida alcoólica, um copo e por baixo o que parecia, e era, um caderno.

Da janela veria uma pequena aproximação da livraria e então pegaria o caderninho, subiria rapidamente e colocaria dentro de um casaco dele mesmo, que ficava em sua parte do guarda-roupa.

O sino da porta finalmente foi tocado mas o silêncio insurrecedor continuava

-Anjo é você?- perguntava de maneira desconfiada.

O silêncio continuava e a sua resposta foi esquecida.

-Anjo? - o ruivo voltava a perguntar em lentos passos em direção a saída do quarto.

Do batente da porta se sentia uma leve brisa fria e úmida como um inverno, mas não era um vento que trazia o frio, e sim o medo de pisar em alguma madeira um pouco deslocada do piso.

O ambiente parecia apertado.
O ar estava sumindo .
O silêncio continuava.

E o Frio apenas permanecia.

Em um pisar em falso quase se esbarrou na velha cadeira da cozinha mas obteve cuidado para não fazer nenhum barulho.

O silêncio corria rapidamente, por conta do barulho da xaleira  que saia junto a fumaça.

Crowley se movia para desligar o fogão e assim que o desligou, contra sua vontade  percebia estar em o que parecia ser um quartinho velho e mofado e obviamente escuro, sem janelas, apenas tendo algumas partículas de poeira no ar.

Uma luz se criou no meio da sala, com um vela de sete dias derretida.

Praticamente nem iluminada uma sobra parecia se esbeirar até o única luz no ambiente.

O semblante no rosto do demônio não era de medo, raiva ou qualquer emoção que sentisse mas sim atenção a figura.

A silhueta tão misteriosa, deixava de ser, e revelava um antigo conhecido do outro lado.

-Azrael o anjo da morte, a que devo essa enorme honra? Acho que eles não gostariam de saber que está compactuando com o filho do diabo.

- E por que acharia isso?- perguntava a mulher de cabelos pretos.

Assim No Céu Como No InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora