Era difícil para Vegas se concentrar em qualquer outra coisa quando tudo o que conseguia pensar era em Pete.
Vegas aproveitava cada oportunidade ganha para lançar olhares nada discretos em direção ao professor de artes. Observava a forma como seus lábios se moviam ao falar toda vez que virava para frente, imaginando o gosto que teriam. E quando Pete ficava de costas, Vegas se sentia um verdadeiro pervertido descarado, permitindo que seus olhos lhe traíssem e viajassem livremente desde a nuca até a bunda farta escondida por uma calça social. Explorando tudo o que sua visão permitia já que as mãos não podiam explorar por conta própria.
Tirando do seu raciocínio considerado importante, Porsche, seu amigo de longa data e de mesa, passou a tentar se comunicar enquanto cutucava veemente sua cintura fazendo Vegas olhar para o lado por meros segundos e voltar à tentar focar a visão à sua frente, estava disposto a ignorá-lo. Ele pararia alguma hora e como previsto, definitivamente parou.
"Espero que suas notas finais sejam tão atrativas quanto o que está observando, senhor Theerapanyakul." ouviu Pete dizer sarcasticamente, o que só provocou alarde na sala fazendo todos rirem.
Sorriu amarelo. Antes mesmo que pudesse perceber, Pete tinha caminhado silenciosamente e parado a sua frente com uma expressão difícil de decifrar. Droga, havia sido pego no flagra e ainda exposto para o restante da classe saber do penhasco que admirava minutos atrás.
"Você não é um dos melhores da turma pelo que eu me lembre." Pete inclinou o rosto para o lado e apoiou o indicador da mão esquerda na boca, mantendo total contato com Vegas. Se Pongsakorn soubesse o quão gostoso ele ficava daquele jeito... "E eu acho que não tem como virar o melhor da noite pro' dia, o que você acha?"
"Desculpa professor, isso não vai acontecer mais." Essa era a mentira mais descarada que ousou inventar no dia.
Porsche abaixou a cabeça ao seu lado, começando a rir do mais novo. Tinha atirado pedra na cruz quando acordou e se esqueceu disso? Se ele soubesse, tinha guardado a pedra para jogá-la na cabeça de Porsche.
"Torço pra isso." antes que pudesse responder, Pongsakorn havia se afastado e voltando a explicar o conteúdo em sua mesa pessoal como se nada tivesse acontecido, como se não o tivesse flagrado quase jogando um tapete vermelho para ele passar desfilando em sua frente com aquela bunda farta.
"Grande amigo você é, Pitchaya" Vegas ralhou baixo dando um beliscão no namorado de seu primo, tentando se distrair e evitar também de prestar atenção novamente em como os quadris de seu professor se tornava atraente balançando a cada passo que ele dava na sala explicando a lição aos demais.
"Eu tentei te avisar." Porsche rebateu, devolvendo o beliscão que havia ganhado anteriormente sentindo o outro remexer-se descontente na cadeira. "Ninguém mandou esquecer de limpar a poça no chão de tanto babar igual cachorro de novo pelo irritadinho."
Irritadinho.
Era claro que o apelido novo de Pete ia pegar. Irritadinho era um dos muitos apelidos que o professor acumulou durante anos dando aula, seu temperamento nunca foi um dos mais apreciados entre os alunos que tinham horários com ele.
Pete Saengtham Pongsakorn sempre foi alguém recluso dentro do colégio com qualquer um, com exceção dos colegas de trabalho. Era difícil manter-se perto dele sem receber um sermão por pequenas coisas e Vegas tinha uma certa experiência nesse assunto já que toda vez que ficava no mesmo ambiente que o outro, recebia uma lição de moral. O que Pete acumulava de apelidos, Vegas acumulava de sermões vindo dele.
E mesmo tendo total consciência de que provavelmente Pete via todos os alunos como bichos, inclusive ele, não deixava de observá-lo e imaginá-lo toda vez que deitava na cama durante a noite. A imagem vinha de jeito automático quando encostava a cabeça no travesseiro para dormir, seja uma imagem comportada ou uma mais quente. Noventa e nove por cento das vezes era Pete completamente livre daquelas roupas cafonas, com um olhar de choro e pedindo para que não parasse.
"Vegas...? Vegas!" O grito repentino de Porsche o assustou, removendo-o dos pensamentos enquanto apoiava as mãos no peito descompassado. "Porra, estou te chamando a horas e você nem escutou. A aula acabou, levanta daí e para de sonhar acordado cara."
Focou a visão ao redor notando quê a maioria já não se encontrava mais na classe e a mesa de Pete estava limpa e livre de pastas, assim como sua presença tinha evaporado. Estava tão perdido nos seus pensamentos que não tinha nem mesmo notado o horário em que a aula se encerrou.
"Pra onde Pete foi?" Questionou-se apressando em arrumar os materiais dentro da mochila, guardando-os de qualquer jeito. "Preciso conversar com ele."
"Me diz quando é quê você não precisa falar com ele."
"Por favor cara, não custa nada. O ensino médio tá quase no fim e eu não quero terminar com arrependimentos de não ter tentado." Vegas murmurou vendo Porsche crispar os lábios acompanhando-o até a porta. "Se me ajudar, te ajudo a se resolver com meu primo."
"Golpe baixo usar minha situação de briga com o Kinn pra correr atrás daquele azedo." Escutou o resmungo do amigo e logo um soco foi desferido contra seu ombro. Mesmo assim, Pitchaya não tardou em apontar na direção da saída. "Estacionamento. Enquanto você sonhava com o príncipe azedinho, o ouvi dizendo a Pearl quê ele precisaria ir embora mais cedo."
Pete não ficaria até tarde no colégio como de costume então?
"Estou atrasado, tenho que ir nessa. Valeu Porschezinho."
Beijou a testa do amigo apressadamente, segurou ambas as alças da mochila que usava e disparou em correr para fora em direção ao estabelecimento do colégio, não poderia perder tempo conversando se ainda pretendesse ver Pete sem aquele jaleco branco esquisito cobrindo-o quase da cabeça aos pés. E antes que pudesse cruzar a saída, ouviu um grito conhecido por si:
"Não esquece que tá me devendo uma, baba ovo!"
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professor Pete
FanfictionVegas encontrava-se completamente obcecado pelo seu professor de artes, Pete. Desde o momento em que ele entrou na sala de aula pela primeira vez, Vegas sentiu uma conexão imediata, uma atração magnética regada a pensamentos invasivos que desviava s...