Se disse ontem que provaria que Porsche e os outros estavam errados sobre seus sentimentos, não seria hoje que provaria.
Seu pescoço doía muito, ele sabia que tinha sido uma má ideia comer praticamente o pote inteiro de sorvete sozinho e só percebeu ou teve noção disso quando deitou a cabeça no travesseiro para dormir. Não estava resfriado, mas também não se sentia bem o suficiente para ir à escola com aquela voz rouca. Ele sabia que Pete não o levaria a sério se pedisse para transar com a voz do Donald, então decidiu ficar em casa.
Macau não faltou e nem mesmo parecia ter sido afetado na voz, já que acordou gritando aos ventos que tinha perdido a hora enquanto procurava a meia perdida nos cantos do quarto.
Sozinho, com a televisão de 40 polegadas ligada no canal de filmes, salgadinhos variados sobre a mesinha e uma mão coçando o próprio saco. Era assim que se encontrava no momento.
"Zara, eu te amo mais do que a minha própria vida." Vegas franziu as sobrancelhas, prestando atenção na personagem que mantinha uma expressão chorosa. "Podemos ser felizes juntos!"
"Você é um idiota? Ela te rejeitou milhares de vezes e você ainda continua lambendo o chão que ela pisa!" Ele apontou agressivamente para a imagem da mulher, como se estivesse brigando com ela ou achando que ela pudesse ouvi-lo através da televisão.
Se ela pudesse, com certeza estaria rindo da sua cara por causa daquela voz horrível.
"Mas eu também te rejeitei tantas vezes..." Mackenzie balançou a cabeça enquanto se aproximava dela e segurava suas mãos delicadas, Vegas fez uma careta irritada e jogou a almofada do sofá na televisão, vendo-a balançar um pouco. Filmes românticos só serviam para lhe causar ódio até mesmo na atriz que fazia o personagem. "Por favor, você não merece alguém como eu, Kenny."
"Com certeza não merece, se fosse eu, já teria te chutado para o primeiro buraco que encontrasse."
Nunca tinha visto um homem tão burro como Mackenzie. Ele passou o filme inteiro correndo atrás da protagonista enquanto ela o rejeitava, o deixava de lado, e mesmo assim ele continuava persistindo cegamente. Mackenzie era um tolo apaixonado, Vegas nunca seria idiota assim por alguém.
"Você está certo, você me rejeitou e me desprezou. Mas olhe para mim, mesmo assim eu continuo persistindo e te amando com todo o meu ser..."
Mackenzie despertava uma certa compaixão e pena em Vegas.
Ele suspirou pesadamente e pegou o controle remoto, desligando a TV sem se importar em assistir ao final previsível do filme romântico. Ele não tinha tempo para histórias açucaradas que só o faziam sentir pena. Além disso, ficar enrolando não era nada bom.
Macau demoraria um pouco mais para chegar em casa, mesmo que as aulas já tivessem terminado. Ele tinha um compromisso com o time de basquete que havia formado há algum tempo. Teria que limpar a bagunça da casa sozinho.
Decidido, passou a começar arrumando a sala onde a maior parte da sujeira estava espalhada. Em seguida, começou a varrer o chão, removendo todos os pequenos resíduos de sujeira.
Depois de vários minutos varrendo, ele foi até o armário buscar o rodo e quando estava prestes a passar o pano no chão, a campainha tocou duas vezes. Ele largou o objeto de qualquer jeito, com cuidado para não chutar o balde no chão e criar uma poça d'água que só complicaria mais sua vida na limpeza, e se apressou para atender a porta.
Os planos de Macau tinham sido cancelados?
Bom, pelo menos ele teria ajuda extra para fazer as tarefas já que havia uma pia cheia de copos e pratos do dia anterior esperando para serem lavados e secados. Nada melhor que colocar o irmão pra exercer esse serviço.
"Você até que chegou cedo." Foi a primeira coisa que Kornwit disse enquanto abria a porta bruscamente.
"Então Macau te contou que eu viria?" Pete sorriu, sendo a primeira coisa que Vegas viu e provavelmente a última, já que fechou a porta sem pensar muito no que estava fazendo. "Vegas? Eu sei que você está aí."
Mas que merda?
Não era possível que Pete realmente estivesse na sua porta. A possibilidade era menor que zero, principalmente porque ele nem sabia onde Vegas morava. As batidas na porta começaram novamente, com uma frequência exagerada, e Vegas sentiu as pernas fraquejarem. Será que estava começando a ter alucinações?
Será que tinha pegado um resfriado tão forte a ponto de ter delírios ou efeitos colaterais só agora?
Apesar de todas as evidências apontarem para a improbabilidade da presença de Pete e de ele estar apenas tendo um surto devido à sua condição, Vegas querendo conferir se aproximou da porta com cuidado e girou a maçaneta, abrindo-a e vendo novamente a imagem do homem parado ali.
Certamente o professor parecia constrangido ao ser pego com a mão no ar, prestes a bater novamente na porta. Ele a abaixou rapidamente, endireitando a postura e juntando as mãos. O barulho das sacolas e vidros se chocando chamou a atenção de Vegas, que olhou para o professor com surpresa depois de dar uma breve olhada no conteúdo das sacolas.
Medicamentos? Pete estava se sentindo mal?
"Desculpe por aparecer assim, acho que Macau não te contou que eu viria." A voz de Pete ecoou em seus ouvidos como música, capturando toda a sua atenção para o rosto avermelhado do professor. Seus fios de cabelo cobriam seus olhos e seus lábios estavam pressionados um contra o outro. "Ele me contou. Você ainda está se sentindo mal? Trouxe alguns remédios, mas não sei se vão ajudar. Esses são alguns que eu costumo tomar e funcionam comigo. Ah, e também trouxe as anotações da minha aula para você. Não que você precise, já que não falta às minhas aulas, mas é sempre bom manter tudo em dia. É só isso. Então até a aula, senhor Kornwit."
O professor falava rápido, explicando tudo de uma vez enquanto empurrava a sacola de remédios em sua direção. A mente de Vegas doía enquanto tentava absorver todas as informações. Os remédios não eram para Saengtham, e sim para ele?
Ele respirou fundo, tentando ignorar o alívio que sentiu ao saber que o outro estava bem e tentando afastar os pensamentos confusos que invadiam sua mente sobre o por que Phongsakorn decidiu levar remédios para o aluno que ele mesmo, como dito no dia anterior, queria evitar contato?
"Me desculpa pela porta batida na sua cara. Irei tomar os remédios. Senhor Pete?" A voz rouca de Vegas chamou a atenção do outro, que pareceu estar um pouco hesitante e cauteloso sobre o que ia ouvir a seguir. Deu um passo para o lado para abrir espaço. "Estou sozinho em casa se quiser acasalar. D-droga, acasalar não! eu nem sei por qual razão disse isso." Suspirou coçando a nuca. "O que eu realmente queria dizer é que estou sozinho em casa e se quiser entrar...posso entregar seu caderninho após passar as anotações enquanto você toma alguma coisa. Você veio a pé pelo jeito, deve estar cansado e com sede. Quer entrar?"
[🐷🐺]
Vegas na vibe do professor Girafales
"Você por aqui senhor Pete? Vim lhe trazer esse humilde boquete...boquete não, buquê. Quis dizer buquê."
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professor Pete
Fiksi PenggemarVegas encontrava-se completamente obcecado pelo seu professor de artes, Pete. Desde o momento em que ele entrou na sala de aula pela primeira vez, Vegas sentiu uma conexão imediata, uma atração magnética regada a pensamentos invasivos que desviava s...