capítulo dezoito.

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Pete lhe observava com o semblante meio torto, talvez estranhando o silêncio repentino que decidiu fazer por não ter criado exatamente nenhuma resposta ou gracinha no mesmo minuto para findar aquele questionamento. Forçadamente sorriu de maneira ladina tentando amenizar o clima esquisito feito por ele mesmo e devolver a expressão suave para o mais velho como se dissesse 'você não falou nada errado, pode ficar tranquilo.’

“Não estou me apaixonando.” Comentou alto o suficiente para deixá-lo ouvir e jogou o tronco para frente, encostando os lábios um pouco abaixo da orelha e deixou um selar delicado no local. “Cada um para o seu lado depois disso.”

Não.

Seu pensamento bradou em desespero, mas o ignorou colocando-o no fundo do baú, pressionando os lábios mais uma vez contra o pescoço do professor. Um suspiro pesado escapou da boca do mesmo, suas mãos agarrando sua cintura com mais força, puxando-o para mais perto como um sinal silencioso para continuar com os selares que o arrepiava cada vez mais.

Como conseguiria conviver sem vê-lo todos os dias?

Apertou os olhos, cerrando-os com força na tentativa de afastar qualquer pensamento intruso que não fosse a imagem do momento presente, de Pete cedendo e permitindo ser tocado por ele, finalmente se entregando após tanto tempo rejeitando-o.

Rejeição essa que viria depois da formatura também.

“Wegath, ainda está aí?”

Três estalos em frente aos olhos foi o suficiente para puxá-lo de volta à realidade.

O professor tirou a mão da frente de seu rosto e inclinou o pescoço, observando-o parecendo meio preocupado com o silêncio repentino. O sorriso amarelado foi automático e o afastamento também, deu dois passos para trás desvinculando todo contato que estavam tendo.

“Desculpa, Pete, minha cabeça rodou um pouco.” Deveria mesmo pedir desculpas por ter inventado uma mentira sem sentido, assim como deveria se dar um soco por ter se afastado. “Acho que ainda estou com o efeito do resfriado. Quebrei todo clima.”

Sua mente repetia e esperava muito que o clima criado tivesse quebrado e ido embora.

“Está tudo bem. A saúde vem em primeiro lugar, acho que tenho alguns comprimidos para tontura.” A culpa subiu pela bile ao tê-lo compreendendo a situação — mentirosa, — e pegando em sua mão, puxando-o para fora do banheiro. “Vou te dar um e você toma água junto com ele pra ver se se sente bem logo.”

Vegas até se jogaria da janela se Pete morasse em apartamento ou algo parecido, a chance de morrer e escapar daquela situação embaraçosa que a sua própria cabeça elaborou seria enorme. Torcia para que Pete não percebesse nada de estranho nele.

“Pode ficar a vontade para se sentar no sofá caso a tontura volte de novo.” Concordou silenciosamente ao chegar na sala e fazer o que foi indicado, nem mesmo tinha reparado mas a sala era organizada demais e cheia de cores vibrantes. Quase todas as paredes continham um quadro, artes desconhecidas pintadas provavelmente pelo dono da casa. “Vou ver se consigo encontrar a pílula. Fica aí.”

Pete saiu e aproveitou para se jogar contra o encosto do estofado, soltando a respiração presa momentaneamente e recuperando todo fôlego. Ficar com o Saengtham no mesmo cômodo nunca tinha sido tão difícil quanto agora, ainda mais sabendo que estavam prestes a foderem em outro canto da residência do mesmo. 

Fechou os olhos e em seguida jogou a cabeça para o lado e quando abriu as pálpebras, sua visão focou no quadro de fotografia pequeno, reconheceu imediatamente a figura do professor, enquanto a outra pessoa presente, desconhecida, abraçava firmemente Pete pela cintura e deixava um beijo carinhoso em sua bochecha. Seu estômago deu um solavanco para dentro e o corpo esquentou mais, estava pronto para pegar o objeto no objetivo de ver mais de perto entretanto passos se aproximando o fez recuar.

“Aqui tem uma garrafinha e o comprimido, pega.” 

Capturou a garrafa de água e o comprimido, sem erguer o rosto para encontrar as íris castanhas lhe mirando. Colocou o remédio na língua e destampou a água, virando tudo na boca e engolindo praticamente todo líquido que tinha no recipiente. 

“Como se sente?”

“Me sinto como se tivesse acabado de beber água.”

Não queria ter respondido daquela forma mas quando prestou atenção era tarde demais. Pete o respondeu pegando bruscamente a garrafa da sua mão e a colocando em cima da mesinha de vidro de qualquer jeito, grunhiu surpreso ao ser empurrado para baixo, ficando deitado e de barriga pra cima enquanto o homem sentava e travava seus movimentos com as coxas.

“O que caralhos você tem agora, pirralho?”

Fez menção de erguer o corpo com a ajuda das suas mãos livres mas a tentativa falhou completamente ao que o outro capturou elas e as jogou para cima da sua cabeça, prendendo-as com força.

“Você não vai sair daqui até dizer o que deu em você.” Soltou um barulho desdenhoso, virando o rosto irritado. “Quer parar de fazer gracinha e me contar logo o que aconteceu?”

“Pergunta para o seu namoradinho da foto ali em cima o que aconteceu, professor.” Disse por fim e Pete olhou para a direção, rindo em seguida histericamente mas sem soltá-lo. “Está me achando com cara de palhaço?”

Tudo bem que parecia idiota mas jamais pareceria um palhaço, odiava que rissem dele e definitivamente o Phongsakorn não era exceção. Ainda mais quando se tratava de alguém que queria impressionar e levar para cama. Tornava-se humilhante ser uma piada para a fonte da sua atenção.

“Não acredito que está fingindo ter ciúmes dele!” Fez um biquinho frustrado quando escutou mais ainda a risada aumentar, quase de jeito esganiçado. “Para de ser bobo, garoto. Não temos nada e jamais vamos ter.”

“Você e ele?” Perguntou rapidamente, aquilo era tudo o'que seu temperamento precisava ouvir para melhorar. “Realmente, vocês seriam um casal fe-”

Pete negou mostrando confusão interrompendo-o, desceu o peito mais um pouco, encostando-o no seu e tomando iniciativa de deixar um selar demorado em seus lábios. Seu coração parecia que ou ia pular fora a todo segundo de demora ou que iria parar a qualquer instante.

“Não entendeu? Estou falando sobre eu e você.”

Mesmo que Pete estivesse definitivamente cedendo seu corpo a ele e não negando-o mais ao que passava a deixar selinhos distraidamente nos seus lábios parados como menção de estar esperando-o tomar as rédeas da situação e dar-lhe algum alívio de toda aquela excitação ainda presente antes que ela fosse embora de vez, por qual razão ainda sentia que estava sendo rejeitado?

Entre a primeira ou a segunda opção, esperava mesmo que seu coração resolvesse parar de bater.






(📕)

te amo Veguinhas começando a ficar confuso sentimentalmente bem no meio de uma quase foda.

Vegas 23:59 com os crias: Ninguém vai roubar o meu coração!!
Vegas 00:00 com o Pete: Roubaram o meu coração...

professor PeteOnde histórias criam vida. Descubra agora