capítulo dezessete.

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“Vou abrir a primeira e última exceção.” 

Vegas poderia ver fogos de artifícios sendo lançados por todo o corpo ao receber a confirmação, finalmente o mais velho havia cedido ao desejo. Estava pronto para comemorar beijando os lábios de Pete quando ele virou o rosto ao lado contrário, evitando o toque.

“Me deixe terminar de falar.” Criou um biquinho mas fez barulho com a garganta para que ele continuasse a falar, deixando claro que não interromperia novamente. “Última exceção no sentido de nunca mais vamos fazer isso ou ter contato fora das aulas, seremos apenas professor e aluno até o final do seu ano letivo e depois disso desconhecidos. Entendeu Kornwit?”

Claro que Pete teria que fazer algum tipo de acordo antes de ceder para ele. Aquilo era típico e não carregava nenhuma porcentagem de surpresa, definitivamente um homem precavido. Bom, deveria dizer que aquilo não lhe afetou e que não estava nem aí se passariam a ser dois desconhecidos depois da formatura mas sendo sincero consigo mesmo, tinha lhe atingido. Estranhamente lhe atingiu.

“Pensei que quisesse um namorado, senhor Saengtham.” Recebeu uma concordância de resposta. “Então qual o motivo de estar me expulsando da sua vida antes mesmo de entrar nela?”

“Você não quer um relacionamento.” Trincou os dentes enquanto Pete ajeitava a postura, voltando para o próprio banco e olhando para frente, para a rua. Deveria criar um argumento antes que parecesse perdido nos pensamentos. “Também não é como se tivesse alguma chance, então de qualquer forma, vamos foder e acabar com isso. Parece que vou explodir a qualquer momento.”

Sorriu amarelo concordando. Claro, Pete ainda estava excitado mesmo com toda aquela conversa com uma pitada de drama rolando dentro do carro. Bom, também estava, mas parecia que ia murchando aos poucos dentro da calça quanto mais parava para pensar sobre o que escutou.

Não que não tivesse pensado e continuasse pensando do mesmo jeito mas ouvir da boca do professor que se tornariam dois desconhecidos que nunca se viram na vida após uma boa foda, se tornava meio triste. Vegas poderia esquecer dele entretanto a ideia de tê-lo também se esquecendo do aluno e homem que mais o cobiçou — perseguindo-o no colegial todo, diga-se de passagem,— foi frustrante.

“Não vai nem mesmo me cumprimentar quando me ver andando por aí…?” Questionou como alguém que não quer nada, torcendo para Pete não perceber o tom de voz alternando para a chateação. “Nem mesmo uma olhada?”

“Não. E não vejo problema em fazer isso, seria estranho cumprimentar o cara que me comeu dias antes de se formar sem ter um status definido.”

Rolou os olhos, o outro falava aquilo como se hoje em dia não existissem pessoas que transavam apenas por diversão durante a noite e no outro dia marcavam um rolê completamente aleatório. Ele vivia na época dos homens da caverna?

“Não precisamos de status de relacionamento para se cumprimentar, professor.”

“Eu preciso.” 

Pete colocou uma das mãos no volante e a outra deu ignição no carro, fazendo-o se mover inicialmente lento e aumentar conforme passavam as casas. Ficou em silêncio e se remexendo de incômodo por um tempo até vê-lo cruzar mais uma rua, puxou o ar entre os lábios separados e inclinou o rosto para o homem concentrado na estrada.

Parecia bonito demais assim como o restante da paisagem que passava na pequena janela. Ergueu o canto dos lábios observando o nariz empinado e redondinho.

“Fez rinoplastia? Seu nariz tem uma estética bonita.”

“Nasci naturalmente assim, nunca fiz procedimento.” Fez careta. “Que tipo de assunto é esse?”

professor PeteOnde histórias criam vida. Descubra agora