Capítulo 16| Nos matar

564 53 8
                                    

Antonella Donati Ferraro

O meu coração e meu corpo estavam leves como uma pluma. Sentindo o carinho de Francesco nas minhas costas eu queria parar o tempo. Não imaginei que o prazer poderia ser tão intenso. Ter meu marido dentro de mim era simplesmente delicioso. Nunca pensei que seria tão bom, era muito além do que os livros descreviam.

Eu me sentia envolvida por uma intensa e irresistível onda de emoções. O meu coração batia mais rápido quando estava na presença de Francesco, a minha mente ficava em êxtase e tudo ao redor parecia ganhar cores mais vivas. É como se uma chama tivesse sido acesa dentro de mim, criando um vínculo especial com ele. Cada momento compartilhado era uma oportunidade para explorar novas sensações, aprofundar conexões emocionais.

Parecia que eu estava em uma montanha-russa de emoções que me fazia sentir viva de uma forma única e indescritível.

De repente me dei conta que enquanto ouvia os batimentos do coração do meu marido eu estava descrevendo a paixão como uma personagem de romance.

Eu estava apaixonada por Francesco, completamente apaixonada.

Acabei pegando no sono e quando acordei meu marido já tinha saído. Fiz tudo que eu precisava, joguei conversa fora com Anna, troquei mensagens com Jade e até marcamos um café.
Almocei com a minha sogra e decidi ir à casa do meus pais.

Desci as escadas e pedi que Anna avisasse Giovanni que iríamos sair.

—— Você pode ir para casa,  Anna!

—— Tem certeza, senhora? Não quer que eu vá?

—— Não precisa, fique em casa e espere pelo seu marido, prometo que irei devolvê-lo bem rápido. Só irei fazer uma visita.

Anna era tão dedicada. Três anos mais velha que eu, mas parecia muito mais. Ela era muito responsável, carinhosa, prestativa. Adorava tê-la ao meu lado. Sempre que falava em Giovanni os seus olhos brilhavam, eu ainda não tive muito contato com ele, mas só pelo fato do amor que Anna sentia, eu sabia que ele era um bom homem.

Entramos no carro e durante o trajeto, que era um pouco distante, resolvi especular Giovanni.

—— Você tem sorte, Gio, Anna é uma mulher maravilhosa.

Pelo retrovisor trocamos um rápido olhar e ele sorriu. Um sorriso tão sincero e amoroso, um gesto que demonstrou uma leveza, uma genuidade.
Gostaria que um dia eu e Francesco demonstrássemos aqueles mesmos sentimentos um pelo outro através de um gesto tão simples.

—— A senhora tem razão, Anna é tudo na minha vida.

Quase bati palmas, eu era uma romântica assumida e o amor deles era lindo.

—— Ela também tem sorte. —— Continuei. —— É muito bonito ver a forma como vocês dois falam um do outro.

—— O nosso casamento não foi arranjado, então sempre nos demos bem.

Essa informação não era uma novidade para mim. Sabíamos que muitos casais dentro da Famíglia se casavam por escolha. No entanto, quem fazia parte do alto escalão, não tinha esse direito.

—— Eu imagino que deva ser muito bom casar com quem já se ama. Ficar com alguém que o seu coração escolheu.

Giovanni demorou para me responder e até pensei que tivesse encerrado o assunto.

—— A senhora e o senhor Francesco parecem estar se dando bem.

—— Nós estamos sim, na verdade eu não esperava pelo que estamos vivendo. —— Confessei.

FRATELLI D'ONORE- IRMÃOS DE HONRA - ANTONELLA E FRANCESCO | LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora