Antonella Donati Ferraro
Minha noite foi terrível. Mal consegui fechar os olhos, ao contrário de Francesco, que adormeceu exausto ao meu lado. Passei horas vigiando seu sono, carregando uma angústia dolorosa no peito. Meu coração estava inquieto há dias, mal suportando a espera para ver Francesco em casa, seguro. No entanto, hoje minha intuição está me deixando aflita, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer.
—— Tenho que checar algumas informações e volto para ficar com você, bella.
—— Peça para alguém ir no seu lugar, por favor! —— Eu me ajoelharia aos seus pés se fosse necessário. Meu sexto sentido gritava que tinha algo de muito errado acontecendo.
Estávamos andando em círculos há tempo demais. A capacidade de Francesco como capo estava sendo criticada, cada passo que meu marido dava, uma chuva de críticas e acusações o perseguia. Fabrizio lutava, incansavelmente, ao lado do meu marido, mas parece que até mesmo as suas intervenções não estavam surtindo efeito.
—— Io e te voglio bene! —— Francesco segurou o meu rosto e me beijou depois de beijar também a minha barriga.
—— Ti amo. —— Me agarrei a ele, prolongando um pouco mais o nosso contato. —— Volta logo.
As horas pareciam se arrastar interminavelmente. Mal consegui tocar na comida, só o fiz porque minha mente se fixava no meu bebê. Mesmo com a perna imobilizada, não conseguia conter a agitação. Minha necessidade de ouvir sua voz, de ter a certeza de que estava bem, consumia-me por dentro.
—— Onde está Giovanni, Anna? —— Minha leal amiga e companheira nunca mais me deixou sozinha. Sabia que Francesco confiava plenamente nela, assim como Gio, que assumiu a responsabilidade da segurança da casa.
Desde o terrível atentado que tirou a vida de Giuseppe, é como se estivéssemos aprisionados sob o olhar vigilante e implacável das forças de segurança, que nos rodeavam vinte e quatro horas por dia. A presença maciça dos soldados era sufocante, mergulhando-nos em um mar de rostos desconhecidos e uniformes indistinguíveis.
A incerteza se tornou nossa constante companheira, lançando uma sombra sobre cada passo que damos, enquanto lutamos desesperadamente para manter não apenas nossa segurança física, mas também nossa sanidade mental.
—— Ele está fazendo as rondas na casa, senhora. Por favor, acalme-se, todo esse nervosismo não é bom para você nem para seu bebê.
—— Eu sei, mas não consigo. Não hoje. Algo está errado, Anna. Quero Francesco aqui comigo.
Carlota passou por nós com sua assistente, que mais parecia sua sombra. Elas fluíam pela nossa casa com uma naturalidade desconcertante. Não sei se a presença dela ali conosco era realmente necessária. Martina, evidentemente, ainda não superara o luto, e talvez nunca o fizesse, mas estava lidando bem com isso.
No entanto, a constante movimentação das duas me incomodava. A mãe de Fabrizio era uma figura completamente diferente de seus filhos. Ela era curiosa, sempre lançando perguntas, intrometendo-se em todos os assuntos.
Não era comum para mim sentir-me assim em relação a outras pessoas, no entanto, aquelas duas simplesmente não me agradavam.
Agarrei o meu celular com mãos trêmulas e disquei para Francesco, ansiando ouvir sua voz que poderia acalmar a tempestade que assolava meu coração. Mas a ligação insistia em chamar até cair, sem resposta. Na segunda tentativa, fui recebida pelo vazio da caixa postal.
Antes que pudesse processar o que estava acontecendo, a porta explodiu em um estrondo. Fabrizio irrompeu como um furacão, sua voz alterada, ecoando com ordens e uma ansiedade palpável.
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FRATELLI D'ONORE- IRMÃOS DE HONRA - ANTONELLA E FRANCESCO | LIVRO 1
عاطفيةAntonella Donati estava prometida a Francesco Ferraro, o herdeiro do Gruppo Ferraro e da máfia Fratelli D'onore, a maior organização criminosa da Itália. Ela sempre soube que seu casamento se daria por um arranjo, e dos quinze aos dezoito anos viu...