Capítulo 17| O que seria de mim?

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Antonella Donati Ferrari

Senti meu coração acelerar e minha respiração se tornar rápida e irregular. O medo se apoderou de mim enquanto ouvia os tiros ecoando ao meu redor. Meu corpo inteiro tremeu e busquei entender o que estava acontecendo. Tentei me concentrar em cada movimento, cada decisão, enquanto a adrenalina me dominava. O som dos disparos me fazia estremecer. Minha mente tentava encontrar uma saída, mas tudo parecia confuso e caótico. Era um cenário aterrorizante, e só desejei sobreviver e voltar para casa. Voltar para meu marido.

Giovanni estava usando o carro como escudo e num tiro certeiro acertou o homem que estava com a arma grande e não parava de atirar na nossa direção. De repente tudo ficou silencioso, mas a sensação durou pouco, pois Gio foi atingido e seu sangue espirrou no vidro me fazendo gritar em desespero.

Eu nunca passei por uma situação tão aterrorizante em toda a minha vida. O coração batendo tão forte que parecia querer escapar do peito, as mãos tremendo sem controle e a sensação de que o mundo ao meu redor estava desmoronando. Minha mente entrando em pânico, enquanto tentava desesperadamente encontrar uma saída ou alguma forma de ajudar Giovanni.

O medo paralisante tomando conta de cada pensamento, tornando difícil até mesmo respirar. A incerteza do que estava por vir, a sensação de vulnerabilidade, e a completa impotência diante da situação me deixando em um estado de angústia indescritível.

Eu não conseguia ver o local em que ele foi atingido e presenciei mais um tiro derrubá-lo ao chão.

—— GIOVANNI?

O homem que estava do lado oposto, antes atirando no vidro traseiro, aproximou-se apontando a arma para Gio, que estava apoiado no carro, nossos olhares se encontraram e ele mirou em mim atirando no vidro, o que me fez pular para trás de susto. Ele deu outro tiro no ombro de Giovanni antes de falar:

—— Saía do carro ou ele morre.

Pensei em Anna, o que seria dela sem o seu marido? Eu disse que o devolveria, como eu lhe contaria que ele morreu para me proteger?
A minha vida não poderia valer mais do que a dele.

Parecendo adivinhar os meus pensamentos, Giovanni ainda tentou me convencer do contrário.

—— Não... saía... An-tonella...

Com as mãos trêmulas segurei a maçaneta e a destravei. O rapaz empurrou Gio no chão, que caiu sem forças.

—— Você é bem obediente. —— Ele sorriu e notei um espaço entre os seus dentes da frente. Ele era um rapaz diferente, com certeza não era italiano, possuía um sotaque forte e parecia tranquilo diante de toda aquela situação.

Sem que eu percebesse um terceiro homem, que eu ainda não tinha visto, apareceu e me puxou pelos braços.

Passamos pelo corpo do rapaz que Gio derrubou, olhei para trás e ele estava imóvel no chão.
O primeiro, que atirou nele, e parecia o líder, entrou na camionete, quando o terceiro, que me segurava pelo braço iria me empurrar para dentro do veículo, um outro tiro ecoou e o sangue dele espirrou em mim.

Depois disso tudo foi apenas um borrão acontecendo em câmera lenta ou talvez rápido demais.
Alguém me pegou, levando-me para um carro. Eu ouvia as vozes, mas não conseguia dominar o meu próprio corpo.

—— Senhora Ferraro, a senhora está ferida?

"Estamos com ela."

—— Senhora Ferraro, a senhora está segura.

***

Quando me tiraram do carro na frente de casa, vi Francesco passar pela porta e correr na minha direção. Suas mãos me apalparam enquanto ele falava algo até então incompreensível. Forcei-me a entender o que ele gritava desesperado.

FRATELLI D'ONORE- IRMÃOS DE HONRA - ANTONELLA E FRANCESCO | LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora