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Por que você quer me ver sangrar?
Por que quer me ver desmoronar?
Tenta encontrar o pior em mim
Mas eu não vou te seguir pro lado escuro
Like that - Bea Miller

Por que você quer me ver sangrar?Por que quer me ver desmoronar?Tenta encontrar o pior em mimMas eu não vou te seguir pro lado escuroLike that - Bea Miller

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A caloura se sentia tão constrangida. 

Com os olhos dos demais lhe avaliando cuidadosamente, enquanto acompanhavam os outros calouros, ainda confusa. 

O colete gigante começava a incomodar e aquele capacete ridículo sendo jogado para o lado ou para frente e para trás vez ou outra era irritante. E tentar esconder o pânico dentro de si mesma parecia inútil cada vez que se aproximava das outras repúblicas, imaginando as incontáveis possibilidades de desastre.

Como seria o trote deles? Em que nível isso a destruiria?

Só precisava atirar. Atirar não ser pega.

Ela olhou ao redor. Filas agora se transformaram em círculos, grupos distintos de inimigos prontos para a guerra. E então avistou Key, com algo em mãos. Fogos de artifícios baratos.

Encarando o objeto com atenção, ele sorriu, depositando o alto falante que segurava próximo aos pés. Retirando um isqueiro do bolso, ele elevou ambas as mãos para o alto, começando a acender o pequeno fio branco embaixo daquela coisa.

Houve uma contagem silenciosa na mente da garota. De repente, suas pernas começaram a perder a força, o coração voltou a bater rápido demais.

Segurando a arma, apertou-a contra o corpo, respirando fundo. Quando o estrondo ecoou em seus tímpanos, tornando aquele silêncio ansioso morto, o clima pesado deu início ao mais profundo caos.

Rugidos fortes surgiram na direção dos brutamontes. Os calouros dos Lobos correndo até aos Corvos. A garota não entendeu de início o motivo daquela atitude, ou o quê exatamente eles queriam, até que a fraternidade rival começou a segurá-los, agarrando-os e os monopolizando, socando-os com tanta força que sangue descia de seus narizes e bocas. Com tanta força que ela ficou sem reação, espantada, inerte com tamanha brutalidade e quase, quase, sentiu vontade de tirar todas as suas vestimentas ridículas e correr para bem longe daquele local.

Como, diabos, seu irmão esperaria que ela fizesse algo tão brutal?

É verdade, tiros de paintball também machucavam, e muito, mas aquela coisa braçal era muito além de seus princípios.

Fora que Salene não era forte. Participava de algumas corridas matinais de seu irmão quando tinha tempo ou era obrigada, tal qual fazia algumas atividades físicas à parte, mas se lhe pedissem para socar um ser humano em uma situação que ela não estivesse com a adrenalina à flor da pele, seria em vão. Tudo o que a atitude resultaria era em meras cócegas.

Subitamente, um esbarrão forte em seu braço lhe trouxe de volta para realidade quando um garoto moreno atirou em um dos calouros que se aproximavam de Salene. Ela ergueu a arma por instinto, pronta para atirar também, mas ele se pôs na frente dela, empurrando o corpo contra o desconhecido, até ambos caírem no chão, naquela mata suja, repleta de pedras, areia e qualquer bicho inimaginável.

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